O mal torna-se banal quando o membro de uma organização, seja ela política ou empresarial, separa os seus valores éticos individuais do comportamento duvidoso da organização, com a qual é cúmplice.
A controvérsia que Hannah Arendt traz para o campo do pensamento moral passa, sem dúvida, pela afirmação de que o mal é algo banal. O tema fica ainda mais complexo porque ela abandona a consagrada formulação kantiana de mal radical, defendida anteriormente.
“A tentativa totalitária de tornar supérfluos os homens reflete a sensação de superfluidade das massas modernas numa terra superpovoada” (Arendt, 2004, p. 508).
Segundo Arendt, o totalitarismo é a elevação de dois fenômenos: o medo e o terror. A fusão desses dois elementos em sua potencialidade leva a um sistema extremamente burocrático em que o Estado total transforma a coletividade em um único corpo.
Os sistemas totalitários tiraram proveito da crise profunda da autoridade em que o sistema de partidos perdera seu prestígio e a autoridade do governo não era mais reconhecida: o que promoveu as condições suficientes para o surgimento desses regimes.
Para Arendt (1972, p. 144), “autoridade implica uma obediência na qual os homens retêm sua liberdade”, e de qualquer modo que se possa analisar esse conceito, ele nunca surgirá como uma criação grega. O conceito de autoridade como entendido por Arendt, encontra-se diretamente ligado à política romana.
Totalitarismo é um sistema político ou uma forma de governo que proíbe partidos de oposição, que restringe a oposição individual ao Estado e às suas alegações e que exerce um elevado grau de controle na vida pública e privada dos cidadãos. É considerado a forma mais extrema e completa de autoritarismo.
A ascensão de Mussolini ao poder aconteceu em um contexto de crise política e econômica na Itália e de crescimento do comunismo no país. ... Em 1925, Benito Mussolini autoproclamou-se ditador da Itália e consolidou o sistema totalitário na Itália.
Na Europa do século XX, observamos cinco exemplos de regimes totalitários, que são: o fascismo, na Itália; o nazismo, na Alemanha; o stalinismo, na antiga União Soviética; a ditadura de Salazar, em Portugal; e a ditadura de Franco, na Espanha.
O período entre guerras (de 1914 a 1918 e de 1939 a 1945) viu o surgimento dos regimes totalitários de extrema direita no mundo, como o de Benito Mussolini na Itália e o de Adolf Hitler na Alemanha.
Segundo Maurice Duverger, a ditadura pode ser definida como um regime político autoritário, mantido pela violência, de caráter excepcional e ilegítimo. Ela pode ser conduzida por uma pessoa ou um grupo que impõe seu projeto de governo à sociedade com o auxílio da força.
Ditadura é um regime de governo onde o poder está concentrado nas mãos de um indivíduo ou grupo. Uma ditadura se caracteriza por ter censura, falta de eleições transparentes, de liberdade partidária e um intenso controle do Estado na vida dos cidadãos.
A Ditadura Militar ficou marcada por ser um período de exceção, no qual todo tipo de arbitrariedade foi cometido pelo governo em nome da “segurança nacional”. A ditadura ficou marcada pelas prisões arbitrárias, cassações, expurgos, tortura, execuções, desaparecimento de cadáveres e até mesmo por atentados com bombas.