Como Ler Um Livro De Filosofia?

Como ler um livro de filosofia

Ler um texto de filosofia, mesmo que breve, pode ser uma tarefa desafiadora. Não é como ler um jornal ou uma história. É um pouco mais exigente. Por isso é necessário adotar algumas estratégias e ferramentas para que essa tarefa seja cumprida com êxito.

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Nesse texto falamos de algumas estratégias de leitura pensando a nível de análise de textos primários. Um atalho, que também facilita a leitura, é ler textos sobre textos. Livros didáticos, de divulgação, de comentadores nos auxiliam bastante nessa tarefa de compreender um texto de Platão ou Aristóteles. Mas eles tem seus problemas, simplificam as coisas, contam algumas mentiras didáticas, fazem interpretações duvidosas – isso vale para esse artigo e todos os artigos aqui do site 😉. Não tem saída, o texto primário é indispensável para uma reflexão filosófica séria. 

Fique atento ao significado das palavras que estão sendo usadas. Por vezes essa tarefa é facilitada, porque o autor faz questão de deixar claro o que está pensando quando usa determinado conceito. Por exemplo, Mircea Eliade (1907 – 1986), no livro Mito e Realidade, define assim o conceito de mito:

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“O Pensamento Voa” é uma obra de Lucy Eyre que traz para a ficção uma aventura única no universo da filosofia. A história se desenrola em torno de Ben Warner, um jovem de 15 anos que se encontra inesperadamente em meio a uma aposta intrigante entre os filósofos Sócrates e Ludwig Wittgenstein. Como parte dessa jornada peculiar, Ben tem a oportunidade de dialogar com renomados filósofos da história, sendo introduzido a questões filosóficas fundamentais, como a moralidade, o livre-arbítrio e o verdadeiro significado da felicidade.

Entendemos que Locke está propondo uma discussão sobre em que condições as pessoas têm direito de se tornar proprietárias de recursos naturais que são bens comuns. Entendemos também que sua tese é de que é através do trabalho que um recurso natural comum se torna privado. Agora devemos perguntar: que argumentos apresenta em defesa de sua tese? 

Esta obra é fundamental para entender a filosofia moderna e o racionalismo. Descartes introduz o método da dúvida sistemática como um meio de alcançar certezas inabaláveis, estabelecendo as bases do que viria a ser a filosofia moderna. O livro é um excelente ponto de partida para aqueles que querem entender como a filosofia pode questionar e desvendar as certezas mais básicas sobre nós mesmos e o mundo à nossa volta.

Frequentemente comprados juntos

Hoje eu quero deixar a dica de alguns livros que eu considero fundamentais para qualquer pessoa que deseja iniciar uma jornada de autoconhecimento por meio da filosofia. Como o título deste artigo já deixa claro: é para quem está iniciando seus primeiros passos na filosofia. Não é para quem já tem um conhecimento moderado ou intermediário.

Selecionamos 10 livros de filosofia que servem como excelentes pontos de partida. A lista inclui desde textos clássicos até livros introdutórios feitos especificamente para quem busca uma visão geral e explicações acessíveis. Preparado para uma viagem fascinante pelo universo do pensamento humano?

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Um texto de filosofia, geralmente, não conta uma história. Seu autor propõe uma resposta a um problema e procura sustentar essa resposta através de vários argumentos. Compreender um texto de filosofia é perceber isso e identificar os vários movimentos que o filósofo faz para alcançar esse resultado.

Mas os pensadores nem sempre facilitam as coisas assim. Por isso é necessário atenção ao contexto para entender o significado de alguns conceitos que possuem vários significados. 

Há quatro perguntas a serem lembradas: qual é o objetivo? Ou seja, qual é o problema ou pergunta que guia este livro? Em que área está? Por que está sendo escrito? Segunda pergunta: Por que o autor se incomodou? Por que alguém se incomodou em escrever algo assim? Apesar do que você pode saber, os filósofos geralmente não escrevem coisas sem nenhum objetivo em mente. Eles querem que você pense ou acredite em algo que atualmente não pensa ou acredita. O que você está tentando descobrir é a motivação deles. E então a terceira pergunta: o que eles estão tentando provar? Essa será a tese deles, o que eles estão tentando convencer você a acreditar, a visão que eles estão tentando fazer você compartilhar. E pergunta quatro: como eles tentam provar isso? Qual é a evidência que eles estão citando? Qual é o argumento que eles estão dando a favor do ponto de vista que estão pressionando? Então: qual é o objetivo, o que lhes incomodou, o que estão tentando provar, como estão tentando provar? Você deve ter essas quatro perguntas em mente antes de ler a primeira página do texto. Antes mesmo de abrir o texto, você precisa se preparar com essas perguntas para responder. Mantenha-as sempre em mente enquanto estiver lendo. Seu objetivo ao ler o livro é obter respostas para essas perguntas.

Indicamos

Esta obra é fundamental para a compreensão da bioética, um campo da filosofia que explora as questões éticas, legais e sociais emergentes da medicina e das ciências da vida. A leitura de “Contra a Perfeição” oferece uma visão profunda sobre os dilemas éticos que enfrentamos na era da biotecnologia. Sandel propõe um debate necessário sobre os limites éticos do que a tecnologia pode e deve fazer, desafiando-nos a refletir sobre o significado de nossa humanidade em um mundo cada vez mais moldado pela ciência e pela tecnologia.

