Qual O Conceito De Famlia Que Precisamos Utilizar No Serviço Social Para Viabilizaço De Polticas Pblicas Sociais?

Qual o conceito de famlia que precisamos utilizar no serviço social para viabilizaço de polticas pblicas sociais

O conceito que podemos extrair dos ditames legais que regem o direito no Brasil, família é a estrutura formada por indivíduos que mantém laços sanguíneos e legais, os quais vivem em mutua cooperação, e em determinados caso existe o dever de cuidado dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais.

As famílias de camadas populares, que são organizadas em rede (participação de outros parentes e de pessoas da comunidade no convívio e em prol da sobrevivência) e que têm como foco o sistema de obrigações, diferenciam-se das de camadas médias, que se organizam em núcleos centrados no parentesco. Esse conhecimento é relativamente difundido. Além de constar em marcos legais, como no PNCFC, Sarti (1996) e Fonseca (2002) enfatizam essa perspectiva de análise e, de modo geral, pesquisadores que trabalham com famílias pobres ou abaixo da linha de pobreza assumem essa concepção.

Autores

O novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002), por sua vez, entre os tantos aspectos relativos à família, expressa também nos artigos 1.583 e 1.584, a igualdade de direitos do pai e da mãe no que se refere à guarda dos filhos.

IAMAMOTO, Marilda Vilela; CARVALHO, Raul. Relações sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 1982.

O Estado ajudou e ajuda a diminuir os laços de dependência: da família em relação à solidariedade da parentela e da vizinhança; da mulher em relação ao homem; da criança em relação a seus pais. As transformações desses antigos laços de dependência têm um reverso: uma menor autonomia da família e de seus membros vis-à-vis os representantes do Estado, juízes, psicólogos, professores, sociólogos etc.

Palavras-chave:


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A experiência obtida nos campos da saúde mental e do sistema sociojurídico indicou a importância de o profissional reconhecer a família como sujeito de direitos e trabalhar na defesa da garantia de seus direitos sociais, inclusive por meio da promoção do acesso a políticas públicas - que tenham como objetivo final a inclusão produtiva. Isso implica assumir a família como uma referência social, concebendo-a em sua historicidade, em sua localização territorial e como mediadora entre seus membros e a coletividade. Compreender a pluralidade em suas formas de organização e as particularidades que emergem da condição de classe social e das relações de gênero e de geração, bem como da singularidade relativa a questões étnicas e culturais, são aspectos também preponderantes para o assistente social lidar com o trabalho social direcionado às famílias.

SOUZA, Michele. O Assistente social e a construção do conhecimento: uma abordagem compreensiva. 2010. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Programa de Pós-graduação em Serviço Social, Florianópolis, 2010.

Uma análise cuidadosa das questões apresentadas por indivíduos e famílias pode evitar também julgamentos precipitados sobre seus modos de vida. É interessante que se indague, por exemplo, quais são os motivos que levam uma mulher-mãe a buscar, de forma repetitiva, novos parceiros. Seria essa uma tentativa de obter proteção em territórios cuja violência é muito grande? Ou seria também uma forma de conquistar, por meio da troca afetiva, algum fortalecimento para enfrentar as agruras de seu dia a dia? Será que o homem continua ocupando, nesse segmento social, o papel de principal mediador entre a família e o meio social imediato? Presumimos que o exame dessa e de outras questões pode contribuir para que o profissional efetive ações concernentes às demandas da população usuária daquele dado programa ou serviço.

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NEDER, Gizlene. Ajustando o foco das lentes: um novo olhar sobre a organização das famílias no Brasil. In: KALOUSTIAN, Silvio Manoug (org.). Família brasileira a base de tudo. São Paulo: Cortez, 1994, p.26-46.

Um grupo de pessoas que são unidas por laços de consanguinidade, de aliança e de afinidade. Esses laços são constituídos de representações, práticas e relações de obrigações mútuas. Por sua vez, estas obrigações são organizadas de acordo com a faixa etária, as relações de geração e de gênero, que definem o 'status' da pessoa dentro do sistema de relações familiares.

