Vamos relembrar as funções dos textos sagrados escritos! São elas: - registrar a tradição como forma de preservar a experiência religiosa original, assim a religião organizará sua estrutura religiosa, seus ritos, símbolos, mensagens, etc.
A narrativa religiosa qualifica os eventos da vida cotidiana a partir de seus exemplos míticos. Trata-se, segundo Peter Berger, de situar em um quadro cósmico de referência os eventos terrenos (BERGER, 2009) e dessa forma definir o que é a realidade e o que podemos conhecer dela.
A narrativa sagrada tem de ser reconhecida e lida ou ouvida como tal, não como história profana ou informação histórica. Ela é falada numa linguagem sui generis, a linguagem religiosa. Como toda linguagem, ela produz seu efeito próprio e específico se entendida, decodificada, segundo o código semiótico que é seu.
Hinduísmo
Os Livros Sagrados são textos escritos que em seu significado religioso apresentam a experiência de manifestação do Sagrado, como também, o momento de registro histórico da religião.
O sagrado e o profano seriam duas modalidades de existência assumidas pelo homem em sua história. São maneiras de ser no mundo e no cosmos. A referência do sagrado posiciona o homem diante de sua própria existência. De modo abrangente, a reflexão sobre o sagrado interessa tanto às ciências humanas como à filosofia.
Sagrado tem dois sentidos, o primeiro de adjetivo: algo que é sagrado por estar associado ao seguindo sentido, de substantivo (do termo latino sacratu) que se refere a algo que merece veneração ou respeito religioso por ter uma associação com uma divindade ou com objetos considerados divinos.
Conceito de Sagrado Santidade é, em geral, o estado de ser santo (percebido pelos religiosos como os indivíduos associados com o divino) ou sagrados (considerados dignos de respeito e devoção espiritual, ou que inspiram temor ou reverência entre os crentes em um determinado conjunto de ideias espirituais) .
O homem é um ser conscientemente transcendente, porque sua presença transcende seu corpo, está além do aqui e do agora, sendo capaz de projetar e viver o futuro ou reviver o passado. O homem não apenas reage ao momento, ele antecipa e cria o futuro, ele transcende seu estado, buscando seu Ser.
Sagrado é todo aquele espaço, objeto, símbolo, que tem um significado especial para uma pessoa ou grupo. Profano é tudo que não é sagrado, toda a vida comum do dia a dia, os fatos e atos da rotina.
Transcendente é um adjetivo que demonstra algo que não é comum, que está além dos limites convencionais ou que é considerado superior. ... É muito comum que se use o termo transcendente para fazer referência à crenças ou o que é considerado divino ou ligado a Deus. Nesse caso transcendente está fora do mundo material.
Significado de Transcendência [Filosofia] Caráter do que está fora do alcance de nossa ação ou até de nosso pensamento: Kant afirma a transcendência da coisa em si com relação ao conhecimento humano. ... Do latim transcendentia.ae, “qualidade de transcendente”.
Retomando o conceito escolástico de imanência, entendida como a presença do resultado de uma ação na própria ação, Espinoza afirmou que "Deus é causa imanente e não transitiva de todas as coisas", isto é, Deus é causa de todas as coisas que estão nele e nada existe fora dele (Deus sive Natura). ...
Deus é um conceito de Ser Supremo presente em diversas religiões monoteístas, henoteístas ou politeístas, sendo geralmente definido como o espírito infinito e eterno, criador e preservador do Universo.
O Deus de Espinosa possui caráter imanente, ou seja, não está separado do mundo, pelo contrário, esta intimamente e necessariamente ligado a ele, formando apenas uma coisa, uma substância, ou seja, o mundo e Deus são a mesma coisa, já que o mundo é uma produção, e não uma criação.
A transcendência, por sua vez, faz referência a algo que possui um fim externo e superior a si mesmo. A imanência está ligada à realidade material, apreendida imediatamente pelos sentidos do corpo, e a transcendência está ligada à realidade imaterial, de uma natureza metafísica e puramente teórica e racional.
Enquanto Espinosa identifica Deus com a natureza (Deus sive natura) e, mediante a natureza divina (a substância), supera a contradição de Descartes entre matéria (res extensa) e espírito (res cogitans), Feuerbach quer, em oposição ao panteísmo, a diferença entre natureza e Deus (aut Deus aut natura).
Espinoza enuncia a lei fundamental da conduta humana (que, em todo caso, dada a uniformidade entre o homem e as outras partes da natureza, é válida para todos os entes naturais) sob a forma de uma espécie de princípio de inércia: "Toda a coisa, enquanto é em si, esforça-se por perseverar no seu ser." (E III, p6)
Spinoza afirma em EIII prop. 13: “o amor nada mais é do que alegria acompanhada da ideia de uma causa exterior, e o ódio nada mais é do que a tristeza, acompanhada da ideia de uma causa exterior”.
Na modernidade, Baruch Espinoza é talvez o mais conhecido filósofo monista por excelência, pois defende que se deve considerar a existência de uma única coisa, a substância (natura naturans), da qual tudo o mais (natura naturata), incluindo mente e matéria, são modos.