Ocupações de espaços públicos, fechamento de vias e depredação de monumentos, edificações públicas ou privadas são apenas algumas formas pelas quais as lutas se manifestam. Acontecem na cidade porque a forma específica do capitalismo é a forma urbana.
As grandes cidades brasileiras enfrentam diversos problemas, destacam-se as questões da moradia, desemprego, desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social. O acesso à moradia com as devidas condições de infraestrutura (saneamento ambiental, asfalto, iluminação, etc.)
A pesquisa também avaliou o medo dos entrevistados acerca da possibilidade de que seus respectivos países se envolvam em conflitos bélicos. Os mais temerosos estão na Turquia, onde 76% expressaram receios sobre uma possível guerra. Os EUA aparecem na segunda posição, com 74%, e a Rússia, protagonista da crise mais recente, é a quinta da lista, com 64%. Na média dos 26 países —a pergunta não foi feita na China e na Arábia Saudita—, o índice é de 46%.
A falta de influência da economia nacional, o desemprego, os conflitos religiosos, a discriminação étnica, o tráfico de drogas, entre outros fatores também podem ser tidos como motores para o desenvolvimento da violência urbana.
A espacialização dos protestos propiciou igualmente a percepção das diferenças associadas aos objetos. No tema “Moradia”, há clara predominância de manifestações localizadas em bairros periféricos, especialmente aqueles com maior déficit de infraestrutura e precariedade da posse. Em contraponto, as manifestações em defesa de espaços públicos verdes, como praças e jardinetes, são realizadas em bairros predominantemente residenciais de classe média e alta, próximos às regiões mais centrais.
Em abril, o chefe das forças de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, alertou que os 'capacetes azuis' e as Forças de Defesa e Segurança do Mali continuam a sofrer repetidos ataques e perdas significativas, enquanto algumas grandes cidades vivem sob constante ameaça de grupos armados.
Um novo enviado da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, foi nomeado em setembro, sem ilusões sobre a dificuldade de trazer paz e estabilidade ao país, já que um relatório da UNICEF mostrou que cerca de 10 mil crianças foram mortas ou mutiladas desde o início dos combates.
Quanto à localização, Curitiba concentra cerca de 84% dos protestos registrados, seguido pelos municípios de Araucária, São José dos Pinhais e Colombo, que concentram, juntos, 11% dos conflitos no período. Poucos eventos foram registrados nos outros oito municípios analisados, com uma média de menos de uma ocorrência por ano. É importante ressaltar que Curitiba possui maior cobertura jornalística e recebe maior atenção dos meios de comunicação. Os limites das fontes de informação são reconhecidos na pesquisa e impõem a necessidade de ressalva em relação às conclusões sobre distribuição espacial. Além das pautas mais pontuais, verificam-se grandes eventos associados à política nacional, protestos pelo transporte (Jornadas de Junho de 2013), a primavera estudantil, com a ocupação de mais de cem escolas públicas estaduais, protestos contra a lei de congelamento dos investimentos sociais e protesto dos professores (conhecido como a batalha do Centro Cívico). Os demais municípios concentram protestos ligados, em sua maioria, à infraestrutura e à melhoria dos bairros.
O mais recente conflito é o de Mianmar, alvo de um golpe de Estado em 1º de fevereiro de 2021. Já havia registros no ano passado, mas eram poucos: 29 eventos com 15 mortes. Os números saltaram para 117 e 252, respectivamente, neste ano.
Iêmen: batendo na porta da fome - A população do Iêmen imersa no desespero enfrentou os níveis mais altos de desnutrição aguda desde o início do conflito em 2015, com mais da metade da população enfrentando grave escassez de alimentos. O chefe do Programa Mundial de Alimentos (WFP) da ONU, David Beasley, alertou em março que milhões estavam “batendo à porta da fome”.
Quando ficou claro que o Talibã havia se tornado o governante de fato do Afeganistão, o foco da ONU mudou para garantir que o apoio humanitário permanecesse o mais forte possível, milhões morreram de fome com o início do inverno e voos de ajuda para Cabul foram retomados só em setembro. Em dezembro, o WFP exortou os países a colocar a política de lado e aumentar o apoio para evitar uma catástrofe potencial.
Os protestos em torno da crise política com ameaças à democracia e à governabilidade do país; da reivindicação quanto à diversidade de gênero, nas marchas da Diversidade e das Vadias; e do direito à expressão e manifestação cultural no Carnaval, entre outros eventos, são exemplos de conflitos sociais que foram adicionados ao longo do tempo no mapeamento local - ainda que tais demandas, por vezes, tenham caráter nacional, variando as escalas e a interação entre os agentes, os movimentos e as pautas políticas.