Palavras-chave

Palavras-chave

Essas experiências propiciaram sistematizar a investigação sobre família e a compreender que tal temática é complexa, quer do ponto de vista teórico-metodológico e ético quer em sua dimensão técnico-operativa, inclusive porque pensar em família implica transcender a noção do que é individual e assumir uma concepção relacional, pois se trata da interação entre um conjunto de indivíduos. Nesse sentido, também foi e continua sendo desafiante transpor para o cotidiano profissional um entendimento que abarque as transformações vividas pela família desde o século 19, as quais resultaram na multiplicidade de suas configurações, na diversidade de modos de interação entre as gerações e na redefinição das relações de gênero e da articulação entre os espaços privado e público. Outra tarefa que entendemos merecer atenção especial por parte dos assistentes sociais é trabalhar nesse campo, sobretudo nos projetos sociais direcionados aos segmentos mais pauperizados, na perspectiva de promover o acesso a políticas de proteção social e, ao mesmo tempo, evitar a tutela do Estado em relação a essas famílias.

Este artigo apresenta reflexões sobre família e trabalho social, com base em investigações no âmbito do Serviço Social1. Para tanto, tece considerações teórico-metodológicas e técnico-operativas sobre esses dois tópicos, demarcando a relação família-Estado, bem como a importância das políticas de proteção social e das redes de relações sociais na organização e no reenraizamento social de famílias dos segmentos populares. Além disso, anuncia algumas premissas dessa prática social, indicando que, se associadas à promoção de acesso a políticas públicas, podem contribuir para a conquista da autonomia e da cidadania de famílias socialmente vulnerabilizadas.

Resposta verificada por especialistas

Ao longo das últimas décadas o Serviço Social brasileiro consolida uma referência teórica, metodológica e política alicerçada na teoria social crítica que alimenta a cultura profissional. No decorrer deste processo, temas como a família foram secundarizados, ainda que contemporaneamente haja a latência da temática no contexto de um Estado mínimo que apregoa a centralidade da família na provisão da proteção social. Este resgate da família impõe questões candentes para os assistentes sociais que trabalham nas políticas sociais. Refletir sobre a relação do Serviço Social com a família, a partir da produção teórica da área, constitui o enfoque do presente artigo, desenvolvido por meio de revisão de literatura. Os resultados dessa aproximação indicam que a problematização do tema, apesar de relevante e historicamente relacionado ao trabalho dos/das assistentes sociais, não tem acompanhado os avanços teórico-metodológicos, técnico-operativos e ético-políticos ocorridos na profissão.

NUNCIO, Maria Jose. Introdução ao Serviço Social: história, teoria e métodos. Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Lisboa, 2010.

Como Citar

A atenção individualizada visa abordar as questões que são singulares àquela família, sobretudo as relativas às vicissitudes de seu percurso de vida, ao convívio de seus vários membros e ao processo socioeducacional de crianças e adolescentes. Os procedimentos de caráter coletivo envolvem diversas famílias e têm o objetivo de trabalhar as particularidades daquele conjunto de sujeitos e de estimular a articulação entre eles, inclusive em prol da reivindicação de seus direitos sociais.

Nesse sentido, as intervenções no âmbito do Serviço Social devem resultar de uma análise criteriosa das demandas e do percurso de vida dos sujeitos ou das famílias a quem está direcionada a ação profissional, inclusive para obter uma compreensão mais apurada das estratégias de enfrentamento das vulnerabilidades sociais da população alvo, tendo sempre em vista as causas estruturais de sua pauperização e de seu desenraizamento social.

Uma eficiente organização da rede de serviços pode proporcionar o atendimento em tempo hábil às necessidades apresentadas pela família. A prática tem mostrado que, em prol da efetividade e eficácia do trabalho social, certas demandas precisam ser respondidas com a maior brevidade possível, inclusive porque disso depende o não agravamento da questão em foco. Se esse aspecto não for considerado, o que emergiu como sendo de média complexidade pode se transformar em situação de alta complexidade e, por conseguinte, exigir mais tempo e recursos para seu equacionamento, além de ocasionar maior sofrimento e até danos à pessoa ou à família.

