Em primeiro lugar, é preciso destacar a conjuntura política internacional. Na década de 1920, diversos países europeus enfrentaram uma grande crise econômica em decorrência dos danos sofridos em seus parques industriais na Primeira Guerra Mundial. Essa crise permitiu a subida ao poder de governos autoritários que prometiam soluções de curto prazo, caso de Mussolini na Itália. Entre vários outros exemplos, Hitler chegou ao poder na Alemanha, Salazar em Portugal e, depois de uma guerra civil, Franco assumiu na Espanha.
Portanto, em suma, Vargas deu o golpe em 1937, instalando a ditadura do Estado Novo em razão da: (1) Conjuntura internacional favorável a governos autoritários e que pregavam a descrença na democracia liberal; (2) Necessidade de retomar o poder para executar seu projeto político sem diálogo democrático; (3) Busca por um instrumento político de força para se livrar de adversários políticos e até mesmo de possíveis rivais, acabando com a oposição, fosse ela de deputados, senadores e governadores, ou mesmo de trabalhadores que se manifestassem nas ruas em busca de seus direitos.
Nos primeiros anos do novo governo, Vargas enfrentou a insatisfação de inimigos e até de aliados descontentes com a ditadura iniciada em 1930 – assim considerada por eles uma vez que a Constituição de 1891 estava suspensa e o governo se dava por decretos.
Creio que Vargas foi necessário, em especial, para derrubar as oligarquias e modernizar o país, fechar os órgãos de “representação popular” como o Congresso Nacional, naturalmente corrupto e gerar novos parâmetros de desenvolvimento nacional seguro. Aliás, a Era Vargas, se não foi a melhor para o país pelo menos o colocou num novo caminho e até hoje há o rescaldo de Vargas.
Vale lembrar que Vargas já tinha pretensão de dar continuidade ao seu governo por meio de um golpe. Justamente por isso não se candidatou e nem apoiou Américo Almeida, indicado pela situação para ser o seu sucessor.
Em 1945, quando o Estado Novo já estava em crise, o próprio general Góis confirmou que o Plano Cohen tratava-se de uma farsa criada pelo governo e seus aliados para a manutenção de Vargas no poder.
A alegação de “ameaça comunista”, claramente, era falsa. Naquele momento muitas lideranças do movimento de 1935 ainda estavam presas. Assim sendo, impossibilitadas de qualquer tipo de atuação política.
Com a derrota do nazi-fascismo o regime autoritário de Vargas tornou-se insustentável. Em 1945 foi decretada a anistia, os presos políticos foram libertados, a censura à imprensa chegou ao fim e novos partidos políticos foram criados.
Um dos meios utilizados foi o documento que ficou nacionalmente conhecido como Plano Cohen. O falso registro foi elaborado pelo capitão Olímpio Mourão Filho e amplamente divulgado para a população como um plano de ataque e tomada de poder de comunistas brasileiros e estrangeiros.
O que foi o Estado Novo? Estado Novo é o nome pelo qual ficou conhecido o governo ditatorial de Getúlio Vargas entre os anos de 1937 e 1945. O momento ficou marcado pelo autoritarismo, censura e centralização de poder, típicos dos regimes ditatoriais.
Desde as Revoltas Comunistas de 1935 o governo brasileiro fomentava o anticomunismo. Foi sob essa justificativa que Getúlio Vargas deu o golpe de Estado que estendeu seu governo por mais oito anos.
Em segundo lugar, é preciso destacar as transformações que ocorriam na política brasileira. No Brasil, assim como na América Latina, uma série de movimentos políticos derrubou oligarquias que estavam no poder há muito tempo. Getúlio Vargas, após ser derrotado nas eleições de 1930 por Júlio Prestes, contou com o braço armado dos tenentes para impedir a posse do vencedor e derrubar o então presidente, Washington Luís.
As dificuldades do governo se completavam com as pressões da Ação Integralista Brasileira, de inspiração fascista, e da Aliança Nacional Libertadora, frente antifascista que cada vez mais era controlada por comunistas.
Durante o Governo Constitucional (1934-1937), Vargas continuou enfrentando dificuldades. Mesmo com uma constituição e mesmo com maioria no Congresso, foi autoritário e enfrentou uma oposição contundente, que denunciava as ações violentas do seu governo. Nas ruas, os trabalhadores fizeram manifestações exigindo a ampliação dos direitos trabalhistas e a fiscalização das leis, que não estavam sendo cumpridas pelos patrões.
Insatisfeitos com a decisão de Getúlio, em colocar a AIB na clandestinidade, os integralistas começaram a tramar uma conspiração em vários estados brasileiros. A trama contou, ainda, com membros da marinha e civis, incluindo políticos. Em março de 1938 o levante foi frustrado e muitos rebeldes foram presos antes mesmo de consolidarem os ataques.
Essa situação se arrastou de novembro de 1935 até julho de 1937, quando o Estado de Guerra foi suspenso e os presos políticos encarcerados no período foram libertados. Na mesma época, as campanhas eleitorais para as eleições de 1938 foram iniciadas, com o ex-governador de São Paulo, Armando Sales, concorrendo como candidato da oposição, contra José Américo de Almeida, candidato do governo, mas que, na prática, não contava com o explícito apoio de Vargas. Parecia um retorno à normalidade. Mas não era o caso.
Em novembro de 1935, com as fracassadas insurreições da Aliança Nacional Libertadora – conhecidas como Intentona Comunista – Vargas obteve a justificativa que queria para fortalecer novamente o Poder Executivo, reformar a Lei de Segurança Nacional que havia sido criada em 4 de abril de 1935 e modificar a Constituição de 1934. Impôs o Estado de Sítio (equiparado ao Estado de Guerra) conseguindo meios para prender milhares de pessoas sob a acusação, por vezes falsa, de participação nos levantes comunistas. Para julgá-los, criou o Tribunal de Segurança Nacional (TSN).
Para mim , Getúlio Vargas foi um dos melhores presidentes que o Brasil já teve ,este sim, queria Ordem e Progresso .Ele ,fez Ministérios,criou orgãos públicos, como Petrobrás,este sim ,queria ver o Brasil melhor .
Esse grupo acreditava que o “atraso” brasileiro tinha a ver com a escolha do sistema liberal, inadequado à realidade brasileira, e que o Congresso Nacional era mais um lugar de disputa entre interesses particulares do que um espaço de debate e de solução dos problemas nacionais. Daí a escolha por um Estado forte e interventor – características que seriam típicas do Estado Novo.
Em outubro de 1930, esses setores reformistas foram bem-sucedidos. Um movimento armado depôs o presidente Washington Luís e Getúlio Vargas assumiu a presidência da República. Esse complexo processo da política brasileira ficou conhecido como “Revolução de 1930” (Saiba um pouco mais sobre esse processo clicando aqui).
A Constituição outorgada em 1937 teve inspiração clara na Carta Fascista da Polônia, por isso, foi chamada de “polaca”. Além do caráter corporativista, o documento autenticava a centralização do Executivo na administração política e Econômica do Estado.