É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) e o Aedes aegypti (Organizacion Panamericana de la Salud, 2011). O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante onda epidêmica em diversos países da América Central e ilhas do Caribe. No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todas os Estados registram transmissão desse arbovírus. Esta arbovirose também pode se manifestar de forma atípica e/ou grave, sendo observado óbitos.
A chikungunya é uma doença causada pelo vírus Chikungunya que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, causando sintomas, como febre alta e dor intensa nas articulações, e podendo provocar sequelas, como rigidez articular e dor no corpo, que podem persistir por anos.
O vírus Chikungunya é transmitido às pessoas principalmente por picadas de mosquitos. Os mosquitos são infectados quando se alimentam de uma pessoa já infectada com o vírus. Os mosquitos infectados podem então espalhar o vírus para outras pessoas por meio de picadas, depois que o vírus atinge as glândulas salivares do mosquito.
No entanto, devido à semelhança dos sintomas com os de infecções como dengue e zika, outros exames no sangue como a pesquisa de anticorpos específicos para esses vírus, hemograma e dosagem de enzimas hepáticas podem ser indicados.
Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação médica conforme cada caso, pode ser recomendada a fisioterapia. Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
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O diagnóstico de infecção pelo vírus Chikungunya deve ser suspeitado em pacientes com início agudo de febre e poliartralgia e exposição epidemiológica relevante (residência ou viagem para uma área onde a transmissão da infecção pelo vírus chikungunya por mosquito foi relatada). O diagnóstico de chikungunya é estabelecido pela detecção de RNA viral de chikungunya, sendo que as principais técnicas moleculares utilizadas são RT-PCR (Reverse-Transcription Polymerase Chain Reaction) e o qRT-PCR (Real Time RT-PCR). Testes para infecção pelo vírus da dengue e infecção pelo vírus Zika também devem ser realizados.
A manifestação cutânea mais comum é erupção cutânea macular ou maculopapular (geralmente aparecendo 3 dias ou mais tarde após o início da doença e durando 3 a 7 dias). Atinge principalmente o tronco e as extremidades, incluindo palmas e plantas, podendo atingir a face. O prurido está presente em 25% dos pacientes e pode ser generalizado ou apenas localizado na região palmo-plantar. Muitas vezes é difícil diferenciar o quadro exantemático de outras arboviroses.
Após um período de incubação de 3 a 7 dias (variação de 1 a 14 dias), alguns estudos mostram que até 70% apresentam infecção sintomática. A forma tipica da doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica. Após o período de incubação, os sinais e sintomas de infecção aguda começam abruptamente com febre e mal-estar e, geralmente, duram de 7 a 10 dias.
As alterações laboratoriais de chikungunya, durante a fase aguda, são inespecíficas. Leucopenia com linfopenia menor que 1.000 cels/mm3 é a observação mais frequente. A velocidade de hemossedimentação e a Proteína C-Reativa encontramse geralmente elevadas, podendo permanecer assim por algumas semanas. Outras alterações podem ser detectadas como elevação discreta das enzimas hepáticas, da creatinina e da creatinofosfoquinase (CPK).
As manifestações clínicas da infecção neonatal ocorrem três a sete dias após o parto e incluem febre, erupção cutânea, edema periférico, doença neurológica (meningoencefalite, edema cerebral e hemorragia intracraniana) e doença miocárdica. As anormalidades laboratoriais incluem testes de função hepática elevados, contagem reduzida de plaquetas e linfócitos e aumento do tempo de protrombina.
Não há terapia antiviral específica para o tratamento da infecção pelo vírus chikungunya, e o manejo durante a fase aguda é de suporte, incluindo repouso, fluidos e agentes antiinflamatórios e analgésicos.
Anti-inflamatórios não esteroidais, como ibuprofeno e diclofenaco, e AAS geralmente não são indicados devido ao risco de sangramento nos primeiros nos primeiros 2 dias do início dos sintomas, ou até 14 dias caso ainda exista a suspeita de dengue.
A prevenção da chikungunya pode ser feita por meio de medidas para evitar a picada pelo mosquito, como o uso de repelentes, telas nas janelas e mosquiteiros sobre as camas. Além disso, é importante adotar outras medidas para controlar a proliferação dos mosquitos transmissores, como eliminar reservatórios de água parada em casa e o uso de inseticidas. Veja mais medidas para prevenir doenças como a chikungunya.
Como medidas adjuvantes, recomenda-se a utilização de compressas frias como medida analgésica nas articulações acometidas de 4 em 4 horas por 20 minutos. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes (2 litros no período de 24 horas). A hidratação oral inicia-se na unidade de saúde.
O tratamento da chikungunya nas primeiras semanas da infecção geralmente envolve o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como antitérmicos e analgésicos, repouso, ingestão de líquidos em quantidade suficiente e uma alimentação adequada.
Os pacientes com febre chikungunya geralmente desenvolvem viremia alguns dias após a infecção, e o vírus invade diretamente e se replica nas articulações. Modelos animais da patogênese do vírus chikungunya sugerem que o vírus infecta diretamente a sinóvia e músculo, levando à produção de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e recrutamento de leucócitos. Estudos em modelos animais sugerem que drogas direcionadas a inibir monócitos, macrófagos e células T podem limitar a gravidade da doença.
As principais manifestações são clinicamente parecidas às da dengue, cursando com poliartralgia febril aguda e artrite inflamatória, bem como erupções cutâneas agudas e outras manifestações sistêmicas. Casos de transmissão vertical podem ocorrer quase que exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca infecção neonatal grave. Pode ocorrer transmissão por via transfusional, todavia é rara se os protocolos forem seguidos corretamente.