Muitas vezes, quando vemos notícias relacionadas aos países do continente africano, elas estão relacionadas aos diferentes conflitos existentes e às dificuldades financeiras enfrentadas pela população local. E qual seria o motivo disso?
O franceses enfrentaram guerras tanto contra os próprios habitantes dos territórios invadidos, assim como contra os alemães, que se interessavam pelas regiões pertencentes à França.
Um exemplo é a Nigéria. Seis anos após a independência do país, em 1960, o sibos, que haviam adotado o cristianismo, declararam a secessão do território nigeriano de Biafra.
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Os principais países que ficaram com as maiores porções de territórios no continente africano foram a Inglaterra e a França. Podemos identificar os rastros imperialistas nos países colonizados principalmente através dos idiomas falados (como línguas oficiais ou não) pela população nativa, como o inglês em países como África do Sul, Botswana, Camarões etc, e o francês no Senegal, Costa do Marfim, Guiné e alguns outros.
Para os países africanos, ver-se livre dos europeus não significou uma melhoria de sua situação. Ao contrário: em muitos lugares, a independência provocou guerras ainda mais sangrentas, que contaram com a participação das antigas metrópoles coloniais.
A ocupação não se deu somente com as forçadas armas de fogo, que eram novidade para muitos dos povos subjugados. A trapaça foi largamente usada para a conquista e manutenção dos territórios.
No século XIX, as potências europeias passaram por um período de expansão colonial em busca de novos recursos naturais, mercados e influência política. A África, com suas vastas terras e recursos ainda não explorados, se tornou um alvo estratégico para essas nações.
Os Estados Unidos foi o único país da América a participar do Tratado de Berlim em 1884; no entanto, diferentemente das potências europeias, não ocupou territórios no Continente Africano, sendo o seu interesse da época obter tratados comerciais nas regiões africanas. Mesmo assim, os EUA desempenharam um papel importante durante o Imperialismo no século XIX, exercendo sua influência nas regiões da América.
Apesar das consequências negativas da partilha da África, as conferências de Berlim também contribuíram para o despertar de movimentos de independência. Com o passar do tempo, as populações africanas começaram a resistir ao domínio colonial, lutando por sua liberdade e autodeterminação. O legado desses movimentos é evidente nos países africanos que conquistaram a independência nas décadas seguintes.
Para justificar as ações de dominação imperialistas sobre a África e a Ásia, os europeus utilizaram argumentos racistas, baseados na ideologia racial europeia do século XIX que colocava os habitantes da Europa em um patamar de superioridade quando comparados com outras raças, as quais eram vistas como inferiores. Entre essas teorias, iremos destacar o darwinismo social e a eugenia.
As conferências de Berlim foram amplamente criticadas por permitirem a exploração econômica desenfreada da África pelas potências europeias. Recursos naturais valiosos foram extraídos, muitas vezes sem consideração pelos impactos ambientais ou pelos direitos das comunidades locais. Além disso, a imposição da cultura europeia e a repressão das tradições locais levaram à perda de identidade cultural em muitas regiões.
Com a Revolução Industrial, o Reino Unido se tornou a maior potência econômica, do século XIX. Dessa maneira, cada vez mais, ele precisava de matérias-primas para a sua produção industrial.
As conferências de Berlim desempenharam um papel crucial na partilha da África pelos países europeus durante o final do século XIX. Esses encontros, que ocorreram entre 1884 e 1885, tiveram implicações significativas para o continente africano, moldando o curso da história e deixando um legado duradouro até os dias de hoje.
“O maior problema é que, em apenas algumas décadas, as sociedades tradicionais africanas foram lançadas em uma situação totalmente desconhecida. Você não pode criar um sistema capitalistae Estados democráticos de um dia para outro, em poucas gerações. As próprias sociedades tradicionais europeias precisaram deséculos para chegar a esse resultado”, descreveu Guy Vanthemsche. Essa chance nunca foi dada aos africanos.
Os que falavam a língua do grupo majoritário tiveram mais facilidades num governo centralizado e dominado por uma só etnia. Se por um lado alguns dialetos desapareceram, o mesmo não ocorreu com a diversidade étnica.
O então rei da Bélgica criou, em 1876, a Associação Internacional da África, que inicialmente tinha o objetivo de praticar ações humanitárias no continente, mas o intuito real era investigar o território do Congo, que seria mais tarde sua propriedade pessoal.
O monarca nem percebeu, pois era analfabeto e não falava inglês. Apesar dos protestos de Lobengula, que acreditava que a palavra valia alguma coisa entre os recém-chegados, o governo da Inglaterra se fez de desentendido.
Teria sido possível, inclusive, o surgimento de outros povos. “Muitos historiadores defendem a tese de que novos grupos foram criados durante o período colonial, pois as pessoas começaram a se auto-definir de novas formas. Por exemplo: os ibos da Nigéria e os ewes de Gana e do Togo apenas passaram a se denominar desse modo durante o período entre as duas Grandes Guerras Mundiais”, afirmou.
As consequências da partilha da África para os grupos étnicos que habitavam o continente há séculos, foram a instabilidade política e as guerras civis que ocorreram em diversos países africanos ao longo dos anos.
A Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885, reuniu 14 potências do século XIX para debater a ocupação do continente africano. ... Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.
Há 130 anos, em 1885, terminava na Alemanha um encontro de líderes europeus que ficou conhecido como Conferência de Berlim. O objetivo era dividir África e definir arbitrariamente fronteiras, que existem até hoje.
As consequências da Conferência de Berlim A principal consequência, obviamente, foi a divisão do território africano entre os países integrantes. ... Foi somente ao fim da Segunda Guerra Mundial que a configuração do continente africano, elaborada pelas potências mundiais, chegou ao fim.