Este artigo apresenta elementos teóricos que indicam a revisão da metodologia inicialmente utilizada pela Rede de Observatórios de Conflitos, além da análise dos conflitos registrados entre 2013 e 2017 na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), já considerando as novas categorias propostas. Além desta introdução e da conclusão, está estruturado em três itens. No primeiro, apresenta uma breve problematização teórica sobre os conflitos urbanos, apontando os elementos a serem considerados na sua análise. O segundo tópico aborda as questões metodológicas, desde o design inicial da pesquisa até as formulações mais acabadas, que indicam as categorias e a estrutura metodológica para o registro e o mapeamento dos conflitos urbanos. No terceiro item, são discutidos os resultados da análise dos dados sistematizados entre 2013 e 2017. Na conclusão, apresentam-se os principais achados da pesquisa e se reitera a necessidade de incorporação de categorias para a análise de eventos de protestos em que a cidade não é apenas palco, mas objeto dessas ações.
Apenas 15% das reivindicações envolvendo mobilidade estão associadas com tarifa, trajeto e qualidade do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana ou ciclomobilidade. Parte desses protestos demanda investimentos em infraestrutura e melhores serviços; a outra parte, contudo, contesta as políticas urbanas adotadas pelo poder público e reivindica a inversão de prioridades e também uma nova compreensão sobre mobilidade urbana. Claramente, neste tema, há diferenças em termos de organização e mobilização dos agentes. Nos eventos relacionados à segurança e infraestrutura viária, são mais raras as mobilizações de longo termo, ao passo que, no tocante à constituição de movimentos sociais, são mais amplos, tal como acontece em alguns eventos relativos aos temas do transporte público e da ciclomobilidade.
A tensão no país colabora para a impressão de que o mundo se tornou um lugar mais perigoso. Pelo menos essa é a percepção de, em média, 82% das pessoas entrevistadas pelo instituto Ipsos em 28 países entre setembro e outubro de 2021 —portanto, antes da atual crise na Ucrânia.
Durante os meses que se seguiram, os protestos continuaram, a violência contra os manifestantes aumentou e altos funcionários da ONU condenaram as ações dos militares. Um relatório da ONU em abril levantou temores de que o golpe, juntamente com o impacto da COVID-19, poderia resultar em até 25 milhões de pessoas - quase metade da população do país - vivendo na pobreza no início de 2022.
Os conflitos urbanos, como expressão da conflitualidade social, são fenômenos importantes e objeto destacado para a reflexão sobre as dinâmicas e relações sociais. A proposta deste trabalho é apresentar categorias e metodologia que contribuam para aprofundar o conhecimento sobre as lutas sociais urbanas e sua inserção na dinâmica mais geral da conflitualidade social, com base na experiência de construção de instrumentos de pesquisa e aportes teóricos que subsidiam o Observatório de Conflitos Urbanos de Curitiba. A análise global dos 707 protestos registrados traz elementos para avaliação do potencial teórico-metodológico da proposta, evidenciando que os protestos acionam, de diferentes maneiras, demandas pela qualificação (melhorias em infraestrutura e serviços), apropriação (reconhecimento de usos) e transformação (modificação dos processos de produção) dos espaços urbanos.
Paisagens rurais e urbanas possuem características e diferenças visuais que facilitam a identificação de ambas. No ambiente rural, por exemplo, predominam áreas verdes, com bastante árvores e vegetações. ... Isso faz com que muitos enxerguem a paisagem urbana como um caos imerso em um cenário cinza.
Observando a categoria que envolve a mobilidade urbana, os temas de segurança e infraestrutura viária somam 72% dos eventos registrados. Em relação às vias públicas, as principais reivindicações dizem respeito à pavimentação, à sinalização e a infraestruturas de segurança (semáforos, passarelas, trincheiras, acessos, lombadas, redutores de velocidade e revisão de alguns cruzamentos considerados “trevos da morte”). No caso de promessas não cumpridas, ocorreram manifestações criativas, com repertórios do tipo bolo de aniversário e “Parabéns para você”, além da pichação de ruas e do fechamento delas com lixo, da panfletagem em cruzamentos e de mutirão comunitário para o fechamento de buracos. Os acidentes com mortes ou atropelamentos, entretanto, são a motivação para o maior número de protestos. Neste caso, as formas de protesto mais usuais são a queima de pneus, o fechamento de ruas e a implantação de faixas e cruzes lembrando as vítimas. As duas situações são postas em prática por familiares e vizinhos das vítimas ou por moradores do bairro diretamente afetados pela precariedade urbana.
A primavera no país registrou uma dramática deterioração do conflito, com a expansão dos combates em várias frentes, e a ONU confirmou que o país continua sendo a pior crise humanitária do mundo.