Ele foi criado com a crença de que ele era de nascimento divino. “Desde seus primórdios, Olímpias o encorajara a acreditar que ele era um descendente de heróis e deuses. Nada do que ele havia realizado teria desencorajado essa crença”, disse o professor de clássicos do Wellesley College Guy MacLean Rogers em seu livro “Alexander”.
Em 327 a.C., com o Império Persa firmemente sob seu controle e recém-casado com a nobre bactriana Roxana (v. c. 340-c. 310 a.C.), Alexandre voltou sua atenção para a Índia. Após tomar conhecimento das façanhas do grande general macedônio, o rei indiano Omphis de Taxila submeteu-se à sua autoridade sem luta, mas as tribos Aspasioi e Assakenoi resistiram ferozmente. Em batalhas realizadas de 327 a 326 a.C., Alexandre subjugou estas tribos, e finalmente defrontou-se com o Rei Poro de Paurava na Batalha do Rio Hidaspes, em 326 a.C.
Alexandre pretendia marchar e cruzar o Rio Ganges em direção a futuras conquistas, mas suas tropas, esgotadas após o duro combate contra Poro (no qual, de acordo com Arriano, teriam sido perdidos 1.000 homens), amotinaram-se em 326 a.C. e se recusaram a ir adiante. O rei tentou persuadir seus homens a prosseguir mas, falhando em convencê-los, finalmente concordou com seus desejos. Ele dividiu o exército em dois, enviando metade de volta a Susa pelo mar, através do Golfo Pérsico, sob o comando do Almirante Nearco, e marchou com a outra metade através do Deserto Gedrosiano em 325 a.C., quase um ano depois do motim das tropas.
A personalidade de Alexandre, o Grande, era um paradoxo. Ele tinha um grande carisma e personalidade. Entretanto, seu caráter era cheio de contradições, especialmente em seus últimos anos. Ele tinha a capacidade de motivar seu exército a fazer o que parecia ser impossível.
Aos vinte anos de idade, sucedeu seu pai. Embora Alexandre tenha governado somente por treze anos, durante esse tempo foi capaz de construir um império maior do que qualquer outro que já havia existido.
Seus tutores certamente exerceram uma profunda influência sobre ele, mas Alexandre parecia destinado à grandeza desde o nascimento. Ele teve, em primeiro lugar, um pai cujas realizações proporcionaram uma base sólida para seus seus sucessos posteriores. O historiador Diodoro Sículo observa:
Após a morte de seu pai, Alexandre agiu rapidamente para consolidar o poder. Ele ganhou o apoio do exército macedônio e intimidou os estados que Felipe havia conquistado para aceitar seu governo. Depois de campanhas nos Bálcãs e na Trácia, Alexandre se moveu contra Tebas, uma cidade na Grécia que se rebelou, conquistando-a em 335 aC.
Seleuco fundou o Império Selêucida (312-63 a.C.), compreendendo a Mesopotâmia, Anatólia e parte da Índia e seria o último remanescente dos Diádocos após 40 anos de incessantes guerras entre eles e seus herdeiros. Veio a ser conhecido como Seleuco I Nicator (Invencível, r. 305-281 a.C.). Nenhum dos generais de Alexandre possuía sua inteligência natural, compreensão ou gênio militar mas, ainda assim, eles fundaram dinastias que, com exceções, governariam suas respectivas regiões até a ascensão de Roma.
02. [UFRN]: Felipe II, rei da Macedônia, conquistou a Grécia. Seu filho, Alexandre, o Grande, consolidou as conquistas do pai e expandiu o império em direção à Ásia, chegando até a Índia. Na perspectiva histórica, a obra de Alexandre e de seus sucessores imediatos foi importante porque:
Calístenes (v.c. 360-327 a.C.), outro amigo, era sobrinho-neto de Aristóteles e veio para a corte macedônia com o filósofo. Mais tarde, atuaria como historiador da corte e acompanharia Alexandre em campanha. Heféstion permaneceu seu melhor e mais querido amigo através de toda a vida, além de segundo em comando no exército. Sobre a juventude de Alexandre, o historiador Worthington afirma que Alexandre “seria educado em casa, como era costume na Macedônia e cresceria acostumado a assistir (e então participar) nas competições etílicas, parte da vida na corte” mas que, à parte essas informações, “sabemos surpreendentemente pouco sobre a infância de Alexandre” (33).
