Os colonizadores utilizaram-se de ameaças, da força física e da propagação de doenças para forçar os índios a trabalharem para a Coroa. Várias tribos foram dizimadas por conta do conflito com os portugueses ao recusarem o trabalho escravo. Muitos índios fugiram para o interior do Brasil, evitando ser escravizados.
Quando se questiona ao empregador o motivo da diferença de tratamento entre os trabalhadores indígenas e os não indígenas, a resposta costuma ser, segundo Parron, "eles gostam de viver assim".
Com o passar do tempo, o objetivo era realizar empreendimentos cada vez mais lucrativos. Por isso, tanto para os senhores de engenho, quanto para os proprietários de terra, a necessidade de mão de obra era crescente. Contudo, os escravos negros eram vendidos a preços altos, de forma que a escravidão indígena foi encarada como uma solução.
O problema não é exclusivo dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, contudo. "Comunidades indígenas em várias regiões do país, principalmente no Sul e Centro-Oeste, estão vivendo em condições muito precárias, em beira de estrada, por não terem suas terras demarcadas", diz a antropóloga.
A escravidão indígena começou a ser combatida somente a partir de 1758, por meio de um decreto de Marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino de Portugal. O documento também proibia, contudo, o uso das línguas indígenas no Brasil.
Os primeiros sinais eram de estranheza e de certa admiração e respeito, não pareciam amedrontados nem assustados, eles vão ao encontro deles para oferecer prendas de boas vindas, como peixes. Poderíamos chamar de amistosos, não fugiam e a curiosidade foi mais forte.
"Em uma operação no Mato Grosso, ao chegar na fazenda objeto da fiscalização, encontramos várias famílias indígenas trabalhando na catação de sementes de braquiária, uma atividade manual na qual se trabalhava de cócoras o dia todo", diz o relato do auditor fiscal do trabalho Mário Lorenzoni, presente no livro.
Notícias da Floresta é uma coluna que traz reportagens sobre sustentabilidade e meio ambiente produzidas pela agência de notícias Mongabay, publicadas semanalmente em Ecoa. Esta reportagem foi originalmente publicada no site da Mongabay Brasil.
Apesar disso, o combate a escravidão indígena só foi endurecido a partir de 1757, através de um decreto emitido pelo Marquês de Pombal. Algumas aldeias formam, inclusive, transformadas em povoados submetidos ao poder da Coroa.
Os índios eram vistos como seres inferiores, que necessitavam da conversão ao catolicismo para que suas almas não fossem condenadas. Por isso, as práticas religiosas realizadas pelas tribos antes da chegada dos portugueses foram abolidas pelos padres jesuítas.
Acostumados a viver em economia de subsistência, muitos índios morreram em decorrência do trabalho forçado. Outro ponto importante, foram as doenças contraídas por eles ao entrarem em contato com os europeus.
Pacheco argumenta, porém, que a mecanização da colheita da cana, processo intensificado no estado na década passada, não acabou com o trabalho escravo de indígenas, uma vez que estes acabaram migrando para outras funções.
"Encontramos muitos indígenas sem documento, só com uma certidão de nascimento administrativa feita pela Funai. Sem documentos pessoais e conta no banco, o trabalhador não consegue receber os benefícios a que tem direito e não tem acesso aos programas do governo", diz Parron.
Além disso, os dados oficiais de registro de indígenas em operações de trabalho escravo da Detrae apontam apenas 627 indígenas resgatados desde 2004, mas, segundo Krepsky, eles dizem respeito somente aos trabalhadores que receberam o seguro-desemprego no momento do resgate.
Enquanto isso, na Amazônia, um levantamento da Hutukara Associação Yanomami de abril deste ano mostra que o garimpo já alicia os Yanomami para áreas de garimpo ilegal, onde trabalham de maneira insalubre em troca de comida e roupa. Nessas garimpos, também há a exploração sexual de meninas indígenas.
I - A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil foi progressivamente abandonada e substituída pela africana, entre outros motivos, devido aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro.
Resposta. Explicação: os índios fugiam dos engenhos, pois eles não conseguiam se adaptar com a forma de trabalho português. Eles fugiam para a mata onde os portugueses nao conseguiam capitura-los, pois eles nao conheciam o terreno matoso.
Os portugueses optaram pela mão-de-obra escrava africana por razões culturais, religiosas e econômicas.
Dessa forma, os portugueses decidiram trazer escravos africanos, pois não haveria problemas em relação às doenças, às condições de trabalho e nem em relação aos jesuítas. Abraços!