SILVA, Poliana dos Santos [1], XISCATTI, Valéria Scarlleth Costa [2], SOUZA, Ramon Guimarães de [3], BARROSO, Wermerson Assunção [4], OLIVEIRA, Adriana dos Santos [5]
BASTOS, Aline de Carvalho et al. Impacto social da hiperidrose primária: revisão de literatura. Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes-SEMPESq, n. 18, 2018.
Foi apontada a prescrição de tratamentos que fazem uso de terapêutica medicamentosa, no qual se utilizam anticolinérgicos e betabloqueadores. Conforme o que se aferiu, os anticolinérgicos têm por ação impedir que as glândulas sudoríparas sejam estimuladas à produção de suor, e os betabloqueadores, por sua vez, agem bloqueando a noradrenalina, atuando na diminuição do estresse relacionado à sudorese excessiva (DOS SANTOS E PAIVA, 2017).
O tratamento conservador com injeções de toxina botulínica tipo A tem elevado grau de satisfação e baixo índice de complicações ou efeitos colaterais16,17. Por outro lado, o tratamento cirúrgico tem riscos elevados, efeitos colaterais permanentes, e complicações, como hiperidrose compensatória, pneumotórax, hemotórax, síndrome de Horner, hematomas, assimetrias de resultados e grau de satisfação variável dos doentes18. Recentemente, Boscardim et al.19 questionaram se a remoção de um distúrbio para criar outro seria racional, pois o tratamento cirúrgico da hiperidrose (simpatectomia videoassistida), embora definitivo, seguro e eficaz, causa aumento da sudorese (sudorese compensatória) em outras partes do corpo em 67% a 85% dos pacientes20.
Apenas 2 (6,7%) pacientes apresentaram equimoses em alguns pontos das injeções e parestesias de mãos e dedos, associados a dor neuropática e diminuição da força dos movimentos intrínsecos da mão, bilateralmente. Não houve qualquer evidência de déficit vascular de mãos e dedos. Foram prescritos ibuprofeno 600 mg a cada 12 horas, por via oral, e sessões de fisioterapia. A força dos músculos retornou ao normal em 72 horas e os demais sintomas regrediram completamente até a segunda semana. Nenhum caso de hiperidrose compensatória foi observado. A mortalidade foi nula.
A toxina botulínica é conhecida por bloquear fibras colinérgicas simpáticas pós-ganglionares na região das glândulas sudoríparas. Desde a década de 1990, tem sido empregada no tratamento da hiperidrose focal, e vários estudos demonstraram sua eficácia, segurança e boa tolerabilidade como opção aos tratamentos tópicos, sistêmicos e cirúrgicos.
Excisão de tecido axilar: excisão do tecido subcutâneo, excisão de pele e tecido subcutâneo em bloco, e excisão de pele e do tecido subcutâneo subjacente. Não é recomendado porque pode causar cicatrizes inestéticas e retração cicatricial, com possível limitação da mobilidade articular.
INTRODUÇÃO: A hiperidrose caracteriza-se por sudorese excessiva, isolada ou associada, da testa, das mãos, dos pés e das axilas. Atinge cerca de 1% da população. O objetivo deste estudo foi observar os efeitos da toxina botulínica nos pacientes com hiperidrose, demonstrando a técnica, as áreas de incidência e a duração dos resultados obtidos.
O mais importante para os pacientes, entretanto, é seu efeito sobre a qualidade de vida. A hiperidrose pode ter efeitos significativos sobre os pacientes, interferindo nas relações sociais, no trabalho e em atividades cotidianas, provocando impacto negativo na qualidade de vida, com potencial de estigmatização social.
Primeiro é preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como:
Apesar de possuírem uma alta taxa de toxicidade, sendo uma das toxinas mais letais conhecidas, a toxina botulínica do tipo A têm mecanismos de ação bastante específicos, sendo assim empregadas com segurança em tratamentos de doenças que envolvem espasmos neuromusculares (PINTO; MILAGRES E QUEIROZ, 2015).
Na análise do mecanismo de ação do tratamento, observou-se que a toxina botulínica atua afetando as glândulas sudoríparas, especificamente os nervos simpáticos pós-ganglionares para as glândulas sudoríparas (GUERRA NETO, 2016). Assim, foi observado na análise dos dado que a neurotoxina causa um bloqueio que, evidentemente pode atrofiar as glândulas sudoríparas mediante o uso prolongado do tratamento (HAGEMANN e SINIGAGLIA, 2019). Nessa esteira, a involução provocada pela toxina botulínica, associada à melhora do estado emocional do paciente, com a consequente evolução de sua autoestima, favorece o retardamento da sudorese (PINTO; MILAGRES E QUEIROZ, 2015).
A hiperidrose é definida como uma condição na qual há produção de suor em excesso, para além do necessário à regulação da temperatura corporal (GUERRA NETO, 2016). Ela se apresenta na forma primária e secundária. A forma primária é caracterizada por sudorese excessiva em diversas partes do corpo, sem causa específica, e relacionada às condições fisiológicas, neuromusculares e sociais. A hiperidrose secundária, por sua vez, ocorre de maneira generalizada no corpo do indivíduo, acontece em decorrência de uma condição prévia, como hipertireoidismo, ou ainda como decorrência de efeito colateral de uma determinada medicação (HAGEMANN e SINIGAGLIA, 2019).
Para propósitos práticos de diagnóstico, deve-se considerar a visão subjetiva do paciente, ou seja, qualquer sudorese que interfere significativamente no dia a dia (física ou psicologicamente, tanto no meio social como no profissional) deve ser tratada como anormal.
O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa sobre o tema escolhido, utilizando-se do método indutivo para descrever as características que permeiam o tratamento da hiperidrose que utiliza a toxina botulínica. A pesquisa é do tipo exploratória, executada mediante uma revisão integrativa, feita através do levantamento bibliográfico acerca do tema, buscando-se em artigos publicados em periódicos e outras fontes escritas. Foi analisado neste trabalho o uso da toxina botulínica, o seu mecanismo de ação, a dosagem a ser ministrada e a atuação bioquímica da toxina.
Toxina botulínica: bloqueia a liberação do neurotransmissor acetilcolina, ou seja, a transmissão sináptica, produzindo desnervação química eficaz da glândula e cessação temporária da sudorese excessiva. É um tratamento de fácil realização, podendo ser aplicado com anestesia tópica, anestesia local, locorregional ou sedação. Como desvantagens, destacam-se o efeito terapêutico temporário (4 meses a 12 meses, com duração média de 7 meses), o custo elevado e o desconforto associado às injeções múltiplas7-9.