Publicado

A Política Nacional de Assistência Social apresenta a matricialidade sociofamiliar como um dos tópicos relativos ao "Conceito e a Base de Organização do Sistema Único de Assistência Social". A implicação disso é a necessidade de se conhecer, em profundidade, as famílias às quais estão direcionadas as ações, pois pela própria multiplicidade de configurações, formas de convivência - diretamente relacionadas a suas condições sociais, crenças e hábitos culturais - e por constituírem espaço de contradições e conflitos, tais famílias apresentam significativas diferenças entre si, mesmo fazendo parte de um mesmo segmento social. Identificar no que as famílias se igualam e no que elas se diferenciam parece ser um dos primeiros desafios que se apresenta para os serviços cuja responsabilidade é a de imple-mentação de políticas sociais, por meio da estruturação de ações que possam ser efetivas e eficazes para a população alvo.

SARMENTO, Hélder Boska de Moraes. O debate contemporâneo sobre a intervenção profissional. FAGUNDES, Helenara Silveira; SAMPAIO, Simone Sobral (org). Serviço Social, questão social e direitos humanos. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014, p.159-188.

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Especialmente nessas circunstâncias, cabe ao profissional de Serviço Social direcionar sua ação para inserir as famílias nas redes sociais secundárias (organizações do poder público e da sociedade civil). Por meio da oferta de serviços de qualidade e de suficientes recursos sociais, que devem ter como princípios a universalidade e a integralidade, essa rede de serviços tem a responsabilidade de assegurar condições protetivas às famílias, na perspectiva da efetivação de direitos e de fomentação de processos emancipatórios, com vistas a promover a justiça social.

Na prática com a população de segmentos populares, foi possível constatar que um outro desdobramento da não efetividade das ações é a descrença nos serviços oferecidos, o que pode repercutir negativamente na forma como a família participa da proposta do trabalho e no próprio sentimento de "ter direito a direitos". Nesse sentido, cabe indagar se houve o necessário exame e a devida contextualização da(s) questão(ões) apresentada(s) pela família, bem como do caminho que ela já percorreu na tentativa de ver suas demandas atendidas, de modo a evitar sua culpabilização ou responsabilização, sobretudo nos casos em que o envolvimento do usuário naquele dado projeto não esteja atendendo ao inicialmente planejado.

O que é Matricialidade Sócio-familiar e sua importância para o serviço social?

A Matricialidade Sociofamiliar se refere à centralidade da família como núcleo social fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência social.

Qual a importância do Suas para o serviço social?

O SUAS tem por lógicaa gestão das ações na área da assistência social, organizada de forma descentralizada e participativa. Este artigo tem por finalidade, apresentar o desenvolvimento da política de assistência social no Brasil, bem como, seu sistema de proteção, benefícios e programas.

Qual a importância da territorialização para o desenvolvimento da política de assistência social?

Possibilita orientar a proteção social de Assistência Social: • na perspectiva do alcance de universalidade de cobertura entre indivíduos e famílias, sob situações similares de risco e vulnerabilidade; • na aplicação do princípio de prevenção e proteção pró-ativa, nas ações de Assistência Social; • no planejamento da ...

O que é territorialização na assistência social?

Desse modo, o princípio da territorialização implica o reconhecimento da presença de múltiplos fatores sociais e econômicos que levam o indivíduo e a família a uma situação de vulnerabilidade social, orientando, desta forma, a Proteção Social de Assistência Social (ROSSI, 2013).

O que é o território para o serviço social?

Conforme a Política Nacional da Assistência Social/2004 a definição de território abrange o entorno dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, considerando-se também a realidade socioeconômica e cultural das famílias: arranjos, valores, crenças e demandas; os recursos e as vulnerabilidades existentes no ...

