A gravidez numa fase precoce da vida, como a adolescência, pode resultar em diversas consequências tanto para a gestante quanto para o bebê, como depressão durante e após a gravidez, parto prematuro e aumento da pressão arterial.
Em 1900, as moças menstruavam pela primeira vez ao redor dos 17 anos. Hoje, nem bem completam 11 ou 12 anos e já menstruam. Ninguém sabe ao certo a razão desse fenômeno biológico; é provável que esteja ligado à melhor nutrição das crianças atuais.
A gravidez em adolescentes de classes populares foi estudada a partir da investigação dos modelos familiares e da classe social e, por conseguinte, da articulação entre família - adolescente grávida - classe social.
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Já no que concerne à adolescente de classe média, verifica-se igualmente a confluência dos fatores culturais e psicológicos na determinação do destino da gravidez hormonal. Nesse meio cultural, a maternidade é, geralmente, indesejada na adolescência. A pressão social familiar da classe média se expressa mais através do incentivo ao estudo e ao trabalho, possibilitando que essas jovens vivam de modo mais prolongado sua adolescência, contrariamente às adolescentes de classes populares, onde a maternidade interfere nesse ciclo. Logo, a faculdade e o trabalho atuam como objetos reparadores narcísicos, ou seja, eles assumem o valor de falo, e o desejo de ter um filho pode, assim, ser adiado para a vida adulta.
A gravidez na adolescência constitui tema de grande relevância na realidade social brasileira. O enfoque tradicional relaciona a gravidez como indesejada e decorrente da desinformação sexual das jovens. O presente trabalho questiona essa posição, postulando a importância do significado individual da gravidez, que corre paralelo ao desejo universal de ter ou não ter um filho, bem como a noção de uma “gravidez social” determinada por fatores culturais e psicológicos que particularizam o significado da maternidade em adolescentes de classes populares. Conclui-se pela necessidade de reformulação das políticas públicas para com essa população.
A gravidez na adolescência é um grande desafio para a saúde pública no Brasil. Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, o Ministério da Saúde alerta que a gravidez nessa faixa etária pode repercutir na saúde das mães e dos recém-nascidos. No Brasil, em 2020, o total de nascimentos de mães adolescentes foi de 380.778, representando 14% do total de nascidos vivos.
A curiosidade em testar o seu aparelho reprodutor é desencadeada pela atividade hormonal ocorrida nesse período da vida, que leva ao ato sexual. As jovens iniciam a sua vida sexual logo após a primeira menstruação e engravidam em um curto período de tempo. A gravidez certifica para a adolescente que o seu corpo já está preparado para a concepção. A confirmação da sua capacidade reprodutiva desencadeia um sentimento de surpresa (não esperavam a gravidez), onde ela pode constatar que não é mais menina, e, sim, mulher. Pode-se dizer que essas adolescentes estabelecem uma equivalência onde exercer a sexualidade significa ter filho, o qual demarca a sua entrada na vida adulta.
As informações qualificadas para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e o empoderamento devem ser acessíveis universalmente, de modo que os serviços de saúde garantam o acesso aos métodos contraceptivos independentemente da presença de pais ou responsáveis. O SUS oferta diversos métodos contraceptivos:
É muito comum que durante e após a gravidez a mulher precise abandonar os estudos ou o trabalho, pois pode ser difícil conciliar as duas coisas, além de sofrerem imensa pressão da sociedade, muitas vezes, da própria família em relação ao casamento e ao fato de estar grávida ainda na adolescência.
Foram realizadas vinte entrevistas semi - estruturadas com adolescentes grávidas de classes populares, de 14 a 17 anos de idade, no Instituto Fernandes Figueira no Rio de Janeiro. O modelo de entrevista foi elaborado a partir de sete temas que se referem a: dados pessoais, vida familiar (estrutura e dinâmica), vida escolar, atividade sexual e episódio da gravidez, dados de informação e educação sexual, projetos de vida. A análise das entrevistas se baseou no estudo dos aspectos psicossociais relacionados à gravidez nesse grupo de adolescentes, destacando-se o enfoque psicanalítico da questão e suas implicações na análise de suas motivações, desejos e fantasias.
Inicialmente, a família da adolescente não reage favoravelmente à gravidez da filha, afirmando que ela é muito nova. Entretanto, após esse primeiro momento, elas aceitam esse fato posicionando-se inclusive contra o aborto. A gravidez da jovem é vivida por toda a família, sendo o filho um traço de união entre eles.
