Quais Os Tipos De Nulidades No Processo Penal?

Quais os tipos de nulidades no Processo Penal

Este artigo não é sobre as inúmeras alegações de nulidades possíveis, mas sim sobre nulidades que efetivamente são reconhecidas pelos Tribunais Superiores, notadamente pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Assim, deixa-se de falar, por exemplo, sobre a ausência de exame de corpo de delito, haja vista que os Tribunais têm afastado essa nulidade, admitindo a substituição do exame por prova testemunhal.

Assim, a invalidação de ato inexistente não depende de pronunciamento do Poder Judiciário. Basta desconsiderar o ato que apenas aparenta existir para que se obedeça, então, à lei. Não é possível cogitar a convalidação do ato inexistente, daí por que a falta de arguição oportuna não gera nenhum efeito preclusivo. Não há sequer necessidade de arguição deste tipo de nulidade.

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da presença de pelo menos 15 jurados para constituição do júri. Estabelece o art. 428, CPP esse número mínimo para sorteio do Conselho de Sentença, daí, por que, se houver comparecimento de número menor, não poderá ser realizado o sorteio, pois formalidade essencial do ato. Caracteriza nulidade absoluta;

da sentença ou suas formalidades. Claro é que a ausência ou irregularidade na manifestação fundamental do juiz brota nulidade absoluta. Mas o que se deve discutir são os requisitos intrínsecos do édito judicial, ou seja, aqueles relativos a causa;

O acusador (Ministério Público ou querelante) deve descrever precisa e detalhadamente a imputação que faz ao réu na peça exordial, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal. Nesse ponto, se o acusador não especifica os fatos adequadamente, há inépcia da denúncia.

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Já com relação ao momento para argüição, a nulidade absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado e em qualquer grau de jurisdição, assim, nunca preclui. A exceção dessa regra, é o acolhimento de nulidade absoluta em prejuízo do réu, se não argüída pela acusação.

Quanto ao fundamento, a nulidade absoluta, genericamente, ocorre se a norma em apreço considerada defeituosa, houver sido instituída para resguardar, predominantemente, o interesse público. Já a nulidade relativa aparece se a regra violada servir para escoltar, em destaque, o interesse das partes.

Os atos processuais impregnados de vício são considerados válidos até o momento em que a sua ineficácia seja declarada por órgão jurisdicional competente. Portanto, em direito processual, não tem aplicação o postulado segundo o qual o ato nulo não produz efeitos. Ele, em verdade, produz efeitos até que seja decretada a nulidade pelo juiz competente.

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Também há nulidade se o réu não é citado nem comparece pessoalmente, ainda que tenha constituído advogado antes do oferecimento da denúncia (STJ, REsp 1.580.435/GO).

Segundo o STJ, trata-se de nulidade relativa, necessitando da manifestação de inconformismo da defesa no momento oportuno, assim como da demonstração de prejuízo (STJ, HC 159885/SP).

Essa nulidade ocorre quando há inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que seja oportunizada às partes a formulação das perguntas, com a inversão da ordem prevista no art. 212 do CPP. Da mesma forma, também há nulidade quando as perguntas feitas pelo Juiz, realizadas ao final da inquirição, não se restringem a complementar os fatos narrados anteriormente.

Na doutrina e jurisprudência, prevalece que os referidos defeitos se dividem em meras irregularidades, atos inexistentes e nulidades, sejam elas absolutas ou relativas.

 Na doutrina e jurisprudência, prevalece que os referidos defeitos se dividem em meras irregularidades, atos inexistentes e nulidades, sejam elas absolutas ou relativas.

O processo penal, concebido como instrumento por meio do qual se dá a aplicação da Lei penal aos casos da vida real, tem objetivo bem definido: possibilitar uma reação a fatos considerados criminosos. Sem o instrumento processual, afinal, não há punição. A “justça feita pelas próprias mãos” é expressamente vedada pelo princípio nulla poena sine judicio.

Destaca-se que o momento oportuno para a alegação de descumprimento do art. 212 do CPP é durante a inquirição da testemunha, para que conste na ata da audiência a irresignação defensiva, a fim de que, futuramente, seja possível a alegação de nulidade.

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Se a regra viciada contiver violação a um princípio constitucional, a nulidade deverá ser absoluta, ou até mesmo, inexistente. Verificamos que o processo penal nacional está resguardado, não apenas pela legalidade, mas também, por princípios mais abrangentes, com embasamento constitucional que, em certos pontos, chegam a ser desnecessários.

Também se insere na nulidade por incompetência do juízo a determinação de medidas contra autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função por Tribunal diverso daquele legalmente previsto.

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Em se tratando do princípio da convalidação ou sanabilidade, as nulidades relativas permitem a convalidação, ou seja, poderá o ato atípico ser aproveitado ou superado. O modo sanável mais comum é a preclusão, ou seja, a ausência da argüição no tempo oportuno. Sem embargo, há outras formas de convalidação, que podem ser destacadas em:

A título exemplificativo, podemos pensar na seguinte hipótese de nulidade relativa: falta de intimação do acusado para audiência de inquirição de testemunhas, quando nela esteve presente o advogado constituído. Vê-se que há vício mas que este não é irremediável, pois o advogado do interessado recebeu a intimação por ele.

