É aí que entrar o fator de impacto, como uma forma de te ajudar a escolher as revistas certas para publicar seus artigos e também contribuir para medir a importância da sua pesquisa.
O FI (e por extensão o Qualis) vêm há alguns anos sofrendo críticas em relação a funcionar como medida de avaliação da produção de pesquisadores (brasileiros) pelos órgãos de fomento, e nesse sentido as altmetrics aparecem como substituto óbvio capaz de avaliar a qualidade das publicações e pesquisadores.
Então, por exemplo, utiliza-se o seguinte cálculo: se nos últimos anos, o periódico publicou 1000 artigos e recebeu 100 citações, seu fator de impacto é 0,1. Da mesma forma, se a revista publicou 400 artigos e recebeu 200 citações, o fator de impacto é de 0,5 (220/400).
2- Porque a contabilidade numérica cada vez mais posta em prática pelos Comitês de Avaliação das agências de fomento à pesquisa científica tem levado ao imperativo "publicar ou perecer", independentemente do valor científico intrínseco do trabalho. Isto pode ser visto pelo desmembramento de um trabalho na publicação de uma família de notas que levam a números, em prejuízo da consistência do artigo.
Mesmo com seus benefícios, o Fator de Impacto também apresenta distorções e cuidados, sendo que ele recebe críticas até mesmo por seu cálculo, que estabelece o mesmo tempo de vida para todos os artigos de áreas e públicos de maturação diferentes.
Além de outras distorções e privilégios que as revistas inseridas na coleção Web of Science têm no debate científico frente aos periódicos ausentes, em sua maioria de países periféricos.
Ao calcular o fator de impacto de uma revista se leva em conta o número total de citações recebidas por esta publicação em um determinado ano, englobando os dois anos anteriores, e então dividindo-o pelo número de itens “citáveis” publicados por esta revista naqueles dois anos predecessores (a Thomson Reuters, empresa responsável pela confecção do fator de impacto também oferece uma escala de 5 anos, mas o fator de impacto em escala de 2 anos é o mais decisivo).
RUIZ, M.A.; GRECO, O.T.; BRAILE, D. M. Fator de impacto: Importância e influência no meio editorial, acadêmico e científico Rev. Bras. Hematol. Hemoter. São José do Rio Preto , v. 24, n. 3, p. 273-278, set. 2009.
1- Porque o número de revistas por área do conhecimento é muito diferente de área para área. Logo, nas áreas com maior número de revistas, os artigos publicados nessas áreas tem probabilidade maior de serem citados do que nas áreas com menor número de revistas.
Neste post, vou explicar em linhas gerais o que é esta métrica, sabendo que, assim como todas os parâmetros, o Fator de Impacto tem limitações que podem distorcer a realidade das revistas avaliadas (especialmente daquelas fora do Journal Citation Reports (JCR) da Thomson Reuters). Caso queira saber as críticas sobre o Fator de Impacto, leia também este texto que publicamos.
A partir da década de 60, surge uma nova área de estudo referida como cienciometria, que foi definida como a área do saber "que trata da análise de aspectos quantitativos referentes à geração, propagação e utilização de informações científicas, com o fim de contribuir para o melhor entendimento do mecanismo de pesquisa científica como uma atividade social"1. A principal ferramenta utilizada para os estudos de cienciometria são os índices bibliométricos, geralmente obtidos a partir de bancos de dados, onde parte da literatura científica mundial produzida anualmente está catalogada. Um dos bancos de dados mais utilizados na bibliografia especializada é o organizado pelo Institute for Scientific Information (ISI). A criação da cienciometria é uma das principais razões pelas quais, hoje, se dispõe de tantas informações quantitativas sobre a ciência e porque se fazem tantas comparações sobre o desempenho científico, seja de um país, de uma comunidade científica ou de uma instituição1,2.
Segundo artigo publicado na Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e explicativo no Portal de Periódicos da UFSCar sobre a importância e influência do Fator de Impacto no meio editorial, existem mais de 30 índices medidos, como o Índice de Imediatez (Ii), também conhecido como Índice de Imediatismo (Immediacy Index) ou Fator de Impacto Imediato.
