Quando tomamos o mal como sendo algo banal, lhe tiramos umas das principais características, que é a ligação com o sobrenatural, com algo imutável. Como pontua Neiman: “Chamar o mal de banal é fazer retórica moral; é uma maneira de desarmar o poder que torna atraente o fruto proibido”.
(ARENDT, 2013, p. 309). Arendt explica o caso Eichmann como um novo fenômeno no século XX. Para a autora, não se trata simplesmente de considerar que Eichmann era dantesco ou monstruoso, mas que, a exemplo de muitos indivíduos, banalizava o mal, agindo de forma indiferente mesmo ao praticar crimes hediondos.
A controvérsia que Hannah Arendt traz para o campo do pensamento moral passa, sem dúvida, pela afirmação de que o mal é algo banal. O tema fica ainda mais complexo porque ela abandona a consagrada formulação kantiana de mal radical, defendida anteriormente.
Segundo Arendt, é a pretensão da dominação total do homem, o núcleo do qual se pode pensar o mal nas experiências totalitárias. ... Por isso, o mal causado por Eichmann e pelo Governo Totalitário, não pode ser punido ou perdoado, é preciso compreender o que aconteceu, para que este mal não volte a acontecer no futuro.
“A tentativa totalitária de tornar supérfluos os homens reflete a sensação de superfluidade das massas modernas numa terra superpovoada” (Arendt, 2004, p. 508).
Segundo Arendt, o totalitarismo é a elevação de dois fenômenos: o medo e o terror. A fusão desses dois elementos em sua potencialidade leva a um sistema extremamente burocrático em que o Estado total transforma a coletividade em um único corpo.
RESUMO: Em Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt faz uma caracterização do totalitarismo como uma forma de governo inédita, fincada em duas novas camadas sociais, a ralé e as massas. Sua descrição do totalitarismo é realizada a partir de uma diferenciação com a tirania.
“A Condição Humana”
Arendt defendia um conceito de "pluralismo" no âmbito político. Graças ao pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado entre as pessoas. Importante é a perspectiva da inclusão do Outro.
Uma das teóricas políticas mais influentes do século 20, Arendt desenvolveu o conceito de pluralismo político, um dos princípios básicos das democracias modernas. Nascida Johanna Arendt no dia 14 de outubro de 1906 na Alemanha, Hannah Arendt: se tornou uma das teóricas políticas mais influentes do século 20.
Esse processo de descobrir e desenhar a sua pertença ao mundo está vinculado à capacidade de refletir sobre aquilo que se passa nele e de se perguntar o que está realmente em questão. Essa reflexão Arendt denomina pensamento. Conhecer e pensar o mundo são, portan- to, fundamentais para a educação.
A Vida do Espírito nos traz um universo de indagações e possibilidades de conclusões em torno do Pensar, do Querer e do Julgar. ... Ao contrário de toda a metafísica dos filósofos pesquisados pela filósofa Hannah Arendt, sua atenção volta-se ao pensamento como uma atividade e ainda às experiências do ego pensante.
Ao ligar a lei à pluralidade, Arendt aposta na possibilidade dos homens escolherem dividir a terra uns com os outros e na constituição de modos de vida pautados na convivência humana. ... Nessa perspectiva, a pluralidade e a diversidade humana são o motor que anima o encontro humano, a philia, a humanitas.
O CONCEITO DE CIDADANIA DE HANNAH ARENDT: “O DIREITO A TER DIREITOS” Analisando a situação jurídica dos apátridas e das minorias no período entre a primeira e a segunda guerras mundiais, que precedeu o holocausto nazista, Hannah Arendt afirmou que a igualdade política entre as pessoas requer o acesso ao espaço público.
As Origens do Totalitarismo1951
Upper West Side, Nova Iorque, Nova York, EUA
14 de outubro de 1906
Para Arendt, a separação entre o domínio da fabricação e o domínio político implica que as necessidades da vida têm que estar satisfeitas para que os homens possam agir no sentido pleno da palavra. Isso significa que, para ela, as questões econômicas não são questões políticas.