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As quatro portas eram primazia nacional: a equivalente americana Suburban tinha apenas duas (e só ganharia quatro em 1973).
Mais tarde, o modelo foi redesenhado para servir como um carro de passageiros com melhorias e refinamento de ornamentos, tornando-se um carro que ganhou grande popularidade no Brasil. Ele se tornou um dos carros mais valorizados do país e até se tornou tema de documentários. Existem três principais versões do Veraneio, sendo elas: a versão 4 portas, a versão 4x4 e a versão "conexão" que foi desenvolvida para a polícia militar. O Veraneio é lembrado como uma parte importante da história automotiva brasileira.
Ampla área envidraçada, pedais suspensos e câmbio de três marchas sincronizadas facilitavam sua condução. Suas quase 2 toneladas eram impulsionadas pelo tradicional motor Chevrolet Brasil de seis cilindros, 4,3 litros e 142 cv.
Com fabricação nacional entre 1964 e 1994, o Veraneio logo ganhou um espaço importantíssimo na sociedade, como por exemplo sendo ambulância. É verdade que seu espaço interno para 9 lugares era uma verdadeira “mão na roda” em momentos de apuros, na qual se precisava carregar pronto socorristas e equipamentos para salvar vidas.
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Sem excessos, as linhas básicas já haviam sido apresentadas meses antes, no lançamento das picapes C-1404 (chassi curto), C-1505 (chassi longo) e C-1414 (chassi curto com cabine dupla).
Daniel tem 33 anos, morador de São Paulo, e comenta que sempre foi apaixonado por carros. Para adquirir o modelo placa preta 1987/1988, ele conta que tudo começou com uma paixão à primeira vista. “Esse carro surgiu através de um amigo que tinha loja de veículos antigos. Desde o dia que esse carro apareceu na loja fiquei encantado, porém, estava acima das minhas condições financeiras na época. Por isso, não pude adquiri-lo naquele momento”.
O Veraneio foi um marco na história automobilística nacional não só pela sua influência no cotidiano, mas também pela fama que conquistou. Apesar do seu nome ser justamente pelo fato de ser um carro projetado para o lazer, o modelo também foi um grande companheiro de um órgão civil importantíssimo: a polícia. O governo percebeu que seu espaço poderia ser útil tanto no atendimento emergencial de saúde quanto para locomover infratores da lei. Então foi aí que o Veraneio virou o famoso camburão.
Muitos amigos de Daniel o satirizam quando o veem estacionando o Veraneio falando: “Já andei muito em um carro desse no passado, mas no porta-malas”, mostrando que a fama de camburão permanece viva até hoje”.
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Nesse tempo, o proprietário fala que já passou algumas histórias inusitadas ao lado do Veraneio. “Um dia eu estava dando uma volta com o veículo e percebi que atrás de mim havia um carro me seguindo, que do nada parou do meu lado. Dentro do carro tinha um senhor de uns 50 anos que começou falar que eu devia voltar para casa com aquele carro e guardá-lo debaixo de um lençol de linho e não nunca mais tirá-lo de lá”, relembra em tom de brincadeira. “A pergunta mais recorrente de estranhos é se o Veraneio gasta muita gasolina”, completa.
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Pouco depois vieram os freios dianteiros a disco e, em 1981, o motor Chevrolet Brasil de 4,3 litros foi substituído pelo seis-cilindros de 4,1 litros do Opala, movido a gasolina ou etanol e acoplado a um câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho.
Em um mercado automotivo cada dia mais focado em novas tecnologias, Daniel pensa que a história dos veículos antigos nunca deve ser apagada. “Acho que os carros antigos fazem parte da nossa história, faz com que voltemos ao nosso passado, recordando de coisas simples e felizes. Me lembro que quando era criança, meu irmão ia no dentista fazer manutenção do aparelho ortodôntico dele e eu ia junto. O dentista tinha um Veraneio e eu ficava pedindo todas as vezes para que meu pai me levasse na garagem do consultório para ficar vendo o modelo por alguns minutos.”
Carismática ou não, o fato é que ninguém fica indiferente a ela: colecionadores americanos já vieram buscar algumas unidades, levando-as para muito longe de qualquer estigma.
Esteticamente, o SUV passou por algumas mudanças, sendo uma das mais importantes em 1989, quando ganhou painel modernizado, ar-condicionado e direção assistida. E foi justamente na década de 1980 que um personagem surge nessa história, o Chevrolet Veraneio do Daniel Rubio.
O Chevrolet Veraneio é um veículo utilitário que a Chevrolet produziu entre os anos 1958 e 1988 no Brasil. Foi criado em resposta às necessidades das tropas brasileiras, o veículo foi projetado para servir como uma versão militar de um carro de passageiros. O modelo foi adotado rapidamente por civis devido à sua robustez e capacidade de carregar cargas.
A máxima em torno dos 140 km/h exigia atenção com a direção lenta (mais de seis voltas de batente a batente) e com os freios a tambor nas quatro rodas.
O entusiasta conta que desde pequeno sempre observou bem o setor automotivo à sua volta. “Quando tinha aproximadamente 5 anos sabia o nome de diversos carros e ficava olhando-os passar na rua e falando os nomes para o meu pai ir julgando se eu estava acertando ou errando.” Já o interesse em antigos surgiu por meio de um amigo. Daniel relata que um de seus amigos comprou um veículo antigo e ele sempre o ajudava com a manutenção, além de acompanhá-lo em encontro de antigos. “Eu brinco e falo que isso parece droga. É um vício. A gente começa com um carro e de repente acaba comprando outro, quando vai ver não consegue mais ficar sem. Uma época acabei ficando sem nenhum carro antigo, infelizmente, mas não sosseguei até conseguir comprar outro e começar a colecionar novamente.”