O movimento modernista brasileiro é uma das marcas internacionais de reconhecimento de nosso país. Os prédios de Niemeyer, as poesias de Oswald de Andrade, os quadros de pintores como Volpi e Tarsila do Amaral rodam o mundo. Candido Portinari integra esse time de peso, e seu painel “Guerra e Paz” configura uma das obras mais importantes do acervo artístico da Organização das Nações Unidas.
“De não-violência, de justiça social, de fraternidade entre povos, solidariedade, e de respeito pela vida. É isso que passa. Hoje, isso adquire um significado mais pungente ainda com o que estamos assistindo nesse mundo tão convulsionado, tão ameaçador, tão obscuro que nós estamos entrando agora. Isso já vinha a um certo tempo com essas migrações de multidões desesperadas e em balsas, morrendo desesperadas pelo caminho: crianças, idosos e mulheres desesperadas. Guerra e Paz está mais atual do que nunca, mais de meio século depois.”
“Esta não é apenas uma exposição de arte. Esta é uma grande mensagem ética e humanista e que se dirige ao principal problema que o mundo vive hoje em dia: a questão da violência, da não cidadania, da injustiça social. Esta é a grande mensagem de toda a vida de Portinari e que ficou sintetizada nesses trabalhos finais que ele deixou”
“Foi fatal. Havia aquela proibição médica, que ele não respeitou. Mas ele não podia deixar de passar a maior mensagem da vida dele, a de paz”, lamentou seu filho João Cândido.
Em 2010, por iniciativa do Projeto Portinari (encabeçado por João Candido Portinari, filho do pintor), os painéis foram retirados durante uma longa reforma do prédio da ONU para serem restaurados e itinerarem para o Brasil e outros países. Antes de partirem para seu lar nos Estados Unidos em 1956, os painéis foram brevemente expostos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mais de quarenta anos depois, eles retornaram exatamente a esse local para dar início a cinco anos nos quais a obra rodou o Brasil e países como a França e o Japão. Durante o seu tempo de restauro e exposição no Rio de Janeiro em 2010, as portas ficaram abertas para estudantes e crianças que podiam acompanhar pessoalmente o processo de restauro, aprendendo com especialistas como funciona esse resgate.
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“De não-violência, de justiça social, de fraternidade entre povos, solidariedade, e de respeito pela vida. É isso que passa. Hoje, isso adquire um significado mais pungente ainda com o que estamos assistindo nesse mundo tão convulsionado, tão ameaçador, tão obscuro que nós estamos entrando agora. Isso já vinha a um certo tempo com essas migrações de multidões desesperadas e embalsas, morrendo desesperadas pelo caminho: crianças, idosos e mulheres desesperadas. Guerra e Paz está mais atual do que nunca, mais de meio século depois.”
Guerra e Paz são dois painéis gigantescos produzidos pelo pintor brasileiro Candido Portinari que mede aproximadamente 14 x 10 m cada um. Foram pintados entre 1952 e 1956. A produção dessa obra, foi encomendada ao artista pelo governo brasileiro na época o Presidente Juscelino Kubitschek. O objetivo era para presentear a ONU (Organização das Nações Unidas) em sua sede de Nova York.
“Estavam presentes o embaixador Jaime de Barros, que foi dos grandes lutadores, que teve a vitória fazer instalar o Guerra e Paz, como havia sido previsto no início, e o embaixador Ciro de Freitas Vale que falou diante do secretário-geral na época: o Prêmio Nobel da Paz, Dag Hammarskjöld. Ele, Dag Hammarskjöld, declarou Guerra e Paz como sendo a obra monumental mais importante doada à ONU. Ciro de Freitas Vales declarou que sentia muito a ausência de Portinari. E todos deviam acreditar que o Brasil estava oferecendo ali o melhor que tinha para dar. ”
Além de Lázaro Ramos, também retornam Dira Paes, Luciana Souza, Érico Brás e Valdineia Soriano. A direção é de Viviane Ferreira (O Dia de Jerusa), que assina o roteiro ao lado de Elísio Lopes Jr, Daniel Arcade, Igor Verde, que colaboraram também com Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum, Rafael Primot e Dodô Azevedo.
Os painéis foram devolvidos à sede da ONU em Nova York às vésperas do aniversário de setenta anos da organização, compondo uma cerimônia de “Segunda revelação”, que contou com colaboração da diretora artística Bia Lessa. João Candido Portinari e o Projeto Portinari estão presentemente engajados em conseguir estabelecer visitas abertas ao importante trabalho.
Exposição dos painéis Guerra e Paz volta ao Theatro Municipal do Rio após 54 anos
“Esta não é apenas uma exposição de arte. Esta é uma grande mensagem ética e humanista e que se dirige ao principal problema que o mundo vive hoje em dia: a questão da violência, da não cidadania, da injustiça social. Esta é a grande mensagem de toda a vida de Portinari e que ficou sintetizada nesses trabalhos finais que ele deixou”, disse João Candido Portinari, filho de Portinari, em entrevista à Agência Brasil. João Candido é o responsável pela realização do projeto, que trouxe as obras para o Brasil.
“essa obra-síntese constitui o trabalho maior de toda a vida do pintor. O mais universal, o mais profundo, também, em seu majestoso diálogo entre o trágico e o lírico, entre a fúria e a ternura, entre o drama e a poesia.”
Encomenda entregue. Mas ninguém havia visto ainda os painéis em sua plenitude, nem mesmo o próprio artista. Foi então que começou um movimento de opinião pública, e um grupo de artistas e intelectuais apelou ao Itamaraty para que os painéis fossem expostos no Brasil antes do embarque para os EUA, para que fosse dada uma chance ao público brasileiro de vê-los, pela primeira e derradeira vez.
João Candido disse que a mensagem dos painéis do seu pai é a essência da missão das Nações Unidas. Ela evoca um Portinari com atributos como curiosidade insaciável, experimentador e pessoa com necessidade de fazer o melhor, influenciado por gênios incluindo Pablo Picasso.
Seu filho, João Candido, é o diretor-geral da instituição. Em entrevista à ONU News, ele conta que o pai foi o grande ausente da inauguração onde estiveram funcionários da organização, figuras da diplomacia brasileira e amigos do pintor.
Contrariando as recomendações médicas, proibido de pintar por sintomas de intoxicação pelas tintas, Portinari aceitou o convite. No auditório dos estúdios da TV Tupi, durante 4 anos, trabalhou com afinco na confecção de 180 estudos (a maioria deles a lápis de cor), esboços e maquetes para os murais.
Na nova história, os protagonistas moverão céu, mar e terra para chegar a tempo à festa de Iemanjá e entregar uma grande oferenda à orixá com um só pedido, conquistar a casa própria. Ainda sem data para estréia.
Graças a esse processo, os painéis foram exibidos em cidades brasileiras como São Paulo e Belo Horizonte. As obras de arte também encheram os olhos de admiradores em Paris, França.
Novas exibições - A perspectiva é agora levar Guerra e Paz da Assembleia Geral a mais um movimento por diferentes lugares do mundo. Entre as aspirações está apresentá-los à audiência italiana e, idealmente, na China.