Em entrevista ao LANCE!, o presidente Ozir Ramos Jr. se emocionou ao revelar o acerto com a Betsson e o sonho de retornar à elite do futebol de Pernambuco. Ele não revelou os valores do novo patrocínio por questões contratuais, mas assegurou que o acordo é o maior dos 82 anos de história do clube. A partir da próxima série A2 do Estadual, a marca BetssonFC, que é o fantasy game da empresa controlada por um dos maiores grupos de jogos do mundo, a Swedish Betsson AB, vai estar estampado como patrocinador máster na camisa do Pássaro Preto.
Já o Íbis, que pode ser destronado nos próximos dias, ganhou notoriedade nacional há quarenta anos justamente por estabelecer o recorde de jogos sem vitória. O jejum de 55 partidas durou três anos e 11 meses, entre 1980 a 84, sempre na elite do Campeonato Pernambucano —que ainda não tinha rebaixamento. O clube alcançou fama internacional após ser mencionado no Guinness Book e, atualmente, faz sucesso brincando justamente com o rótulo de pior do mundo.
Mas a simpatia foi alimentada por personagens cativantes, incluindo Mauro Shampoo, um cabeleireiro de cabelos compridos como o do colombiano René Higuita que defendeu a camisa vermelha e preta no final dos anos 1980.
O então presidente decidiu deixar o cargo em 2017 por não ver mais propósito em seguir custeando as despesas. Joaquim Carlos Paixão Júnior ainda consta entre os sócios-proprietários, mas diz já não exercer qualquer função no clube. Sem ele, o Atlético Mogi sofre para conseguir patrocínios, o principal fator para a perda de competitividade.
O time foi fundado em 2004 como Clube Atlético Mogi das Cruzes Futebol Ltda. e disputou o primeiro torneio profissional dois anos depois. Desde o começo a intenção óbvia não foi o sucesso esportivo, mas a revelação de jogadores que pudessem ser negociados em seguida. Funcionou por algum tempo, mas a fonte de dinheiro secou.
O time foi fundado como Clube Atlético Mogi das Cruzes Futebol Ltda. em 2004 e é o primo mais novo do centenário União Futebol Clube, o representante mais tradicional da cidade. Das oito vitórias que o Atlético Mogi conquistou nos últimos 10 anos, três foram no clássico local —neste período, houve ainda 89 derrotas e 12 empates em 109 jogos.
Na campanha em que a equipe disputou na segunda divisão do campeonato pernambucano, a sequência de derrotas que deixaram a equipe mundialmente famosa não estiveram presentes. Em 12 jogos, o Íbis venceu seis jogos, empatou quatro e perdeu apenas dois.
"Essa historia do pior time do mundo fica para a década de 80 quando o Íbis foi realmente o pior time do mundo. Hoje não... mas isso fica para o marketing, para que as pessoas nos conheçam", diz à AFP o entusiasta presidente do clube, Ozir Ramos Júnior.
O dirigente de 64 anos justifica sua alegria com motivos esportivos e financeiros animadores, que deram asas a este clube do município de Paulista, localizado a cerca de 18 quilômetros de Recife, e que costuma disputar a segunda divisão do campeonato pernambucano.
A tarde “incomum” da história do Íbis quase teve um recheio a mais. O Íbis que começou perdendo para o Petrolina, virou o jogo no segundo tempo e estava conquistando pela primeira vez o título da Série B do pernambucano. Porém, deixou a equipe adversária virar o jogo, fazendo com que o Caruaru City, equipe estreante na Série B do pernambucano, ficasse com o título inédito do torneio. Tanto o time de Paulista quando a de Caruaru conquistaram a promoção para a elite no ano que vem.
Em meio a esta sequência, a revista Placar publicou a reportagem com o título "Este é o pior time do Brasil". O clube se tornou então alvo de piadas, mas aproveitaram para criar uma marca sustentada na derrota e até para se gabar de ter obtido um recorde no livro Guinness do qual, no entanto, não há registro.
- Os "vencedores" -Por causa dessa fama "somos conhecidos em todo o planeta, mas isso não pode misturar com o lado profissional. Nós aí temos pessoas competentes", esclarece Ramos.
Para ter ideia, no dia 20 de Julho de 1980, o Íbis venceu o Ferroviário de Cabo de Santo Agostinho por 1 a 0. Essa foi a última oportunidade em que o time venceu uma partida antes da sequência de 23 jogos sem vencer. Somente no dia 17 de junho de 1984, quando a equipe de Paulista bateu o Santo Amaro por 3 a 1, os torcedores puderam comemorar outra vez.
"Chegou uma hora que não deu mais. Com o tempo, precisei dar mais atenção aos negócios da família e saí. Aí, sem dinheiro, vejo que o pessoal acabou se perdendo por depender e ter que apostar só em garotos. Vira um ciclo vicioso: você não tem dinheiro, então não aparece nenhum parceiro para investir; e sem parceiro não tem de onde tirar dinheiro", lamenta o ex-presidente Paixão Jr.
A equipe da região metropolitana do Recife é conhecida mundialmente como “o pior time do mundo” após ter um tráfico desempenho de nove derrotas seguidas e uma sequência de 23 partidas sem vencer. O Íbis ficou por um período de três anos e onze meses ganhar.
- Segundo time dos pernambucanos -"Eu acompanhei muitos anos o Íbis só perdendo e agora o Íbis está ganhando. Mas aí a gente volta para aquela história de que o Íbis é resistência. De que o Íbis se parece muito com a gente quando está num período mais para baixo e a gente começa a lutar para poder vencer", aponta Leal.
São Paulo, 18 Mar 2022 (AFP) - O Íbis Sport Club se orgulha da sua alcunha: o "pior time do mundo". Seu mascote se chama "Derrotinha" e seus torcedores 'protestam' quando a equipe vence jogos. Mas depois de décadas de tropeços esportivos, este modesto clube do nordeste agora quer vencer.
A última vitória do Atlético Mogi foi há cinco anos, em 17 de junho de 2017, quando o time venceu o Real Cubatense em casa, por 1 a 0, também pelo Paulista Série B. Desde então o clube sempre disputou esta divisão, o quarto nível do futebol de São Paulo, que é disputado por jogadores sub-23. Nesta sequência foram apenas três pontos conquistados em 162 possíveis (três empates em 55 jogos).