O HTLV é um retrovírus, da mesma família do vírus HIV, que infecta células do sistema imunológico, especialmente as células T, fazendo com que percam sua atividade, e, na maioria dos casos, não causa sintomas.
Da mesma forma que o HIV, o HTLV é transmitido por via sexual (relações sexuais desprotegidas), nas transfusões de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da mãe para o filho durante a gestação ou parto — risco mais baixo — ou por aleitamento — alto risco.
Outra manifestação que acomete 5% dos indivíduos infectados por HTLV-1 é a HAM, uma doença neuroinflamatória crônica provocada por desmielinização progressiva da medula espinal. Essa é clinicamente caracterizada por paraparesia espástica, incontinência urinária e distúrbios sensitivos que dificulta a realização das atividades diárias do indivíduo. Além disso, anormalidades sensitivas e da marcha, disfunção vesical isolada, disfunção erétil e síndrome sicca foram relatadas em indivíduos infectados por HTLV- 1. Manifestações urinárias são muito comuns em infectados sem HAM, em alguns pacientes, estes sintomas precede o diagnóstico de HAM por anos, o que sugere uma manifestação oligossintomática de HAM.
O HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas) foi o primeiro retrovírus humano oncogênico causador de doença infecciosa, descoberto na década de 80. Esse vírus infecta principalmente as células do sistema imunológico (LTCD4+), e possui a capacidade de imortaliza-las, fazendo assim com que essas percam sua função de defender nosso organismo, no entanto, o papel desse vírus na oncogênese ainda está para ser estabelecido. Esse vírus possui quatro subtipos o HTLV-1 (subtipo que mais causa doenças associadas), o HTLV-2, o HTLV-3 e o HTLV-4. É importante destacar que o HTLV de subtipo 3 e 4 foram relatados em alguns indivíduos na África Subsaariana, aparentemente resultado de infecção zoonótica de primatas locais.
O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV.
No entanto, todas as doenças correlacionadas com o retrovírus HTLV têm tratamento. O prognóstico depende do estadiamento, tempo de evolução e da presença de outras infecções.
A ATLL é uma neoplasia de células T refratária mais agressiva na sua forma aguda, atinge cerca de 3-5% das pessoas infectadas por HTLV-1, as manifestações clínicas podem ser variadas, mas frequentemente incluem polilinfonodomegalia, hepatoesplenomegalia, envolvimento cutâneo, hipercalcemia, presença de células leucêmicas no sangue periférico e infecções oportunistas. Do ponto de vista laboratorial destaca-se a ocorrência de hipercalcemia e de células leucêmicas no sangue periférico.
O vírus HTLV e o HIV possuem em comum o fato de serem retrovírus e de possuírem a mesma forma de transmissão, no entanto o vírus HTLV não é capaz de se transformar em vírus HIV e nem de causar AIDS. Saiba mais sobre o vírus HIV.
Além disso, é importante que a mulher que esteja grávida ou planejando uma gravidez, faça o rastreio do HTLV nos exames pré-natais, pois a amamentação é contraindicada, uma vez que existe um alto risco de ser transmitido para o recém-nascido.
Muitas vezes, a pessoa descobre que é portadora do HTLV, por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo. O diagnóstico de certeza só é estabelecido pelos resultados positivos dos testes ELISA e Western-blot específicos para esse tipo de retrovírus. Tomar conhecimento da infecção é fundamental para controlar a transmissão do vírus.
Existem dois tipos de vírus HTLV, o HTLV 1 e 2, podendo ser diferenciados por meio de uma pequena parte da sua estrutura e das células que atacam, sendo que o HTLV-1 invade principalmente os linfócitos do tipo CD4, enquanto que o HTLV-2 invade os linfócitos do tipo CD8.
Além disso, esse tipo de HTLV está associado a infecções oportunistas, como pneumonia, meningite ou herpes zoster, por exemplo, devido a baixa capacidade do sistema imunológico combater infecções.
O HTLV, também chamado de Vírus Linfotrópico de Células T humanas, pode ser transmitido através de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas, ou aleitamento materno, e até o momento, não existe um tratamento específico, daí a importância da prevenção e acompanhamento médico.
Assim, pessoas que possuem a vida sexual de início precoce e ativa, que possuem infecções sexualmente transmissíveis ou que necessitam ou realizam várias transfusões, possuem mais risco de serem infectados ou transmitirem o vírus HTLV.
O Tua Saúde, marca do Grupo Rede D'Or, é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde, nutrição e bem-estar. Também facilitamos o acesso ao atendimento médico personalizado. As informações publicadas não devem ser utilizadas como substituto ao diagnóstico ou tratamento especializado, e não dispensam a consulta com um médico.
No entanto, apesar de não ser frequente, algumas pessoas infectadas pelo vírus HTLV-1 apresentam esses sintomas, conhecidos como paraparesia espástica tropical, que ocorrem devido ao comprometimento neurológico. Entenda o que é a paraparesia.
Além disso, é importante que as pessoas diagnosticadas com o vírus HTLV sejam acompanhadas periodicamente por meio de exames para verificar a capacidade de reprodução do vírus e a probabilidade de transmissão, uma vez que não existe tratamento específico.
As formas de transmissão do HTLV-1 e HTLV-2 são: transmissão vertical (de mãe infectada para o filho) durante a amamentação e raramente durante a gestação; relação sexual desprotegida (sem uso de camisinha) com parceiro infectado, compartilhamento de seringas e agulhas (figura 1). Uma caraterística importante na transmissão desse vírus é o contato direto de célula para célula, ou seja, é necessário para a transmissão eficiente de HTLV que uma célula infectada para uma nova célula hospedeira através de um mecanismo especializado e altamente organizado, conhecido como a sinapse virológica, em que o vírus subverte a fisiologia normal das células T. Para que esse processo aconteça, diferente de outras infecções virais, o tempo de exposição e a quantidade de células infectadas a qual o indivíduo teve contato, é crucial para que aconteça a infecção.
O diagnóstico da infecção baseia-se na detecção de anticorpos específicos por meio de testes imunoenzimáticos (EIA), quimioluminescência e aglutinação de micropartículas de látex sensibilizadas, voltadas aos constituintes antigênicos das regiões do core e do envelope viral.
O HTLV é um retrovírus da mesma família do HIV (causador da aids), que infecta a célula T humana, um tipo de linfócito importante para o sistema de defesa do organismo. Ele foi isolado, em 1980, no portador de um tipo raro de leucemia e é mais prevalente em certas regiões geográficas específicas, como Japão, Caribe e alguns países africanos. No Brasil, representa um problema de saúde pública, apesar de o número de pessoas infectadas ser proporcionalmente baixo.
O HTLV-1 está associado a oncogênese e a doenças inflamatórias crônicas, tais como a Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto (ATLL) e a mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM). Outras manifestações como a dermatite infecciosa, uveíte, síndrome de sicca, ceratite intersticial, síndrome de Sjögren, tireoidite de Hashimoto, miosite e artrite, embora de menor gravidade também são associados a infecção pelo HTLV-1.
O vírus HTLV 2 afeta principalmente os linfócitos T do tipo CD8 e até o momento não está associado a qualquer tipo de infecção, no entanto, pode causar sintomas semelhantes aos causados pelo vírus HTLV-1.