O ciclo sono-vigília, promovido pelo núcleo supra- quiasmático, também conhecido como ciclo circadiano, acontece por um mecanismo neuroquímico que envolve ativação e inibição do tronco encefálico e córtex cerebral e é acompanhado por diversas funções biológicas do organismo.
A alternância entre os períodos que passamos acordados e os períodos em que dormimos é chamada de ciclo vigília-sono. Este é regulado pelo claro e escuro, ou seja, (dia e noite).
O sistema gabaérgico inibitório do núcleo pré-óptico ventro-lateral (VLPO) do hipotálamo anterior é responsável pelo início e manutenção do sono NREM. Os neurônios supraquiasmáticos (NSQs) do hipotálamo anterior são responsáveis pelo ritmo circadiano do ciclo sono-vigília.
É durante o sono que o nosso sistema imunológico se fortalece e há a produção e a liberação de hormônios para o nosso corpo. Um desses hormônios é o hormônio do crescimento: isso quer dizer que quando somos crianças crescemos enquanto dormimos.
Outros hormônios liberados são a melatonina, a adrenalina, o TSH (que estimula a tireoide e tem um pico no início do sono) e a noradrenalina (que favorece o sono REM). Segundo Tufik, as pessoas só se lembram do sonho quando acordam sonhando – por isso, em estudos sobre sonhos, elas são despertadas na fase REM.
O processo do sono é comandado por um relógio biológico programado num ciclo de 24 horas. Todo esse mecanismo é adaptado geneticamente e seu desenvolvimento depende de alguns fatores externos, como tipos de colchões, hábitos e vida social.
“Se a pessoa se mexe muito, provavelmente não está tendo um sono restaurador. Quando o paciente acorda cansado, isso deve ser investigado. A dica é: respeitando as horas que seu corpo sente necessidade de dormir, devemos acordar dispostos. Caso isso não esteja acontecendo, procure ajuda”, recomenda a médica.
Um estudo publicado recentemente confirma que dormir tarde não só diminui o tempo de vida do indivíduo como aumenta o risco de desenvolver distúrbios psicológicos e câncer.
Com os dados obtidos, concluiu-se que as pessoas que madrugam demais têm mais tendência a ter dores de cabeça. Além disso, também sofrem mais problemas musculares e aparece na sua atitude uma grande tendência ao mau humor. Por isso, a hora chave que o estudo estabelece para acordar é as 7:21 da manhã.
Isso não significa dizer que você só deve ir para a cama às 3h da manhã, e sim que o sono depois da meia-noite pode ser tão bom quanto o sono de antes da meia-noite. O sono saudável possui vários estágios e é importante dormir tempo suficiente para passar por todos eles.
É preciso seguir um cronograma rígido, a fim de colher os benefícios de um estilo de vida com pouco sono. Mas há quem defenda que o sono polifásico pode trazer riscos à saúde, como perda da capacidade cognitiva e habilidade física, aumento do stress, ansiedade e enfraquecimento do sistema imunológico.
De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas por noite tem maior risco de aterosclerose - um acúmulo de placas nas artérias por todo o corpo - em comparação com aqueles que têm sono considerado normal, ou seja, de sete a oito horas por noite.
Segundo ela, a ciência indica oito horas de sono porque, em média, a maioria das pessoas descansa de fato após sete horas e meia ou oito horas e meia de sono. Mas também existem os extremos da curva, quem dorme quatro horas ou mais de 12 horas (sim, é normal).
O importante, ressalta, é não interromper uma dessas fases, por isso, o recomendável é dormir com base em múltiplos de 90 minutos: podem ser 7,5 horas, 6 horas, ou mesmo 4,5 horas por dia. O aconselhável é estabelecer uma hora para acordar regularmente e, partir daí, calcular o tempo total de sono.
Em palavras simples, você pode achar que está produzindo mais, mas pode estar produzindo mal sem nem mesmo perceber. Além da diminuição da sua produtividade, dormir 5 horas por dia faz mal também ao seu coração.