O estudo Saúde Brasil do Ministério da Saúde (2018), indica uma das maiores taxas de mortalidade infantil entre filhos de mães mais jovens (até 19 anos), correspondendo a 15,3 óbitos para cada mil nascidos vivos (acima da taxa nacional, de 13,4 óbitos). Isso porque além da imaturidade biológica, condições socioeconômicas desfavoráveis são fatores que influenciam.
Apesar da taxa ser menor do que em anos anteriores, ela segue pior do que em outras nações latino-americanas, como Argentina, Chile, Costa Rica, Peru e Uruguai, segundo dados do escritório do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) para América Latina e Caribe.
A constatação da grande incidência de gravidez levada a termo em adolescentes de classes populares e a insuficiência dos referenciais teóricos explicativos indicou a necessidade de se investigar o significado da gravidez através do discurso dessas adolescentes sobre o seu estado e da influência dos fatores culturais e psicológicos.
Números do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, apontam que 14% de todos os partos realizados no Brasil em 2020 foram de mães com até 19 anos de idade.
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“Estou na 1a. série do ensino médio, é escola pública. Vou continuar estudando. A diretora disse que quando eu ganhasse, que era para eu levar uma declaração para ficar alguns dias em casa. Ninguém falou nada. Na minha sala também tem uma pessoa com dois meses” (Dadoorian, 2000a, p.119).
A gravidez na adolescência é um problema pois irá interferir muito no desenvolvimento dos jovens, atrapalhando totalmente o suprimento das necessidades dos adolescentes, além do fato do corpo da adolescente não estar totalmente formado, e dos adolescentes não terem estrutura psicológica, financeira, social e ...
Resposta. Pode ser evitada através da acessibilidade a educação sexual nas escolas e o apoio dos pais como conversas educativas sobre o assunto. Sendo então, repassados para esses adolescentes métodos preventivos, como por exemplo o uso da camisinha, entre outros.
Qualquer contato do pênis com a vagina em períodos férteis da mulher pode resultar em gravidez, por isso o preservativo é o mínimo que se deve ter a mão quando o clima rolar. No mais existem anticoncepcionais e tantos outros métodos anticoncepcionais e grátis em postos de saúde.
A ausência de planejamento faz com que boa parte dessas mulheres não se cuide da melhor forma durante a gravidez, aumentando os riscos para elas (depressão pós-parto, aborto ilegal, violência doméstica…) e para os bebês (parto prematuro, baixo peso ao nascer, menor tempo de amamentação…).
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Como Lidar Com uma Gravidez não Planejada
Sem desespero! A gente te dá dicas para lidar com a segunda gravidez
Problemas de saúde. Além dos problemas naturais da idade, existem doenças que podem ser contraídas entre a primeira e a segunda gestação e causar a impossibilidade ou dificuldade de engravidar do segundo filho. A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é transmitida geneticamente e atinge mulheres de diferentes idades.
Além disso, a partir do segundo, os partos costumam ser mais rápidos porque não é a primeira vez que o organismo os experiencia. O colo do útero e a pelve já foram “esticados” uma vez. Portanto, é mais fácil para o corpo deixar o bebê passar.
Uma gravidez é considerada múltipla quando o útero materno se desenvolve de forma simultânea dois ou mais embriões. Na espécie humana, o habitual é a concepção de um filho por vez. Isso é o que acontece em 97% das gestações.
O maior número registrado de fetos gerados em uma gestação foi anunciado em Roma, em julho de 1971. Após quatro meses de gravidez, uma mulher de 35 anos, que havia feito tratamento para fertilidade, teve de se submeter a uma cirurgia para retirada de 15 fetos.
Útero bicorno ou útero bicorne é uma anomalia congênita em que o útero é dividido em dois lados, na parte interna. Essa membrana pode ter tamanhos variados, desde uma pequena divisão até uma divisão completa do útero em dois.
Todas as mulheres com útero bicorno têm uma vida sexual normal e muitas apresentam também gravidez e partos sem problemas, mas em alguns casos a má formação no útero pode causar nascimento prematuro do bebê.
O útero bicorno é uma anomalia da morfologia do útero, sendo uma das alterações uterinas mais comuns. Quando ocorre a malformação, o útero desenvolve uma membrana que separa a cavidade uterina em duas. Essa divisão pode ser parcial ou total.
O útero é um órgão, do sistema reprodutor feminino, em formato de pera e que apresenta como principais partes: fundo, corpo do útero e colo uterino. O útero é um órgão, em formato de pera, que possui paredes espessas e faz parte do sistema reprodutor feminino.