Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares - NESME
Há também uma não integração e o bebê precisa primeiro encontrar uma unidade para depois poder discriminar o que vem de onde.
Um paciente que teve muita análise inútil na base de um falso-self, cooperando vigorosamente com um analista que pensava ser aquele o seu self integral, me disse: ‘a única vez que senti esperança foi quando você me disse não ver esperança’, e continuou com a análise.” (Winnicott, 1979, pág.139).
A psicose está ligada à privação emocional em um estádio anterior àquele em que o bebê possa perceber essa privação. Além da falha ambiental em si, a provisão necessária está completamente fora da percepção e da compreensão do bebê. Nesse caso, não chegou a existir uma provisão sentida como suficientemente boa e que, em determinado momento, cessou. Em vez de uma interrupção no sentimento de continuidade da existência, que fazia parte do ambiente suficientemente bom, o bebê é surpreendido por uma interrupção de seu existir que não pôde ser atribuída a ninguém e a nada, e que nem sequer é experimentada como tal, já que ele se encontrava em um estágio evolutivo que ainda não o capacitava a se diferenciar minimamente do ambiente. Assim, o ponto de origem da privação é mais precoce e totalmente indeterminado, ocasionando não propriamente uma perda, total ou parcial, mas uma incapacidade absoluta de se relacionar com objetos (Loparic, 1996).
Ora, é evidente a influência de Heidegger na construção do modelo ontológico de homem proposto por Winnicott, mas a singularidade está precisamente na relação com a concepção freudiana do homem regido pelas pulsões, de modo que a vida instintual e o corpo, presentes desde o início, integram aspectos da existência inerentes à necessidade de ser. Assim, na perspectiva da teoria do desenvolvimento proposta por Winnicott, a sexualidade passa a ser considerada uma aquisição do próprio processo de desenvolvimento infantil, e não seu fundamento. Diferentemente de Freud e Klein, que pensavam o desenvolvimento a partir do que o sujeito faz com os objetos com os quais se relaciona, sempre atravessados pelo amor e/ou pelo ódio, Winnicott introduz a necessidade da experiência de ser antecedendo ao fazer, entendendo que, num momento inicial da vida, quando a percepção da alteridade inexiste, os objetos são subjetivos, concebidos pelo bebê a partir de vivências satisfatórias proporcionadas pela mãe-ambiente. Fulgencio questiona o fato de muitos autores considerarem Winnicott um teórico das relações de objeto na história clássica da psicanálise, observando que o objeto subjetivo não pode ser considerado um objeto para o bebê, já que é um tipo específico de objeto concebido pelo próprio bebê, e não reconhecido por ele a partir de sua percepção do mundo.
Los temas abordados son: área de ilusión, capacidad de estar suelo, creatividad e espontaneidad y el falso y verdadero self.
Winnicott, D. W. (1983). Distorção do ego em termos de falso e verdadeiro self. Em D. W. Winnicott (Org.), O ambiente e os processos de maturação: Estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (pp. 128-139). Porto Alegre: Artes Médicas (Original publicado em 1960)
O fracasso ambiental nesse ponto do desenvolvimento acirra o potencial paranóide. O bebê se vê obrigado a se defender de intensas ansiedades paranóides, e para tanto organiza defesas igualmente vigorosas. Além disso, recolhe-se para seu próprio mundo interno (introversão patológica), um mundo que ainda não está bem organizado. Para se livrar da perseguição do ambiente, deixa de adquirir o status de unidade, "renunciando" ao compromisso de crescer e conquistar sua própria autonomia.
As manifestações geralmente reconhecidas como psicóticas nascem de uma tendência à clivagem básica na organização meio ambiente-indivíduo, desencadeada como uma reação a experiências de fracasso da adaptação ativa do ambiente inicial. A extrema clivagem faz com que a vida interior o mundo particular de fantasias do indivíduo, contenha poucos elementos derivados da realidade externa. A vida secreta torna-se, assim, incomunicável. O indivíduo se deixa levar por uma vida falsa, e essa submissão a um ambiente sedutor acaba por produzir um falso self, em que as pulsões ficam do lado do meio ambiente sedutor, traindo a verdadeira natureza humana. Com isso, o indivíduo não consegue atingir uma autêntica maturidade, que é substituída por uma pseudomaturidade, em um meio ambiente psicótico.
No decorrer do desenvolvimento psíquico normal, a adaptação ativa que a mãe propicia, procurando atender às necessidades que variam de acordo com as diferentes etapas do desenvolvimento, nutre o potencial criativo da criança. Isso origina uma prontidão para a alucinação. O amor e a compreensão proporcionam a identificação da mãe às necessidades do bebê, a ponto de ela fornecer-lhe algo além do alimento, que é a possibilidade de usar criativamente seu potencial para alucinar o seio provedor. A repetição dessa experiência desencadeia a habilidade do bebê de usar o recurso da ilusão, sem a qual é impossível o contato entre a psique e o meio ambiente. Isso permite que o bebê construa, nesse espaço de ilusionamento propiciado pela mãe, um objeto que o console e lhe dê conforto: o objeto transicional (Winnicott, 1951/1978).
