A defesa da liberdade e da democracia depende em primeiro lugar dos povos. Se estes não quiserem a democracia, será difícil criá-la. Dito isto, que não chega, há mais. A democracia é uma construção difícil e longa. É uma convenção complexa. É uma organização frágil, condicionada pela circunstância e pelos costumes. Pelas instituições e pelos políticos...
5) Crescimento endógeno. A dualidade discursiva (social vs. político) não alcança a “dialética do concreto” para retirar o véu das alienações, dos preconceitos e das aparências enganadoras, na acepção de Karel Kosik. O erro teórico se estende às alternativas de superação, em cada conjuntura. Na América Latina, a redemocratização pós-ditaduras não reverteu a tendência ao neoliberalismo. Aumentou a marginalização social, o exército de reserva informal e o drama das iniquidades, como se o crescimento endógeno não contasse para uma democracia robusta. Não é possível promover a defesa ativa da democracia, se esta é submissa – na política – ao arbítrio das finanças, às famílias que controlam os meios de comunicação e às imposições do erodido imperialismo estadunidense.
Alain Touraine acusa a democracia dos EUA (“país de cultura profundamente democrática”) de se submeter aos lobbies e se render ao aparelho burocrático dos partidos, transformados em máquinas eleitorais. Ao descobrir o óbvio, não gostou. Quanto a França, restava paralisada por ideologias que serviam de correia de transmissão ao voluntarismo político. Culpou os dirigentes partidários que mereciam a diabolização, por confundir as fronteiras do social e do político. Sua teoria aprisiona o real na jaula escolástica do academicismo, para rejeitar a intersecção prática das esferas, no caso.
O vieux penseur liberal separa as esferas do social e do político. “A democracia supõe a sociedade civil associada à sociedade política: ambas independentes. O Estado estabelece a agenda da nação”. Nos anos 1990, um mandatário tucano reprimiu o movimento paredista dos petroleiros contra a privatização da Petrobrás. “O movimento sindical extrapolou. Discutir os salários e as condições de trabalho é uma coisa; outra, é a discussão sobre as privatizações. Temática a ser debatida pelos que detêm mandatos no Legislativo ou no Executivo. Sindicalistas não possuem. A greve é ilegal”. Usou de um arrazoado muito caro ao liberalismo clássico, já desfraldado pelo amigo intelectual francês.
A passagem da soberania popular, da conquista pela força até uma postura de enaltecimento das diferenças e das minorias, evoca as tensões que atravessaram a revolução dos costumes, em Maio de 1968. A concepção negativa de liberdade (não ser obrigado a fazer algo contra a vontade) é um dos pilares da democracia. Salvo, se colocar em risco a sobrevivência dos demais como ocorreu no genocida negacionismo da pandemia e da vacinação, para a proteção geral contra o coronavírus.
a liberdade de expressão e opinião de vontade política de cada um; a igualdade de direitos políticos e a possibilidade de oportunidades iguais para que povo e partidos políticos possam se pronunciar sobre decisões de interesse público.
Uma teoria sustenta que a democracia exige três princípios fundamentais: 1) a soberania reside nos níveis mais baixos de autoridade; 2) igualdade política e 3) normas sociais pelas quais os indivíduos e as instituições só consideram aceitáveis atos que refletem os dois primeiros princípios citados.
As “elites” locais simulam estar acima das lutas entre o capital e o trabalho, que tensionam o status quo. Elas escondem as opções de sucateamento dos avanços adquiridos, junto com o entreguismo. Aos progressistas, cabe a tarefa de reorganizar as demandas represadas dos trabalhadores no plano político institucional e no extra-institucional, para além da despolitização da política e da economia.
A democracia ateniense estava baseada em três princípios: isegoria, isonomia, isocracia, ou seja, todos os cidadãos tinham direito à palavra nas assembleias, eram iguais perante à lei e participavam de forma igualitária nas decisões públicas.
Após o século XVIII, com a destruição do regime fundado sobre a hereditariedade, o direito divino e os privilégios aristocráticos, a democracia foi vinculada à presunção do governo do povo para o povo. Dois séculos adiante, a Société du Mont-Pèlerin (Hayek, Mises) erigiu a liberdade individual como valor supremo. Desde então, as liberdades coletivas e a igualdade sofrem investidas por parte da dominação capitalista. Movida pela dinâmica selvagem de acumulação sem uma preocupação climática, a história entendida como progresso linear não cumpriu as promessas de igualitarização, e esgaçou as desigualdades. Calcada na liberdade individual, que a economia traduziu por laissez-faire, a modernização ficou sintetizada nos mandamentos do Consenso de Washington (1989).
O fato relativiza a narrativa otimista do retorno ao espírito das Luzes. Por extensão, acende o alerta vermelho às arregimentações com o objetivo de implantar a “democracia iliberal”, um conceito formulado pelo ultradireitista Viktor Orbán, na Hungria. O triângulo formado pelo consenso ao redor de valores culturais, o conflito entre posições dissonantes e o compromisso de uma resolução nos marcos jurídicos foram trocados pela tábua rasa do autoritarismo, se não pela escatologia. Em Brasília, mijaram e cagaram sobre obras de arte; depredaram peças e documentos inestimáveis.
4) Os partidos. A escolha dos governantes através do programa dos partidos a que estão ligados é essencial à democracia. Mas sem informações sobre a política econômica dos candidatos e sobre as implicações nos principais domínios da existência em coletividade, os eleitores são manipulados pelo poder econômico. Demagogos que se anunciam independentes de interesses particulares (de grupo, casta ou classe) não conseguem explicar como se relacionam com os interesses nacionais e internacionais. Na confusão, a onda neofascista vota de arrastão no rebotalho político e cognitivo.
2) Participação social. A democracia necessita da intervenção direta nas deliberações sobre a vida política. O exercício da cidadania (para os antigos uma obrigação moral, para os modernos uma práxis facultativa) reforça o desejo de pertencimento e coesão. Em sociedades multiétnicas e/ou marcadas por profundas divisões sociais, esse é um passo imprescindível para a recuperação dos sentimentos perdidos do bem comum e da territorialidade comum. Os processos de inclusão e mobilidade social reconstroem a democracia em nações fraturadas, com mecanismos capazes de acionar mais igualdade e solidariedade no tecido social para gerar uma consciência nacional.
3) Representatividade política. A representação reporta a institucionalização de refregas sociais pelo reconhecimento de sua legitimidade, para criar acordos. Não se trata de um simples método contábil para eleger representantes setoriais, mas da chance de trazer a público as disparidades que grassam nas dimensões econômica, social e cultural da sociedade. As divergências quando vêm à tona fortalecem as estruturas da institucionalidade e a imaginação democrática, ao contrário do que prega o pensamento neocolonialista em nome de totalidades abstratas, fluídas, emitidas à fórceps.
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Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social.
Mas, basicamente, um projeto deve conter: introdução, justificativa, objetivo geral, objetivo específico, metodologia, público alvo, resultados e bibliografia.
A gestão com foco em resultados é uma estratégia de gestão empresarial em que se usam os resultados alcançados para definir todas as ações da empresa. Os métodos de gestão por resultados exigem o monitoramento desses resultados de forma constante.
A gestão orientada para resultados é um modelo de administração de empresas que exige bastante comprometimento da equipe, especialmente por não ser voltado para o número de horas trabalhadas e, sim, ao empenho para a finalização das metas.
A meritocracia nas empresas é um modelo de gestão em que os funcionários são avaliados e premiados conforme o seu desempenho profissional. Nesse modelo, compreende-se que aqueles colaboradores que alcançam mais metas e geram os melhores resultados têm mérito para serem premiados com benefícios – e responsabilidades.
Avaliando o mérito Do ponto de vista do funcionário, o modelo meritocrático exige todas as competências e habilidades baseados nos valores da empresa, portanto o mérito pode ser considerado algo variável. Já a empresa deve ser capaz de determinar o que quer e fazer transformar isso em metas que possam ser mensuradas.
“Meritocracia é a celebração do esforço, do empenho focado na superação de si e do outro, o desejo de romper limites, de ser melhor”, responde Dennys Xavier, professor de filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e coordenador acadêmico do Instituto Mises Brasil.
A meritocracia é uma ideia que procura explicar e determinar os lugares sociais ocupados pelos indivíduos na sociedade a partir da concepção do mérito individual. Sendo assim, é um modelo que busca justificar a distribuição de renda, poder e posições políticas entre os indivíduos com base no ideal do merecimento.
O termo Meritocracia, neologismo — do latim mereo ('ser digno, merecer') e do grego antigo κράτος, transl. krátos ('força, poder') — estabelece uma ligação direta entre mérito e poder. Tanto a palavra mérito quanto a palavra poder têm diversos significados, o que faz com que o termo meritocracia seja polissémico.
A meritocracia se faz importante no meio empresarial por ser um bom método para identificar onde estão os bons funcionários e recompensá-los pelo trabalho bem feito. Além disso, é uma maneira de saber onde estão os “motores” da empresa, com ideias e posturas inovadoras que irão levá-la ao sucesso.
Quem defende a meritocracia afirma que a expansão da educação e o estabelecimento, no sistema de ensino, no mercado e no Estado, de critérios universalistas de seleção individual fizeram com que a igualdade de oportunidades se oferecesse a todos, e que, a partir daí, o esforço, a disciplina, e a inteligência de cada um ...