Uma das peças de PC mais afetadas pela atual crise de semicondutores, e de grande importância para o público gamer, a placa de vídeo é a responsável pelos gráficos do computador e evolui rapidamente, integrando cada vez mais tecnologias modernas, como Ray Tracing. Similar a outros elementos de uma máquina, essas soluções são complexas, com especificações diversas que requerem atenção.
Apesar de não ter inventado a GPU, a Nvidia foi a responsável por popularizá-las ao trazer ao mercado a primeira GPU moderna que levou ao surgimento das soluções como são conhecidas atualmente com a GeForce 256, combinando componentes como motores de renderização, iluminação e cálculo de triângulos em um único chip — até então, as placas de vídeos utilizavam chips separados para essas funções.
A ATI Technologies foi líder de mercado por muitos anos, até ter sido adquirida pela AMD em 2006. Com as placas Radeon, a AMD lutou pela liderança por muito tempo, até se posicionar como forte opção entre soluções mais acessíveis. A situação mudou recentemente com a chegada da linha Radeon RX 5000, e a empresa ganhou força no ano passado com o lançamento da família Radeon RX 6000, extremamente competitiva mesmo nos segmentos entusiastas.
Por exemplo, 1 TFLOP da arquitetura RDNA 1 das Radeon RX 5000 acaba entregando menos desempenho que 1 TFLOP da arquitetura RDNA 2 das Radeon RX 6000. Ainda assim, o número ajuda a ter uma noção da potência da placa.
Você também pode buscar por placas usadas, caso não se importe com a experiência de adquirir um produto novo de fábrica, que podem aparecer com preços muito interessantes com frequência. Ainda assim, mais uma vez é necessário ter o cuidado de avaliar a relação custo-benefício, bem como a origem do produto — GPUs utilizadas na criptomineração podem apresentar problemas pelo estresse ao qual são submetidas, por exemplo.
De maneira bastante simplificada, é a largura do caminho que a GPU utiliza para buscar informações nas memórias, medida em bit (128-bit, 384-bit) — vale lembrar que cada byte é composto por 8 bits —, representando a quantidade de instruções que trafegarão a cada pulso. Quanto maior, melhor. A Memory Interface Width está intimamente ligada com a largura de banda, já que aliada à velocidade da memória, define a quantidade de dados que a GPU conseguirá acessar na memória.
Também conhecido como memory clock, é basicamente a frequência em que os chips de memória da VRAM operam, sendo medida po Gigabits por segundo (Gbps). Essa frequência está ligada ao tipo da memória (GDDR5, GDDR6) e na maioria das placas modernas, que utilizam memórias GDDR6, estão estabelecidas nos 16 Gbps, ainda que placas mais potentes sejam capazes de atingir até 19 Gbps. Quanto maior o clock, melhor. É importante prestar atenção nas unidades de medida — os Gbps utilizado nos clocks das memórias são diferentes dos GB/s medidos na largura de banda.
A memória RAM de vídeo, Video RAM ou apenas VRAM funciona de maneira similar à RAM do computador, sendo a memória dedicada à GPU para armazenar os dados importantes que serão necessários naquele momento, como modelos 3D e texturas, em uma região mais próxima ao chip. Manter as informações na VRAM aumenta o desempenho e reduz o consumo de energia, já que a GPU precisará acessar menos o armazenamento do computador para buscar os dados. Quanto mais VRAM, melhor.
Esse chip contém uma quantidade razoável de núcleos, entre 2 núcleos nos modelos mais simples a até 64 núcleos nas variantes mais avançadas, com cada um sendo equipado com pequenos componentes que realizam cálculos variados para executar as tarefas. Tudo o que é realizado pelo computador passa pela CPU — desde a instalação de arquivos e cálculos de física em um jogo, até o movimento do mouse.
Ainda assim, outros aspectos também devem ser considerados, como a arquitetura — uma arquitetura mais eficiente, capaz de realizar um número maior de cálculos a cada pulso, resulta em mais desempenho, mesmo quando o clock é mais baixo.
Uma das características importantes pouco comentadas é o tamanho da placa. É importante conferir as dimensões do modelo que você pretende comprar, para garantir que a placa terá espaço suficiente no seu gabinete, sem encostar em outros componentes. Isso é especialmente importante em modelos mais robustos, que costumam ter uma área maior com duas ou mesmo três ventoinhas para dissipação de calor — sem falar nos modelos com resfriamento líquido AIO —, e consequentemente acabam ocupando mais espaço dentro do seu gabinete.
Hoje, AMD e Nvidia compartilham o mercado de placas de vídeo basicamente sozinhas, com maior domínio da Nvidia, ainda que a AMD esteja ganhando espaço nos últimos anos com soluções cada vez mais robustas. Além disso, uma terceira gigante chegará para concorrer em 2022: a Intel, conhecida pelas CPUs que produz, que estreará as placas de vídeo Intel Arc no início do próximo ano.
A GPU, por outro lado, é especializada no processamento de gráficos, realizando cálculos complexos de geometria e outros elementos 2D e 3D. Essas equações estão mais otimizadas para a GPU, e ainda que pudessem ser feitas pela CPU, sofreriam com lentidão devido aos milhões de outros processos que estão sendo realizados.
É importante destacar que, tecnicamente falando, o termo "GPU" normalmente se refere ao chip que equipa as placas de vídeo, enquanto "placa de vídeo" é o conjunto instalado no computador — a grande placa com ventoinhas e dissipador de calor conectada à placa-mãe. Ainda assim, ambos podem ser utilizados substituindo um ao outro, para se referir ao componente de maneira mais didática e simples.
Geralmente, placas uma ou duas gerações mais antigas costumam ser uma boa pedida — os modelos de maior desempenho sofrem cortes de preço e se tornam opções atraentes. No entanto, é importante avaliar com cuidado a relação de custo, desempenho e recursos oferecidos, já que por vezes comprar uma GPU mais simples da geração mais recente pode ser uma escolha melhor, especialmente quando há troca de arquitetura entre as gerações.
Na década de 1990, o mercado era inundado de marcas de placas de vídeo, incluindo nomes de peso como 3dfx Interactive e Matrox. Na época, não havia padrões básicos a serem seguidos como ocorre atualmente, e situações curiosas, como alguns jogos rodarem melhor em determinados modelos de placas de vídeo, eram recorrentes.