Seu camarada de longa data, Cassandro, ordenaria as execuções de Roxana e do filho desta com Alexandre, além de Olímpia, para consolidar o poder como o novo rei da Macedônia. Afirma-se que Ptolemeu I roubou o cadáver de Alexandre quando estava sendo transportado para a Macedônia e o levou furtivamente para o Egito, na esperança de tornar realidade uma profecia segundo a qual o lugar onde ele jazesse seria próspero e inconquistável. Ele fundaria a Dinastia Ptolemaica no Egito, que duraria até 30 a.C., terminando com a morte de sua descendente, Cleópatra VII (v. 69-30 a.C.).
Em 331 a.C., Alexandre reencontrou o Rei Dário III no campo de batalha em Gaugamela (também chamada de Batalha de Arbela) onde, novamente em grande inferioridade numérica, derrotou decisivamente o soberano persa, que fugiu do combate. Babilônia e Susa renderam-se incondicionalmente, sem resistência. No inverno de 330 a.C., Alexandre marchou sobre Persépolis, encontrando oposição na Batalha dos Portões Persas, defendidos pelo herói Ariobarzanes (v. 386-330 a.C.) e sua irmã, Youtab Aryobarzan (d. 330 a.C.), no comando das tropas. O rei macedônio os derrotou e tomou Persépolis, que então foi destruída pelo fogo.
Embora tenha conquistado o Egito, Alexandre não estava interessado em impor suas ideias sobre verdade, religião ou comportamento sobre o povo, desde que fossem mantidas abertas as linhas de suprimento para alimentar e equipar suas tropas (um importante aspecto da sua habilidade em governar vastas áreas, que acabou negligenciado pelos sucessores). Isso não significa, porém, que não suprimisse rebeliões de forma implacável ou que hesitasse antes de aniquilar aqueles que se opunham a ele. Após elaborar um plano urbanístico para a cidade de Alexandria, ele deixou o Egito em direção à Síria e à Mesopotâmia setentrional, com o objetivo de retomar as campanhas contra a Pérsia.
Filipe assegurou que Alexandre recebesse uma notável e significativa educação. Ele providenciou para que Alexandre fosse ensinado pelo próprio Aristóteles. Sua educação o infundia com o amor pelo conhecimento, lógica, filosofia, música e cultura.
Após seu retorno, descobriu que muitos sátrapas a quem havia confiado o governo tinham abusado do seu poder e, assim, os executou, assim como aqueles que haviam vandalizado a tumba de Ciro, o Grande (r. c. 550-530 a.C.), na velha capital de Pasárgada. Ele ordenou que a antiga capital e a tumba fossem restauradas e tomou outras medidas para integrar seu exército com os povos da região, mesclando as culturas persa e macedônia.
Poro atacou as forças de Alexandre com elefantes e lutou tão bravamente com suas tropas que, após derrotá-lo, Alexandre o nomeou governante de uma região maior do que a que havia reinado anteriormente. Seu cavalo predileto, Bucéfalo, foi morto nesta batalha e Alexandre chamou uma das duas cidades que fundou após o combate como "Bucéfala" em homenagem ao animal.
Ele também adotou costumes persas e casou com mulheres orientais: Estatira, filha mais velha de Dario, e com Roxana, filha do sátrapa Bactriana Oxiartes. Além disso animou e subornou seus oficiais para que aceitassem mulheres persas como esposas.
Em 332 aC, depois que Gaza foi tomada pelo cerco, Alexandre entrou no Egito, um país que havia experimentado períodos de domínio persa por dois séculos. Em sua costa norte, ele fundou Alexandria, a cidade mais bem-sucedida que ele já construiu.
Era também conhecido pelo seu feitio violento e impetuoso e por ser invadido frequentes vezes por uma espécie de superstição religiosa, herdada possivelmente de sua mãe Olímpia.