assim, sempre que o gato tivesse por perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. ... Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato? Moral da história: Falar é fácil, fazer é que é difícil.
Os ratos rapidamente concordam com a brilhante ideia de colocar no gato Faro-Fino um guizo para saber quando ele se aproxima. O único rato que vai contra a votação, identificado como casmurro (adjetivo que quer dizer teimoso, obstinado), é aquele capaz de ver para além da decisão e pensar na implementação daquilo que foi votado.
A criança se identifica com a protagonista da história - sente-se na pele da ovelha - e se percebe incapaz de sair da situação em que colocaram o pobre animal. Muitas das vezes o leitor consegue associar essa situação com algum momento vivido em que foi acusado sem ter tido culpa nenhuma do que se passou.
A fábula introduz no pequeno leitor a noção de injustiça e apresenta o lado menos bom das pessoas, que muitas vezes colocam os seus interesses pessoais acima da do que é correto.
A história do pastor e do leão é das poucas das Fábulas protagonizada por um personagem humano e não por um animal - embora os animais desempenhem papel importante na narrativa do pastor e do leão.
Em suas fábulas, ou parábolas, ricas em ensinamentos, ele retrata o drama existencial do homem, substituindo os personagens humanos por animais, objetos ou coisas inanimadas do reino vegetal, mineral, ou forças da natureza.
Os Ratos resolveram organizar um conselho com a intenção de decidir qual seria a melhor estratégia para que pudessem saber com antecedência quando o inimigo deles, nesse caso o Gato, estava por perto.
A fábula contada por Monteiro Lobato fala ao pequeno leitor sobre a força de um pedido realizado. Ela mostra o poder do pensamento do pastor e as consequências práticas desse desejo quando finalmente acontece aquilo que o protagonista tanto ansiava.
Enquanto as rãs novas se divertem com a cena inusitada da batalha entre os touros, a rã velha, com base naquilo que viveu no passado, é capaz de fazer previsões para o futuro alertando os mais jovens no presente.
As fábulas constituem um alimento espiritual correspondente ao leite na primeira infância. Por intermédio delas a moral, que não é outra coisa mais que a própria sabedoria da vida acumulada na consciência da humanidade, penetra na alma infante, conduzida pela loquacidade inventiva da imaginação.
Lançado em 1922, a série de releituras das breves histórias fez sucesso entre os pequenos leitores e continua até os dias de hoje encantando gerações com animais falantes e sábias morais.
A fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na Grécia antiga. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens.
Uma vez os ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma reunião para encontrar um jeito para acabar com aquele eterno transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à Lua.
Assim foi. O touro mais forte, à força de marradas, encurralou no brejo o mais fraco, e as rãzinhas tiveram de dizer adeus ao sossego. Inquietas sempre, sempre atropeladas, raro era o dia em que não morria alguma sob os pés do bicharoco.
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
- Acho - disse um eles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Segundo Cavalheiro, crítico e teórico, o contexto de produção da literatura infantil antes da empreitada de Monteiro Lobato era completamente diferente do que estamos habituados a ver agora:
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome. Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão.