Memórias de um Sargento de Milícias é um romance de folhetim publicado originalmente no Correio Mercantil entre 1852 e 1853. Integralmente, a obra saiu em 1954.
Nascido no ano de 1830, na cidade do Rio Janeiro, Manuel Antônio de Almeida era filho de Antônio de Almeida e Josefina Maria de Almeida. Com uma infância muito difícil, o escritor ficou órfão de pai aos 10 anos, e todas as dificuldades desse período o inspirou a escrever.
Outra questão interessante é o fato de Manuel Antônio abordar outros locais no enredo. Além do Rio de Janeiro onde a trama era ambientada, o escritor também fazia menção a diferentes lugares com a intenção de abordar outras classes sociais.
Enquanto isso, o compadre morre e deixa uma boa herança para Leonardo. Esse dinheiro pertencia ao capitão de navio, que o confiou para entregar à sua família. Interessado no dinheiro do filho, Leonardo Pataca faz com que Leonardo more com ele.
Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças se conhecem em um navio partindo de Lisboa em direção ao Rio de Janeiro. Com um pisão e um beliscão, eles começam um relacionamento e nasce Leonardo filho. O casal mora junto, porém não é casado na Igreja.
A primeira característica marcante do romance é retratar as classes média e baixa do Rio de Janeiro na época da chegada da corte portuguesa. A maioria dos romances da época retratavam as relações aristocráticas da corte, não as das classes populares.
Os romances urbanos focam na temática da vida social, não bucólica do campo. Versam sobre os hábitos das sociedades da época e tecem críticas. Um dos mais autênticos romances urbanos do século XIX foi Memórias de um Sargento de Milícias. Apesar de integrar a escola romântica, de forma alguma é tradicional ao gênero.
Essa dialética é o que estrutura o livro e rege as relações entre as personagens. Existe uma ordem, representada pelo Major Vidigal, que é cercada pela desordem. Ambas se comunicam constantemente e definem as relações entre os personagens. Essa representatividade só é possível porque vai de encontro com diversos relatos da sociedade joanina do Rio de Janeiro.
Leonardo Pataca é o Sargento de Milícias. Foi abandonado pelos pais, criado pelos padrinhos, cresceu sendo muito malandro e arrumando confusão por onde passava. Apesar disso, no final consegue ainda se dar bem com duas heranças e a mulher amada.
Manuel Antônio de Almeida foge ao idealismo romântico da época. Os traços românticos que existem estão escritos em tom irônico. Trata-se de um novo gênero nacional construído em torno do malandro, personagem de influências popularescas.
O pai, Leonardo Pataca, sabendo que havia sido trocado pelo Padre, tenta reconquistar Cigana, mas ela não o quis. Querendo vingança, contratou um amigo para fazer alguma confusão na casa da dela, numa festa que estava dando. Como a festa virou uma bagunça, o Major Vidigal foi chamado e tendo lá chegado deu de cara com o padre somente de cueca, meia, sapato e gorrinho.
Embora seja solteira, Vidinha tem dois primos que disputam pelo seu amor e, em razão disso, começam a ter ciúmes de Leonardo e armam uma cilada para ele. Os dois avisam o Major Vidigal que o Leonardo vive clandestinamente com na casa dos jovens da Rua Vala e como consequência é preso.
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi escrito no período do romantismo no Brasil e retrata o início do século XIX no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, na literatura brasileira, foi desenvolvida a figura típica do malandro.
Porém, é na segunda parte que se revela o romancista. Nela, Leonardo filho já é um adulto, e ele vai balançando entre a ordem e a desordem sem nenhum tipo de remorso ou moral. Quanto menos pensadas as suas ações, mais elas parecem ter um efeito positivo para ele.
O enredo passa a apresentar uma sequência de discussões entre Leonardo, o pai e a madrasta que resultam na expulsão dele de casa. Depois de um tempo vivendo longe da casa onde morava, Leonardo conhece Vidinha e se apaixona por ela, passando a viver com os jovens da Rua Vala.
O artigo passou a ser um dos mais importantes da crítica brasileira. Não só pela análise do livro Memórias de um Sargento de Milícias, mas também pela sua análise sociológica do Brasil e da figura do malandro.
Passavam o dia namorando dentro de casa e isso despertou ciúme nos outros. Por isso foram falar com Vidigal que Leonardo estava vivendo como intruso na casa e se aproveitando das mulheres.