Como salienta Santos e Silveira 2001 a noção de território na atualidade transcende a ideia apenas geográfica de espaços contíguos vizinhos que caracterizam uma região Estendendo-se para a noção de rede formada por pontos distantes uns dos outros ligados por todas as formas e processos sociais o Espaço Económico Nesse?

Como salienta Santos e Silveira (2001), a noção de território, na atualidade, transcende a ideia apenas geográfica de espaços contíguos vizinhos que caracterizam uma região, estendendo-se para a noção de rede, formada por pontos distantes uns dos outros, ligados por todas as formas e processos sociais; o espaço ...

Como salienta Milton Santos 1994 a noção de território na atualidade transcende a ideia apenas geográfica de espaços contíguos vizinhos que caracterizam uma região Estendendo-se para a noção de rede formada por pontos distantes uns dos outros ligados por todas as formas e processos sociais o Espaço Económico Nesse?

Como salienta Milton Santos (1994), a noção de território, na atualidade, transcende a ideia apenas geográfica de espaços contíguos vizinhos que caracterizam uma região, estendendo-se para a noção de rede, formada por pontos distantes uns dos outros, ligados por todas as formas e processos sociais; o espaço econômico, ...

O que Milton Santos dizia sobre a análise social do território?

O território nacional é o espaço de todos, abrigo de todos. ... O autor propôs que o “espaço geográfico” (sinônimo de “território usado”) seja compreendido como uma mediação entre o mundo e a sociedade nacional e local, e assumido como um conceito indispensável para a compreensão do funcionamento do mundo presente.

O que na obra de Milton Santos Destaca-se como elemento constitutivo do espaço e do território no que se refere ao Estado Nação marque a opção correta?

O que na obra de Milton Santos destaca-se como elemento constitutivo do espaço e do território, no que se refere ao Estado-nação? Marque a opção correta. a ) Povo, população e estado.

Por que Milton Santos afirma que a globalização é uma fábrica de perversidade?

A máquina ideológica faz crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta através da disposição, cada vez maior, de mercadoria para o consumo quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas.

O que Milton Santos fala sobre a globalização?

A globalização é fragmentação ao expressar no lugar os particularismos étnicos, nacionais, religiosos e os excluídos dos processos econômicos com objetivo de acumulação de riqueza ou de fomentar o conflito (Ribeiro, 2001). A obra de Milton Santos contribuiu para precisar o fenômeno da globalização.

Qual o posicionamento crítico de Milton Santos e o que ele propôs?

A obra de Milton Santos caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e aos pressupostos teóricos predominantes na ciência geográfica de seu tempo. ... Nessa obra, defendia também o caráter social do espaço, que deveria ser o principal enfoque do geógrafo.

O que é a globalização perversa?

A Globalização perversa é um fenômeno em que o processo de integração econômica mundial ocorre de maneira hierarquizada, em que países ricos e grandes potências passam a explorar e se apropriar dos recursos dos países subdesenvolvidos, bem como de sua mão de obra (explorada), prejudicando-os no longo prazo.

O que o autor chama de globalização perversa?

Resposta. Resposta: segundo Milton Santos, a globalização como perversidade é como ela realmente é. Ao contrário da globalização como fábula, as desigualdades sociais, miséria, mortalidade infantil, analfabetismo, estão presentes e podem ser consideradas fruto dessa "globalização" seletiva, e exclusiva.

Porque podemos afirmar que a globalização também é perversa e geradora de desigualdade de um exemplo?

Uma globalização, nas palavras do sociólogo francês, citando o relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), além da revista do Cepal ( Comissão Econômica para a América Latina), que é perversa, pois “o fato principal é o aumento da pobreza e sobretudo da desigualdade social.” O mais importante ...

Quais argumentos são utilizados para caracterizar a globalização como perversidade?

A globalização como perversidade é o mundo tal como ele é. Para Santos, o caráter perverso da globalização atual baseia-se em duas violências: a tirania da informação, expressa no modo como ela é distribuída à humanidade, e a tirania do dinheiro, que representa o motor da vida econômica e social.