Em apenas 13 minutos, o curta narra o caminho do tomate do campo de cultivo até o aterro sanitário. Mas faz isso com acidez e linguagem quase científica para mostrar um passo a passo de como as relações entre seres humanos é desigual no sistema capitalista.
A tal “ilha”, na verdade, é uma região às margens do Rio Guaíba que recebia uma boa porção dos resíduos produzidos em Porto Alegre. Os caminhões despejavam sua carga no lixão. Ali, os donos de porcos davam acesso a seus animais para consumirem o que lhes apetecessem e só depois os catadores e suas famílias poderiam entrar e desfrutar do que os porcos haviam rejeitado (assista ao vídeo no final deste post).
A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos. Logo que o lixo é descarregado dos caminhões os empregados separam parte dele para o consumo dos porcos. Durante este processo começam a se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca, a espera da sobra do lixo, que utilizam para alimentação. Como as filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o que conseguirem do lixo. Acabado o tempo, este grupo é retirado do local, dando lugar ao próximo grupo.
Importante salientar, contudo, que não somente a renda determina a situação de pobreza de um determinado grupo de indivíduos. Acesso – ou falta dele – a outras “garantias constitucionais” como educação, saúde, habitação cultura e outros também são indicativos de fragilidade social. Conforme exemplo exposto no documentário, os “catadores” ali mostrados não só viviam em condições de completa falta de potencial financeiro, mas também não possuíam condições mínimas de qualidade de vida. Seu “invólucro” social é de escassez, como esperar que seres humanos inseridos nesta triste realidades tenham condições, por si só, de mudar de posição?
Interessante frisar, neste ponto, que tendo em vista a organização insana do sistema capitalista, pessoas que vivem nas condições mostradas no documentário tem pouca, ou nenhuma, chance de alterarem, por si só, suas condições de vida. Isso nos leva a questionar a ideia de justiça do sistema.
O sistema capitalista tem organização central simples: troca de dinheiro por coisas. O dinheiro – capital – é, portanto, o cerne do sistema. Mas o que acontece, então, com quem não possui o capital? As relações existentes no sistema ocorrem de maneira justa? Todos têm as mesmas possibilidades de acesso ao capital? O documentário/filme “Ilha das Flores” mostra, camuflado em simplicidade, a profundidade de tais questões.
"Fui conhecer o funcionamento da coleta e encontrei aquela situação. O filme foi produzido em 1988, quando Porto Alegre estava começando a fazer a coleta seletiva de lixo, mas ele fala mais do que isso. Fala de um sistema que causa desigualdade. Talvez o Brasil seja o país mais desigual do planeta”, disse o cineastas, em entrevista ao G1.
Mas o que explica o sucesso de Ilha das Flores e que serve, ainda hoje, de inspiração para outros criadores de narrativas que buscam mobilizar e engajar as pessoas? Listei cinco características imprescindíveis:
Uma prova de História é um teste da capacidade do telencéfalo de um ser humano de recordar dados referentes ao estudo da História, por exemplo: quem foi Mem de Sá? Quais eram as capitanias hereditárias? A História é a narração metódica dos fatos ocorridos na vida dos seres humanos. Recordar é viver.
O lixo é levado para estes lugares por caminhões. Os caminhões são veículos de carga providos de rodas. Quando da realização deste documentário, em 1989, os caminhões eram dirigidos por seres humanos.
Os materiais de origem orgânica, como os tomates e as provas de história, são dados aos porcos como alimento. Durante este processo, algumas mulheres e crianças esperam no lado de fora da cerca na Ilha das Flores. Aquilo que os porcos julgarem inadequados para a sua alimentação, será utilizado na alimentação destas mulheres e crianças.
A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada grande parte do lixo produzido na Capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos.
A história de um tomate, do momento em que é colhido até quando é descartado e passa a servir de objeto de disputa entre porcos e seres humanos famintos, é a espinha dorsal de Ilha das Flores – Um lugar onde há poucas flores, considerado o melhor curta-metragem brasileiro de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
Eterno otimista, Renato Guimarães acredita que as pessoas têm, em suas mãos, a capacidade e o poder para produzir mudanças significativas e positivas na sociedade. Neste blog, ele traz histórias, exemplos e dicas para criar oportunidades que estimulem os leitores do Conexão Planeta a se mobilizarem e se engajarem na construção de um mundo melhor.