Green (1994) especula que esse conceito talvez acrescente um terceiro tipo de processo, que viria completar a clássica oposição entre processos primários e processos secundários, propondo designá-los como processos terciários. Esses processos serviriam de agentes de ligação entre os primários e os secundários, que estão sempre em perpétua interação. No campo cultural, por exemplo, o mito desempenha essa função de ligação social entre a realidade subjetiva, absolutamente singular e impermeável, e a realidade exterior, coletiva e compartilhada. Green propõe que pensemos o mito como um objeto transicional coletivo. Isso nos permite compreender melhor a noção de transicionalidade.
É importante ressaltar que o falso self não é algo intrinsecamente negativo. Ele desempenha um papel importante na adaptação e na interação social, permitindo que a pessoa se encaixe nos padrões e expectativas sociais. No entanto, quando o verdadeiro self é completamente suprimido e negado, pode surgir um sentimento de vazio e falta de autenticidade.
Dado esse ponto de ruptura, Winnicott desenvolve sua teoria sobre as origens da agressividade baseado em fatos empíricos, levando em conta a relação do indivíduo com o ambiente, afirmando que o impulso amoroso primitivo é inerente ao fato de estar vivo e corresponde a uma expressão do ser a partir de sua motilidade no estado de dependência absoluta, no qual ainda não existe uma realidade não self, tampouco uma intenção de destruir o objeto. Nessa perspectiva, Winnicott elabora o conceito de uso do objeto, através do qual a realidade externa é criada por meio da destruição e da sobrevivência do objeto. Leopoldo Fulgencio contribui para a compreensão desse conceito observando que “não é o objeto, ele mesmo, em sua totalidade, que é destruído, mas sim a sua natureza de ser um objeto puramente subjetivo ou transicional” (p. 159). O uso do objeto não consiste, portanto, numa ação que visa intencionalmente destruir o objeto, mas representa a expressão da criatividade originária e do viver espontâneo decorrente da motricidade. Ao ambiente caberá a sustentação desse processo, pois caso as falhas sejam demasiadas o objeto não sobreviverá.
Em 1958, Winnicott escreveu um artigo em que expõe sua constatação de que a capacidade de estar só é um dos sinais mais importantes de amadurecimento emocional. Não se refere, absolutamente, a um confinamento solitário; trata-se, isto sim, de um fenômeno altamente sofisticado ao qual uma pessoa pode chegar depois de atingir o estágio triádico.
Uma outra forma de dizê-lo é: há uma solidão compartilhada, sem tensão no id. É aquilo que, às vezes, caracteriza o pós-coito.
A mãe que não consegue ser suficientemente boa não proporciona ao bebê que ele se constitua como sujeito independente. Winnicott explica que não é necessário a mãe ter uma compreensão intelectual de sua função ou tarefas.
Um ambiente facilitador é desafiador, alegre e privilegia a autonomia e autoria da criança. É, pois, tarefa do adulto estar presente sempre que possível, agindo apenas quando indispensável, dando tempo à criança de experimentar e de ser, sem atrapalhar.
A psicanálise winnicottiana é o conjunto teórico-clínico resultante dos 40 anos de pesquisa e atendimento de cerca de 60.
A teoria do amadurecimento pessoal baseia–se na concepção de que todo indivíduo humano é dotado de uma tendência inata ao amadurecimento, ou dito de outro modo, à integração numa unidade psique–soma. Sendo o soma, um corpo vivo, não apenas o corpo biológico e psique não se confundindo com a mente.
Winnicott enfatiza a adolescência como um período em que o jovem é, essencialmente, imaturo, um ser isolado, que não aceita falsas soluções e que procura sentir-se real, buscando experiências para isso.
A adolescência consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta. Caracteriza-se por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.
Há outras características de maturidade. Algo muito importante, por exemplo, é senso de responsabilidade sobre si mesmo, assim como o desenvolvimento de uma sólida disciplina: isso significa controle racional sobre as emoções.
Abaixo, 5 dicas para ajudar gestores a fazer com que isso aconteça.
COMO DESENVOLVER O SENSO DE RESPONSABILIDADE DAS CRIANÇAS
Seja proativo Por isso nunca pare de buscar conhecimento e tenha ciência de que as coisas não giram ao seu redor, que todos têm problemas e responsabilidades. Você também deve ser proativo e realizar as tarefas sem ninguém pedir, isso demonstrará responsabilidade no trabalho e competência.
Algumas pessoas demoram para tomar decisões importantes na vida, que podem causar um impacto positivo definitivo, porque não evitam ações que vão exigir um pouco mais de disciplina e organização, o que causa conflito não apenas para elas, como para aqueles que as cercam.