Sagarana é um neologismo, fenômeno linguístico muito presente nas obras de Guimarães. É a junção da palavra "saga" com "rana". Assim Sagarana é semelhante a uma saga. Sarapalha seria um conto.
O título da obra é um hibridismo: "saga", radical de origem germânica que significa "canto heroico", "lenda"; e "rana", palavra de origem tupi que significa "que exprime semelhança ". Assim Sagarana significa algo como "próximo a uma saga".
Primeira obra de Guimarães Rosa a sair em livro, traz nove contos, nos quais o universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços, surge no estilo marcante que o escritor iria aprofundar em textos posteriores.
São Marcos (Sagarana) - Guimarães Rosa. José (Izé), o narrador, médico novo, récem-chegado no Calango-Frito, embora supersticioso, não acredita em feitiçaria e vive caçoando de um curandeiro e feiticeiro local - o João Mangolô, cuja cafua vive repleta de clientes de suas rezas, seus despachos, mandingas e simpatias.
Major Saulo – corpulento, quase obeso, olhos verdes. Só com o olhar mandava um boi bravo se ir de castigo. Estava sempre rindo: riso grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; riso mudo, de normal. Não sabia ler nem escrever, mas cada ano ia ganhando mais dinheiro, comprando mais gado e terras.
Em 1936, seu único livro de poesias — Magma — recebeu um prêmio da Academia Brasileira de Letras. No entanto, seu primeiro livro publicado foi Sagarana, em 1946. E seu único romance, Grande sertão: veredas, foi publicado em 1956. O autor faz parte da terceira geração modernista (ou pós-modernismo).
Guimarães Rosa
Cordisburgo, Minas Gerais, Brasil