Dentro do ambiente tridimensional que é o biofilme, os microrganismos podem e devem estabelecer comunicação. As primeiras células que se fixam no substrato são responsáveis por produzir sinais que vão atrair mais e mais bactérias para que, de forma cooperativa, secretem as substâncias que irão formar o biofilme.
É uma biopelícula formada pós-eruptivamente pela adsorção (adesão) de proteínas e glicoproteínas salivares e do fluido gengival na superfície dentária. Essa fina camada forma a base para a subseqüente adesão de microrganismos, os quais, sob certas condições, podem se desenvolver o biofilme dentário.
Outro mecanismo de acúmulo bacteriano no biofilme, consiste no próprio processo de divisão celular das bactérias aderidas. As novas bactérias geradas pela divisão celular passam a formar microcolônias que aumentam em tamanho. Durante a formação do biofilme, diversas microcolônias em crescimento se unem umas às outras.
O processo envolve a desmineralização do esmalte dental devido a altas concentrações de ácidos produzidos pelas bactérias presentes nos biofilmes em presença de carboidratos. Figura 2: Representação de exopolis- sacarídeos formados a partir da glicose.
Autores consideram que a remoção do biofilme, apesar de difícil, pode ser obtida por meio de limpeza mecânica com escovação, porém alguns desinfetantes são capazes e outros não de remover o biofilme(1,15). Em nossa pesquisa houve diferenças na ação dos desinfetantes sobre os biofilmes.
A adesão das células microbianas a uma superfície pode se dar ao acaso ou ser induzida por quimiotaxia em função das características químico-físicas da superfície. A composição da superfície determina interações eletrostáticas ou hidrofóbicas que podem favorecer a formação de biofilmes.
Dentre os principais fatores de virulência, presentes no estabelecimento da infecção no trato urinário, estão as adesinas (fímbria do tipo 1, fímbria P, fímbria S, adesinas Afa/Dr), que promovem a colonização e formação de biofilme15.
Entretanto, nas indústrias de alimentos são as bactérias que mais frequentemente produzem biofilmes, ainda que umas apresentem maior aptidão que outras. Dentre as bactérias deteriorantes, destacam-se: Pseudomonas fragi, Pseudomonas fluorescens, Micrococcus sp. e Enterococcus faecium32,33.
A placa bacteriana, também conhecida como biofilme dental, é uma película transparente e pegajosa que se forma sobre a superfície dentária. Ela é formada através do acúmulo de bactérias, restos alimentares e outros microorganismos que, devido a uma má higienização, se aderem ao dente.
As bactérias da placa produzem ácidos que atacam o esmalte dos dentes, desmineralizando-os. Se a placa não for removida a tempo, essa desmineralização pode causar danos irreversíveis. A placa que se acumula sobre os dentes, se não for removida, pode mineralizar transforma-se em cálculo (tártaro).