O segundo é um clássico que não tem como pular, por mais que você por exemplo, queira estudar a filosofia a partir do ponto de vista Africano, será necessário você estudar o todo poderoso Platão:

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“O Mundo de Sofia” é um romance de mistério que serve como uma introdução à filosofia ocidental. A história gira em torno de Sofia Amundsen, uma garota de 14 anos que começa a receber cartas misteriosas de um filósofo anônimo. Essas cartas a levam em uma jornada através da história da filosofia, desde os pré-socráticos até os filósofos contemporâneos.

A essa questão Locke responde: “o fato gerador do direito de propriedade […] é o ato de tomar uma parte qualquer dos bens e retirá-la do estado em que a natureza a deixou.” E retirar desse estado significa, através do trabalho, produzir alguma modificação naquilo que é natural. Essa é sua tese. Em seguida, Locke extrai uma consequência disso: como se dissesse, se é verdade a tese que afirmo, então o ouro que eu extraí é meu. E reafirma sua tese: “o trabalho de removê-los daquele estado comum em que estavam fixou meu direito de propriedade sobre eles.” Aqui não temos nada de novo, apenas uma reafirmação. 

“Sobre a Liberdade” é uma das obras mais notáveis do filósofo britânico John Stuart Mill. Neste ensaio, Mill defende a liberdade de pensamento e expressão como elementos fundamentais para o desenvolvimento humano e para a sociedade. Ele estabelece o “princípio do dano”, argumentando que a liberdade de um indivíduo só deve ser limitada para prevenir danos a outros.

Você pode fazer isso no livro se tiver uma meia página vaga no final do capítulo ou da seção ou em uma nota adesiva que você pode colocar no livro. Muito importante: tente fazer isso nos primeiros 10 minutos após terminar de ler ou, se souber que terá que ir às aulas às 07h30, pare 10 minutos mais cedo para poder escrever seu resumo. Não tente voltar e fazê-lo mais tarde, ou à noite, ou quando terminar o livro – faça-o imediatamente após terminar a leitura. Isso tornará suas futuras leituras muito, muito mais fáceis e ajudará a consolidar o material que você leu em seu cérebro.

Rousseau é um dos filósofos mais influentes do Iluminismo e esta obra é fundamental para entender suas ideias sobre política e sociedade. A leitura desse livro nos permite refletir sobre as raízes das desigualdades sociais e sobre o papel do contrato social na formação das sociedades. Além disso, o “Discurso” é um exemplo de como a filosofia pode se engajar com questões sociais profundas e oferecer uma crítica incisiva às estruturas sociais existentes.

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Compreendido esse ponto, temos que seguir seu raciocínio mais um pouco para ver onde irá chegar. Seu próximo passo é afirmar o que todos sabemos: também não podemos viver sem a terra. Afinal, onde iríamos morar  ou produzir alimentos? Considere que o autor escreve no século XIX, momento em que a maioria das pessoas vivem no campo e a terra é central na vida de todos. Mas se ela é indispensável, então ela também é algo comum e todos deveriam poder usar. Como não há terra em abundância para todo mundo, é necessário haver uma regulação de como ela será usada. 

“Lísis” é uma exploração sobre a natureza da amizade. Sócrates usa o diálogo para examinar os diferentes tipos de amor e amizade, além de suas implicações para a vida em sociedade.

Como se ler um texto de filosofia?

O texto filosófico, de um modo geral, propõe uma tese e a defende através de argumentos. Ele não é um texto literário e a elegância de estilo, além de não ser obrigatória, pode constituir uma inimiga do rigor e da precisão.

Como escrever um livro de filosofia?

Escrever um texto filosófico é um desafio, pois trata-se de uma escrita cuidadosa. Os argumentos devem ser claros e o estilo preciso, caso contrário corre-se o risco de não ser bem entendido ou dar vazão a interpretações erradas.

Como ler um texto de filosofia resumo?

Como ler um texto de filosofia” trata-se, portanto de uma obra expositiva, paradidática que procura transmitir conhecimento. O livro é enumerado pelo autor da seguinte forma: Primeiro com a apresentação da obra ou a introdução. ... E por fim a conclusão do livro com as indicações bibliográficas.

O que é filosofia texto?

Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a disciplina responsável pela criação de conceitos.

O que é leitura filosófica?

Leitura filosófica: prática e reflexão no Ensino Médio a partir de Merleau-Ponty. ... A leitura estrutural é aquela que reconstrói o texto em sua própria estrutura, na ordem de seu discurso, nas razões que ele mesmo levanta e defende, sem a intermediação de nada além do texto em si, isto é o tempo lógico do discurso.

Por que ler Proust?

A memória é, para ele, a forma como o tempo é capturado em estado puro e, nos momentos capitais da Recherche, como que faz o tempo parar – uma sensação difícil de descrever, mas conhecida por todos os seus leitores. Ler Proust é considerado um desafio comparável a escalar um monte do Himalaia.

Por que ler em busca do tempo perdido?

“Em Busca do Tempo Perdido” é uma obra que requer mais de uma leitura e muito meditar. No dizer de Álvaro Lins, ela constitui “a realidade transportada, transformada e transfigurada numa visão estética”, na qual a vida do autor se refletiu.