Quando alegar nulidade no Processo Penal?

Se o autor da ação não possui titularidade ou o réu não pode integrar a relação jurídica processual (por ser inimputável pela idade, por exemplo) há nulidade insanável.

O que é nulidade no Processo Penal?

A nulidade relativa é aquela que decorre da violação de uma norma que tutela o interesse privado, ou seja, o interesse de alguma das partes envolvidas no processo. Desse modo, trata-se de uma violação de grande relevância para o processo, mas que nada obsta sua validade em caso de inércia da parte interessada.

O que é nulidade absoluta no Processo Penal?

As nulidades absolutas são vícios considerados mais graves, porque violam textos e princípios constitucionais e penais, afetando, inclusive, o interesse público. Portanto, elas decorrem de defeitos insanáveis, com violação da ordem pública, podendo ser declaradas de ofício e não se convalidando em nenhuma hipótese.

Quando pode ser arguida a nulidade absoluta?

A nulidade absoluta pode ser arguida em qualquer fase do processo, podendo também ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 278, parágrafo único, CPC/2015). ... Nessa situação hipotética, haverá preclusão para o juiz e não será decretada a nulidade do ato citatório, tampouco do processo.

Qual a ocasião para a arguição da nulidade?

Momentos para arguir as nulidades No que tange às nulidades absolutas, em regra, podem ser arguidas a qualquer tempo. Já as nulidades relativas devem ser arguidas em momento próprio (estabelecido pela lei). Do contrário, não sendo arguidas em ocasião oportuna, serão convalidadas.

Quais são os casos de nulidade?

Quando tratamos de suspeição ou suborno, existe a nulidade absoluta, que deve ser declarada de ofício, não dependendo de manifestação das partes, e em qualquer tempo do processo. II - por ilegitimidade de parte; A ilegitimidade da parte ad causam, ou seja, referente a condição da ação, acarreta em nulidade absoluta.

Quando há nulidade do processo?

O ato processual nulo reclama, após o reconhecimento de sua invalidade, a respectiva repetição. Mas qualquer que seja a nulidade, "o ato não se repetirá, nem reclamará suprimento de sua falta, quando não prejudicar a parte" (CPC, art. 249, § 1º).

O que é a nulidade do processo?

É a ineficácia do ato ou relação processual, causada pela não observância da lei. Pode ser absoluta, quando a grave violação à lei torna o vício insanável, ou relativa, quando torna o ato apenas anulável, possibilitando que o vício seja suprido pelas partes.

O que gera nulidade relativa no Processo Penal?

Se a formalidade for essencial para o ato, e puder ser suprido acarreta em nulidade relativa. Se não houver como suprir o vício, é causa de nulidade relativa. ... “Nenhum ato processual será declarado nulo, se da nulidade não tiver resultado prejuízo para uma das partes” (art. 563 do Código Processual Penal).

O que é nulidade absoluta e relativa no Processo Penal?

Nulidade absoluta, que contêm vícios graves, afeta o processo como todo, desaponta as normas de interesse público e constitucional, há prejuízo presumido. Nulidade relativa depende de: a parte prejudicada mover a ação e uma das partes terá o prejuízo, atingindo somente os atos decisórios.

Qual o momento processual que se deve arguir nulidade relativa e nulidade absoluta?

A nulidade relativa deve ser arguida na primeira oportunidade que a parte falar nos autos, sob pena de preclusão, salvo se demonstrado justo impedimento (art. 278, CPC/2015). A nulidade absoluta pode ser arguida em qualquer fase do processo, podendo também ser reconhecida de ofício pelo juiz (art.

O que é nulidade relativa qual o momento para sua arguição?

As nulidades relativas tem momento certo para serem arguidas, havendo a possibilidade de preclusão. Ocorre toda vez que for desrespeitada as normas de interesse público ou quando ocorrer desacordo a um determinado princípio constitucional.

O que é arguição de nulidade processual?

Para uma primeira corrente, nulidade é uma sanção aplicada ao ato processual defeituoso, retirando sua eficácia. ... Mesmo após o trânsito em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria pode-se arguir a nulidade absoluta, mas desde que em favor da defesa, por meio de habeas corpus ou da revisão criminal.

São hipóteses de nulidade?

As hipóteses de nulidade absoluta são as seguintes: 572 do CPP (nulidades cominadas sem previsão de sanação); 2) também podem ocorrer por violação de modelo legal, mesmo sem previsão de nulidade, quando a norma que institui o modelo o fez para proteção de interesse de ordem pública.

O que é pena de nulidade?

Nulidade é a falta de validade, o estado ou qualidade do que é nulo. O significado do termo é utilizado no âmbito geral para classificar pessoas ou no âmbito jurídico para invalidar algum contrato.

Quando ocorre nulidade no processo?

Ocorre quando um vício violar exigências determinadas por normas infraconstitucionais. ... Se houver a violação, haverá algum prejuízo para as partes. O prejuízo é relativo, ou seja, deve ser provado pela parte que sofreu. O ato só será invalidado se comprovado e reconhecido a nulidade pelo Juiz.