"Ler Paulo Freire é um ato de resistência", resume a professora da PUC-SP Emília Cipriano. "Para quem é educador, ele ensina um caminho de valorização da fala do aluno e da importância da escuta, por parte do professor", diz a pedagoga, que conviveu com ele por cerca de quatro anos, quando foi sua aluna de doutorado.
Paulo Freire afirma que a “leitura do mundo precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1989), com isto, quer dizer que apoio na realidade vivida é a base para qualquer construção de conhecimento.
O método Paulo Freire de alfabetização é dividido em três etapas: investigação, tematização e problematização. Na etapa de investigação, aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia.
Lemos porque queremos entender a realidade de outro ponto de vista ou porque precisamos fugir dela por um momento para voltar mais lúcidos. Lemos livros de ficção porque queremos saber como os outros vivem, enfrentam os problemas, como vencem ou como sucumbem.
Uma vida não cabe num livro e há informações que não constam em nenhuma biografia e/ou autobiografia. O censor interno ou externo sempre estará à espreita. E, no entanto, lemos. ... Seres humanos assim são raros, por isso o relato das suas vidas nos atraem.
A ativação da região occipito-temporal em associação com a apresentação de letras e palavras é um marcador do desenvolvimento da leitura.
Isto é, fazem o cérebro entender a sua posição no espaço. Elas são ativadas através de imagens mentais criadas a partir da leitura da descrição de personagens em um ambiente. Isso também acontece quando nos imaginamos em algum lugar, e o fazem da mesma maneira que fariam diante de estímulos visuais ou auditivos.
Além disso, a leitura estimula a memória, expandindo a capacidade da mente, sendo um combustível inesgotável. Em resumo, a leitura é a melhor maneira de manter as sinapses ativas. A leitura é um grande exercício para o cérebro, por isso, quanto mais se pratica a leitura, mais o cérebro é ativado.
Neurocientistas do Hospital Sarah, de Brasília, e do Centro Neurospin, de Paris, descobriram que o cérebro junta as regiões da linguagem e da visão para proporcionar a leitura. O neurocientista francês Stanislas Dehaene afirma que o lado esquerdo do cérebro é ativado durante a leitura, precisamente atrás da orelha.
A produção da fala é o processo de emitir sons ou palavras articuladas, ou seja, como os humanos geram uma fala com significado. É um processo complexo de resposta intercomunicativa no qual a audição, a percepção e o processamento de informações no sistema nervoso e no cérebro também estão envolvidos.
As alterações cerebrais decorrentes de intervenção na leitura podem ser de: Normalização da ativação e conetividade cerebrais em regiões dos circuitos de leitura considerados hipoativadas em leitores com dislexia. Aumento de ativação em regiões que tipicamente não são alocadas durante os processos de leitura.
O conhecimento das letras e a leitura deixam o nosso cerébro mais dinâmico, ativando diversas áreas cerebrais, relacionando a audição e a visão às respostas do nosso cérebro. ... Quando as pessoas aprendem a reconhecer as letras e associar as palavras a diferentes objetos, esta região do cérebro se torna mais ativa.
Confira algumas áreas em que a Neurociência pode auxiliar no aprendizado:
O professor pode se beneficiar dessas informações, usando estratégias diferentes e estímulos diferentes para ensinar cada conteúdo. ... A repetição e a atenção são importantes auxiliares para a memória e aprendizagem, mas a repetição enfadonha faz com que a informação seja descartada.
Conhecer o cérebro e seu funcionamento é extremamente importante no processo educativo, pois, “o estudo do cérebro traz de fato várias colaborações importantes para compreender melhor os processos envolvidos, tanto em quem ensina como em quem aprende” (LIMA, 2007.
Quando o input emocional é adicionado à experiência de aprendizagem, o cérebro capta e processa os estímulos de forma mais significativa e profunda, facilitando a sua retenção e recuperação e, consequentemente, a elaboração e regulação das respostas.
Entre eles, destacam-se aspectos ambientais, econômicos, sociais, afetivos, psicológicos, emocionais e familiares. Fatores como condições habitacionais, sanitárias, de higiene e de nutrição também são considerados determinantes para a aprendizagem do aluno na escola e fora dela.