As frases desaparecem em fade e surge um globo girando, como o início de Casablanca. Aproximação do globo com fusões sucessivas até um mapa onde se lê “Belém Novo” ou “Porto Alegre”. Fusão para uma plantação de tomates em Belém Novo. Cam na mão avança em direção a um japonês que está de pé, no meio da plantação. A partir daí, a câmera mostra exatamente o que o texto diz, da forma mais didática, óbvia e objetiva possível. Quando o texto fala em números eles são mostrados num quadro negro ou em gráficos.
Como o curta-metragem lembra: “Os humanos se diferenciam dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por serem livres”. Esta liberdade inclui, sobretudo, a nossa decisão consciente de fazer algo em favor do próximo e do meio ambiente.
O ambiente da horta do senhor Suzuki era muito agradável e limpo já na Ilha das Flores não era nada agradável nem limpo. Eram tão diferentes porque o ambiente da Ilha das Flores só mostrava miséria, as pessoas tinham aspecto desagradável na horta não havia fome e o aspecto dele era outro.
Essa diferenciação entre “posições sociais” é o que se convencionou chamar de Desigualdade Social. Em uma sociedade capitalista existem, invariavelmente, níveis de potencial social e financeiro. Enquanto alguns possuem muito, outros mal conseguem para sua subsistência. Uma análise mais apurada do sistema mostra sua completa crueldade.
De acordo com SANTOS (2012, p. 21) “(…) exclusão, em sua semântica original, significa o não pertencimento a determinado grupo ou condição”. Não pertencer a nenhum grupo, em primeira análise, pode não possuir nada de negativo. Contudo, quando o foco da problemática são pessoas e sociedade, trata-se de um grave problema. Os “catadores” do documentário, por exemplo, faziam parte de um grupo: indigentes. Contudo, estar “incluído” neste grupo, significa estar “excluído” da sociedade. Conforme exemplo do documentário, o porco estaria mais “incluído” socialmente que os “catadores”, já que o suíno, pelo menos, possuía acesso garantido à alimentação.
O sistema de trocas é, como dissemos, a engrenagem básicas das sociedades capitalistas. Para realizar a maior parte das trocas é necessários possuir capital. Outras trocas são realizadas para obtenção desse capital: trabalho por capital; coisas por capital ou mesmo capital por mais capital.
- Do lixo, segue para o aterro sanitário, onde o material orgânico é separado. Os itens em melhor estado servem de alimento a porcos em um terreno na Ilha das Flores, que só tem flores — como as usadas nos perfumes vendidos pela mulher que comprou o tomate — no nome.
A renda é, portanto, o principal fator para definição de uma situação de pobreza. A total falta de renda, conforme exemplo do documentário, estabelece uma situação de pobreza absoluta, assim como assevera SANTOS (2012, p. 17):
Segundo o Dicionário de Filosofia, em sentido geral, o termo liberdade é a condição daquele que é livre; capacidade de agir por si próprio; autodeterminação; independência; autonomia.
Resposta: liberdade é vc estar livre pra fazer o que vc sempre quis,todos devem ter liberdade perante a lei. devemos aproveitar a liberdade pra proteger o nosso mundo de pessoas ruins.
2. LIBERDADE DE CRENÇA E ESTADO LAICO. ... A Constituição Federal proclama a liberdade de crença em seu inciso VI, art. 5º, que diz: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” ...
A liberdade religiosa é uma garantia constitucional, é um direito fundamental, esse direito de liberdade religiosa inclui o direito de se ter uma religião, de se mudar de religião ou crença e o direito de manifestar a religião em público ou particular.
O artigo 5º da Constituição Federal, que descreve os direitos fundamentais dos cidadãos, especifica que a liberdade de consciência e de crença não pode ser violada. Desse modo, a lei garante que o culto religioso é livre para todos os brasileiros.