Estendeu-se por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de Movimento e Guerra de Trincheira. A última fase é a mais conhecida por ter sido a mais longa (de 1915 a 1918) e por ter sido efetivamente caracterizada por um alto grau de mortalidade dos soldados envolvidos.
O historiador britânico Eric Hobsbawn marcava a Primeira Guerra como o fim do que ainda se ensina no Brasil como “Era Contemporânea”, período iniciado na Revolução Francesa. Para ele, o confronto marca o nascimento do “Curto Século 20”, que acabou com o fim da União Soviética, em 1991. Quando o conflito se iniciou, ainda se vivia no tempo de reis, condes e marqueses. O centro de poder do mundo era essa velha Europa, que dominava incríveis 80% da área do mundo por suas possessões coloniais.
No entanto, por trás dessa situação de paz e progresso, muitos conflitos estavam sendo travados entre os países europeus, que tinham como motivação principal as disputas imperialistas e o nacionalismo.
A Rússia, por sua vez, defendia o paneslavismo, que pretendia criar um Estado com todos os povos eslavos e, para isso, desejava anexar territórios então pertencentes ao Império Turco-otomano e Austro-Húngaro.
O submarino também foi outro equipamento utilizado na guerra. Foram os alemães que desenvolveram os submarinos, eles os utilizavam para afundar navios que traziam alimentos para o território inimigo.
O namoro foi inventado – o que havia antes era a “corte”, um interessado se apresentando polidamente aos pais da moça e, caso aceito, apenas conversando com ela a uma distância segura, sempre com um parente no meio para supervisionar. O ícone máximo do novo comportamento foram as “flappers”, as moças modernas da década de 20, que abandonaram os espartilhos e penteados por saias e cabelos curtos, e passaram a namorar, fumar e beijar em público.
O gás mostarda é uma arma química que causa graves queimaduras, pode provocar câncer e morte por asfixia. Esse gás é proibido e é classificado pela Convenção de Armas Químicas como classe 1 e não tem outro uso que não seja em guerras químicas.
Após o final do conflito, em 1919 é criada a Liga das Nações, uma organização internacional com o intuito de estabelecer a paz e prevenir novos conflitos. Seu objetivo, no entanto, não foi alcançado, pois 20 anos após o final da Primeira Guerra, o mundo se envolveria novamente em um conflito global.
Lutando do lado dos aliados, o Japão derrotou as forças da marinha Alemã no pacífico, ganhando colônias e, pelo apoio prestado, conseguindo a aceitação europeia para seu domínio sobre a Ásia. “Havia muita simpatia pelo país como o representante do ocidente civilizado no oriente bárbaro”, afirma Sally Winters. Indiretamente, essa é a razão porque a pátria de guerreiros tornou-se a colorida e pacífica democracia atual. A pretensão imperial desencadearia a trágica participação do Japão na Segunda Guerra do lado errado, levando à derrota e reconstrução sob supervisão americana.
Essa condições eram consideradas humilhantes pelos germânicos, que no momento do final do conflito enfrentavam graves problemas econômicos no país. Essa situação gerou revolta entre a população e foi uma das razões para a eclosão da Segunda Guerra Mundial e do Nazismo.
Primeiro, foram os jovens. Os sobreviventes receberam da escritora americana Gertrude Stein a alcunha de lost generation, “geração perdida”. Perdidos, de acordo com ela, num sentido de “sem rumo”, não mortos. A reação aos anos de horror, seguidos pela relativa prosperidade, foi o hedonismo. A década seguinte foi chamada pelos americanos de roaring twenties, os “furiosos anos 20” – a era de ouro do sexo, álcool e jazz.
Dentre as motivações dos conflitos estavam o imperialismo e o nacionalismo dos países europeus. Os países da Tríplice Entente queriam manter sua hegemonia e os países da Tríplice Aliança queriam aumentar seu poder.
O sentimento nacionalista se fortalecia em diversas regiões da Europa, os alemães se uniam no pangermanismo, um movimento que construía uma ideologia de suporte à expansão do Império Alemão.
Por fim, a última vítima da Grande Guerra foram os manuais de combate. A tática militar favorita era a mesma da época de Napoleão: formar linhas largas de soldados, disparar uma vez e avançar aos berros com baionetas – auxiliados por cavalaria armada por sabres. Aviões eram tidos por apenas um fascinante brinquedo novo. Carro de combate tinha quatro patas.
Na questão do nacionalismo havia ainda o revanchismo francês contra a Alemanha. Alguns anos antes, a França perdeu para a Alemanha na Guerra Franco-Prussiana uma parte importante do seu território: a Alsácia-Lorena.
Esse estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria. Fernando foi morto por um nacionalista Sérvio durante uma visita a Saravejo, capital da Bósnia.
Ao longo do conflito, com a diminuição da exportação de produtos brasileiros para os europeus, a situação econômica brasileira é prejudicada. O país também precisou investir na industrialização internamente, já que não conseguia mais importar da Europa.
Além de sair de seu armário isolacionista, os Estados Unidos mantiveram sua estrutura intacta no conflito, enquanto todas as potências europeias tiveram de se reconstruir. O que foi feito, em grande parte, com dinheiro americano, que também havia financiado suas armas durante a guerra. “Os Estados Unidos foram transformados pela guerra de um país devedor a credor, uma posição que mantém ainda hoje”, diz Winter.
Essa ausência talvez seja inevitável, mas é também completamente injusta com a importância da Primeira Guerra. O mundo de hoje foi parido pelo massacre. A seguir, vários aspectos da realidade atual que só existem por causa do confronto.