A Revolução Russa foi um processo revolucionário ocorrido na Rússia entre 1917 e 1923, que levou à derrubada do regime czarista autoritário e ao estabelecimento de um governo comunista de partido único. Com essa revolução, o comunismo teve seu primeiro triunfo na história e conseguiu se consolidar como um modo de produção alternativo ao capitalismo durante a maior parte do século XX.
Finalmente, os soldados queriam paz e o Governo provisório, que contava com o apoio da França e da Inglaterra, não podia de maneira nenhuma retirar-se do campo de batalha. Mas Lênin sabia que aquele não era o momento de se opor radicalmente ao Governo provisório, o que poderia favorecer uma reação czarista.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a URSS foi fundamental para a derrota do nazi-fascismo. A “Guerra Patriótica”, responsável pela morte de mais de 23 milhões de russos, expandiu o bloco soviético ao incorporar diversas nações do Leste Europeu e reordenou a geopolítica mundial em uma forma bipolar em que se opunham o bloco de países capitalistas liderados pelo EUA e o bloco de países socialistas capitaneados pela URSS. O desenvolvimento de gigantescos arsenais atômicos pelas duas superpotências impedia quaisquer conflitos diretos, resultando no uso de estados “satélites” para fazer valer interesses estratégicos. Essa nova ordem geopolítica que emerge da Segunda Guerra foi denominada “Guerra Fria”.
1) Os mencheviques (termo russo que significa "minoria"), que acreditavam que uma revolução socialista só podia acontecer na Rússia depois que essa se tornasse industrializada e capitalista, de acordo com o pensamento original de Karl Marx;
Para acabar com os protestos, o governo czarista promulgou uma Constituição e criou a Duma: um parlamento com representantes que tinham o poder de estabelecer determinadas medidas econômicas e sociais. No entanto, dois anos depois, os artigos mais liberais da Constituição foram revogados e, na prática, o poder do Parlamento foi severamente limitado.
Contudo, por trás do caos aparente, aproveitando-se dele, as elites industriais e financeiras procuravam se impor. Dominando o mercado e estabelecendo preços, estavam se lixando para a miséria das massas. Financiavam o Governo provisório, mas não deixavam de ajudar também a seus próprios opositores mais radicais - os bolcheviques - de modo a salvaguardar-se caso estes últimos conseguissem triunfar (muitos capitalistas, por sinal, conseguiram salvo conduto para deixar o país quando isso aconteceu).
O partido dos bolcheviques estava no poder e começou a expedir decretos que, a princípio, pareciam atender aos interesses das massas: suprimiram as grandes propriedades, atribuíram a gestão das terras aos comitês de camponeses, estatizaram fábricas que passaram ao controle dos operários. Isso não significava, porém, que a utopia igualitária do socialismo estava se tornando realidade.
Para se ter uma ideia dessa última afirmação basta apontar dois fatos: o governo bolchevique resolveu abrir o Palácio de Inverno do czar à visitação pública e o resultado foi o saque de tudo o que havia no local, especialmente das adegas do palácio onde homens e mulheres se embriagaram numa orgia que se estendeu por uma semana.
Pedro Ramos Toledo é mestre em História Econômica pela FFLCH e doutorando no Programa de Pós-Graduação em História Social na mesma instituição. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da Revolução Russa.
Pedro Ramos Toledo: Existe um debate em aberto acerca da relação causal entre a Revolução Russa e a 1ª Guerra Mundial. Em outras palavras, foi a Revolução filha da Grande Guerra ou teria ela acontecido independentemente do conflito europeu? Sem nos atermos a esse debate historiográfico, a relação entre esses dois eventos tem elementos indiscutíveis. A declaração de guerra do império Austro-húngaro à Sérvia acabou por arremessar a Rússia, através da política de alianças estabelecida desde as últimas décadas do século 19, em uma guerra de escala e violência inauditas. Mal preparadas e equipadas, as tropas russas sofreram grandes reveses, o que levou o Czar Nicolau II a assumir o comando direto das tropas. Tal decisão, além de afastar o Czar de sua capital e centro de poder ao forçar seu deslocamento para cidade de Mogilev, Quartel General do Exército Russo, acabou por levar à sua responsabilização direta pelas seguidas derrotas e baixas militares.
Diferentes setores se uniram em oposição aos bolcheviques: anticomunistas, monarquistas, nacionalistas e liberais. Essa associação contrarrevolucionária recebeu o nome de Movimento Branco e formou um exército que lutou contra a imposição do comunismo. A Guerra Civil Russa durou até que, em 1923, o Exército Vermelho bolchevique finalmente derrotou os contrarrevolucionários e fundou definitivamente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em seus primeiros dias, a Revolução Russa foi uma revolução popular da qual milhões de pessoas participaram por meio de manifestações, greves e saques em todo o país. Diferentes figuras políticas competiram para liderar a revolução, para liderar as mobilizações e, por fim, para fazer parte do novo governo.
