Histórias em quadrinhos fazem parte da vida de todas as pessoas. Seja nas tirinhas de jornais e revistas, seja nos gibis com histórias completas, todos temos referências de personagens como Mafalda, Garfield, Super Homem e Snoopy.
As histórias em quadrinhos mais famosas são aquelas que retratam a vida de super-heróis, eternizados na arte sequencial e transportados para a linguagem cinematográfica, ganhando projeção internacional e povoando o imaginário de leitores do mundo inteiro. Mas nem toda HQ fica restrita a narrar as peripécias de personagens dotados de superpoderes: artistas como Marjane Satrapi e Art Spiegelman utilizaram as histórias em quadrinhos para narrar suas histórias de vida. Persépolis, livro de Marjane Satrapi publicado em quatro volumes, narra a infância da escritora iraniana durante a Revolução Islâmica. Já o livro Maus, do americano de origem judia Art Spiegelman, conta a história de seus pais, sobreviventes dos campos de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. Maus recebeu, em 1992, o primeiro prêmio Pulitzer destinado a um livro de história em quadrinhos.
As histórias em quadrinhos no Oriente evoluíram paralelamente ao mundo ocidental. Sua origem vem do teatro de sombras, espetáculo com bonecos que surgiu na China. As representações gráficas desses teatros são referência para a criação dos mangás.
Nas décadas de 1980 e 1990 surgiram grandes nomes dos quadrinhos. Lourenço Mutarelli criava quadrinhos underground, histórias baseadas em pessoas que conhecia e que traziam temas como solidão e morte. Em 1999 lançou O dobro de cinco, o primeiro quadrinho de uma trilogia sobre um detetive chamado Diomedes.
O HQ contava as peripécias de uma criança, que vivia nos guetos de Nova Iorque. Assim como se comunicava por meio de gírias e trazia reflexões acerca da sociedade de consumo e também questões raciais. Bem como seu nome, “The Yellow Kid” se dá ao fato do personagem sempre estar usando uma grande camisola amarela.
Foi também nos anos 1940 que as HQs começaram a se voltar também para o público adulto. As crianças, que sempre gostaram das histórias, cresceram e continuaram com o hábito da leitura, por isso essa popularização entre os adultos.
No todo a HQ contava a história de uma garotinha, com mais ou menos 6 anos que possuía pensamentos reflexivos. Por essa razão ela sempre se questionava quanto a realidade mundial, bem como trazia um ponto de vista mais humano diante as citações. Como resultado, “Mafalda” é muito conhecida em toda a América Latina e Europa, sendo um grande símbolo argentino.
Nas últimas décadas, a comunidade LGBTI também ganhou destaque e representatividade nas HQs. Segundo Amaro Braga, professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas, autores gays, lésbicas e trans “são mais frequentes e têm voz” no meio. “Eles costumam ser autores engajados, produzindo personagens que conseguem defender suas causas e instruir, por meio do humor, as questões que reforçam suas lutas identitárias.”
Publicada em 30 de janeiro de 1869, a HQ se inspirou nos moldes do livro Histoire de Mr. Jabot (1833), do suíço Rodolphe Töpffer, que narra a história por meio de ilustrações com legendas. Em 2019, As Aventuras de Nhô Quim completou 150 anos de publicação — mas, ainda assim, perde o título de primeiro quadrinho do mundo para uma HQ lançada 26 anos depois: Yellow Kid, do ilustrador norte-americano Richard Felton Outcault. “Para a maioria dos pesquisadores, Yellow Kid é o marco inicial da indústria de quadrinhos”, explica Waldomiro Vergueiro, coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP. “Isso porque foi o primeiro quadrinho a apresentar balões de fala, o que impactou a forma como as tirinhas passaram a ser apresentadas e impulsionou a produção industrial das HQs.”
As comics, como são conhecidas nos países de língua inglesa, surgiram na mesma época do cinematógrafo, mas diferente do que aconteceu com o cinema, que desde sua estreia foi considerado a sétima arte, os quadrinhos não receberam da crítica a devida importância, sendo até mesmo considerados como uma má influência para crianças e adolescentes. Isso aconteceu em virtude das temáticas abordadas, que fugiam às narrativas convencionais, pois se nem a disposição no papel era convencional, por que a linguagem o seria? Essa inovação provocou grande estranhamento e as impressões iniciais sobre as HQs transportaram a arte sequencial para o submundo das artes, onde permaneceu até a década de 60, quando invadiu o universo acadêmico e ganhou a simpatia de estudantes e professores.
No cinema, as produções inspiradas nas histórias em quadrinhos foram sucesso de bilheteria. As grandes produções de filmes como O Homem Aranha, Thor, Homem de Ferro, entre outros, trazem a cultura das HQs e divulgam essa arte.
Os anos 1930 são considerados a Era de Ouro das histórias em quadrinhos. Foi nessa década que surgiram os comic books (os gibis que conhecemos hoje), livros que traziam histórias completas. Super Homem é considerado o personagem que marca o início da Era de Ouro. Depois dele, diversas histórias de ficção científica, aventura e fantasia foram criadas.
As mudanças no mainstream começam aos poucos, a partir da década de 1960, com a criação de personagens negros de grande visibilidade, como Pantera Negra (1966) e Tempestade (1975). “No Brasil, atualmente temos artistas talentosos que trazem essas causas à tona, como Marcelo D’Salete, que venceu o Prêmio Eisner, o ‘Oscar dos Quadrinhos’, em 2018”, ressalta Nobu Chinen, pesquisador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP.
Um marco dentro do graphic novel foi a versão de Frank Miller para Batman. Em 1986 Miller lançou O Cavaleiro das Trevas, muito mais estilizado que o original e com um novo tratamento artístico, tanto para o homem morcego quanto para os vilões e a cidade de Gothan City.
Mesmo que considerada a primeira história em quadrinho “The Yellow Kid” sofreu influencias de várias outras manifestações artísticas. Em exemplo as pinturas das igrejas católicas, sobre a via-sacra no século XIV, onde era narrado a crucificação de Jesus Cristo, por meio da narração sequencial.
As histórias em quadrinhos, também chamadas de HQs, surgiram no final do século XIX. Têm sua origem nas histórias ilustradas, em que imagem e texto dividiam espaço em livros e jornais. Alguns estudiosos afirmam que The Yellow Kid pode ser considerada a primeira história com o formato que conhecemos hoje. Foi criada em 1896 por Richard Outcalt, que incluiu os balões de fala dos personagens.
Faça um esboço da história, planejando o número e o tamanho dos quadrinhos, as ações e os personagens que cada um deve conter. Lembre-se de que é importante desenhar um cenário para situar o espaço da história para o leitor. É importante também ler algumas histórias, observando suas características.
Os quadrinhos ganharam a TV e o cinema e fizeram uma legião de fãs. Em 1967 estreava o primeiro desenho do Homem Aranha e, depois dele, vieram desenhos de outros super-heróis, como X-Men, Batman e Robin, Super Homem, entre muitos outros.