Em março de 1917, Lênin amargava o exílio na Suíça, tendo fugido da polícia do czar. Era um homem envelhecido para os seus 47 anos, sofria possivelmente de sífilis, e não acreditava que veria a revolução, à qual dedicara os últimos 27 anos de sua vida.
Fruto de revoltas campesinas e greves industriais que ocorriam desde 1914, a revolução de fevereiro resultou na queda do regime autocrático do Czar Nicolau II, na formação de um governo provisório e no retorno dos sovietes para o cenário político russo. Já a revolução de outubro refletiu a incapacidade do governo provisório de atender às demandas populares – comida, terra, aumento de salários e fim da guerra – o que possibilitou a tomada de poder dos bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin, em 25 de outubro de 1917.
No entanto, a Rússia não era uma democracia, mas uma autocracia: o czar (imperador) governava com poderes absolutos. O Parlamento ou Duma, instituído em 1906, mal e mal se opunha a ele. Para complicar, a czarina (imperatriz) era alemã e boa parte da corte simpatizava com a Alemanha, querendo mudar de lado no conflito. Para isso, não hesitavam em sabotar seus próprios exércitos, facilitando as vitórias adversárias.
A repressão aos opositores do novo regime se organizou rapidamente: além da Guarda Vermelha, formou-se a Tcheka - uma polícia política secreta com plenos poderes, comparável à Gestapo nazista. Desde sua criação, a Tcheka era um sinal evidente de que a revolução bolchevista não criaria a utopia socialista, mas o regime totalitário que Stálin comandaria, pouco depois da morte de Lênin, em 1924.
Os camponeses eram terrivelmente pobres e trabalhavam de sol-a-sol os seus terrenos sem poder possuí-los. As sucessivas derrotas em várias guerras e batalhas durante a Primeira Guerra Mundial e o descontentamento geral da população fizeram com que a economia interna começasse a deteriorar-se.
No governo do czar Nicolau II (1894-1917), a Rússia acelerou seu processo de industrialização aliada ao capital estrangeiro. Os operários concentraram-se em grandes centros como Moscou e São Petersburgo. Apesar disso, as condições de vida pioraram, com a fome, o desemprego e a diminuição dos salários.
Antes da Revolução Russa, cuja concretização foi em 1917, o sistema político que organizava o país desde o século XVI era o czarismo. Tratava-se de uma forma de absolutismo, no qual o czar (imperador) concentrava em suas mãos todos os poderes.
Recém-industrializada e sofrendo com a Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha uma grande massa de operários e camponeses trabalhando muito e ganhando pouco. Além disso, o governo absolutista do czar Nicolau II desagradava o povo que queria uma liderança menos opressiva e mais democrática.
Com o estouro da Primeira Guerra Mundial, em 1914, várias consequências recaíram sobre a Rússia, com a desorganização econômica, a fome e a pobreza, os protestos contra o império e, finalmente, a renúncia por parte do czar, em 1917.
Resposta. Duma Estatal do Império Russo foi uma assembleia legislativa do final do Império Russo. ... No subsequente Manifesto de Outubro, o czar prometeu introduzir liberdades civis básicas, proporcionadas por ampla participação da Duma Estatal, e favorecimento dela com controle e poder legislativo.
Os sovietes (conselho, em russo) era o órgão criado pelos trabalhadores e soldados russos durante a Revolução de 1905 e que fora derrotada. Neste órgão, os trabalhadores exerciam um poder ao mesmo tempo executivo e legislativo, elegendo seus representantes a partir dos locais de trabalho e quartéis.
Foi a primeira Revolução Russa, em 1905, considerada como o ensaio geral para a revolução que ocorreu depois, a Revolução Russa de 1917. ... O levante foi um símbolo para os revolucionários de 1917. O czar Nicolau II reprimiu as manifestações populares ordenando que se atirasse na população, o que redundou em massacres.
No período de 1904-1905, ocorreu a Guerra Russo-Japonesa, guerra de interesse imperialista pelo controle da Coreia e da Manchúria, que terminou com a derrota do czar e de seu plano expansionista favorecendo a oposição.
Nesse conflito, a Rússia provou uma derrota desastrosa. Foi então que no dia 22 de agosto de 1905 o padre Gregori Gapone organizou a população em uma manifestação pacífica que marchou até o palácio de inverno do czar Nicolau II para entregar um documento com uma série de reivindicações dos russos.
No AR em - 23:45. Em 1905, a tripulação do encouraçado Potemkin se amotina contra o regime tirânico e brutal dos oficiais da embarcação. ... O evento ficaria conhecido como "A Revolta de 1905" ou "Domingo Sangrento", considerado um "ensaio" da revolução de 1917.
Domingo Sangrento foi um terrível evento ocorrido em 9 de janeiro de 1905, na cidade de São Petersburgo, Rússia.
Guerras. O Domingo Sangrento ocorreu em 9 de janeiro de 1905 (de acordo com o calendário juliano) e foi um acontecimento em que tropas, a serviço do czar Nicolau II, abriram fogo contra uma multidão que protestava pacificamente nas ruas de São Petersburgo.