O primeiro experimento dessa métrica foi realizado em 1960 com o Genetics Citation Index, que se tornaria o Science Citation Index, uma base de dados de resumos em inglês de todas as revistas indexadas. Com o tempo, surgiram também indexadores para outras grandes áreas da ciência que compõe a coleção Web of Science, como Arts & Humanities Citation Index, Science Citation Index Expanded, Social Sciences Citation Index e Emerging Sources Citation Index. São com os periódicos que compõem o Web of Science que se calculam as diferentes estatísticas do Journal Citation Ranking (JCR), como o Fator de Impacto
A vontade de medir acompanha o homem desde muito tempo e parece ter sempre estado na base do pensamento ocidental. O problema da medida foi sempre central na ciência, culminando, recentemente, com a medição da própria evolução e atividade científica da ciência.
Utilizando a área de Química Analítica como exemplo, foram necessários, em 1993, 10 periódicos para atingir um número maior do que 50% de citações do Anal. Chem11 . Entretanto, outros periódicos da área apresentaram uma abrangência significativamente menor: Anal. Chim. Acta.: 5; Analyst: 4; Talanta: 4; e Spectrochim. Acta B: 2. Esta grande diferença pode ser atribuída à penetração do Anal. Chem. nas áreas de biociências e química aplicada.
4- Porque linhas de pesquisas vem se transformando em verdadeiras fábricas de artigos como se fossem linhas de montagem, sacrificando a formação de pesquisadores críticos às custas da obtenção de índices numéricos.
Eugene Garfield, o criador do Fator de Impacto explicou na Wiki do JCR que desde a consolidação dos primeiros periódicos científicos os bibliotecários e cientistas da informação avaliavam as revistas científicas, mas sem parâmetro de comparação. Sendo que só com o Fator de Impacto foi possível fazer análises com base em dados estatísticos.
O Fator de Impacto de uma revista científica é calculado somente entre as revistas que compõem a grande coleção de Web of Science. Logo, não serão contabilizadas as citações de revistas da coleção obtidas em periódicos fora dela ou considerado Fator de Impacto para periódicos fora do WoS.
Abaixo está a tabela 2012 para as revistas da categoria “Information Science & Library Science”, classificadas por fator de impacto (embora seja possível visualizar no JCR outras medidas como o número total de citações, FI de 5 anos, meia-vida e Eigenfactor):
Um outro aspecto importante a considerar é quem cita quem. Tomando-se o J. Am. Chem. Soc. como exemplo, verifica-se que 20,5 % do seu Fi, em 1993, é devido a sua própria citação, pois das 22.683 citações, 4.650 foram do próprio periódico11, o que corresponde a um Fator de Impacto Interno equivalente a 4.650/4.228 = 1,100. Ou seja, o J. Am. Chem. Soc. foi o periódico mais citado nele mesmo. O J. Org. Chem. foi o segundo periódico mais citado, em 1993, no J. Am. Chem. Soc., com 1.204 citações, que corresponde a 5,31 % do Fi da revista. Considerando-se os dez periódicos mais citados no J. Am. Chem. Soc., em 1993, a lista completa-se em ordem decrescente com: J. Phys. Chem. (4,21%), Inorg. Chem. (4,17%), Tetrahedron Lett. (3,94%), Organometallics (3,89%), Angew. Chem. Int. Ed. Engl. (2,24%), Chem. Rev. (2,24%), J. Chem. Soc., Chem. Commun. (2,21%) e Biochemistry (2,17%). Estes dez periódicos correspondem, cumulativamente, a 50,88% das citações do J. Am. Chem. Soc. Para efeito de comparação, se for considerado número de citações maior do que 50% como referência, nove periódicos são responsáveis por mais de 50% das citações do Angew. Chem. Int. Ed. Engl., 14 periódicos pelo J. Chem. Soc., Faraday Trans., 5 periódicos pelo J. Phys. Chem. e 10 periódicos pelo Anal. Chem.
O Journal of the Chemical Society é a revista científica mais antiga da área de Química e começou a ser publicada em 18439. Os artigos submetidos ao J. Chem. Soc. eram lidos e depois discutidos pelos conselheiros nas reuniões da Sociedade (Chemical Society), a quem cabia a decisão de publicação. Em 1849, foi criado, pelo Conselho da Chemical Society, o comitê de publicação, que foi constituído por três professores, um dos quais foi o famoso químico A. W. Hofmann que, em 1854, depois de uma pequena reformulação do comitê assumiu a sua presidência. Segundo as atas das reuniões do comitê de publicação, a revista adotou a arbitragem dos artigos, que certamente foi feita por um ou mais membros do comitê de publicação, embora das atas não conste o nome dos árbitros. Em 1871, o comitê foi expandido para 19 membros, cujas especialidades cobriam o domínio de todos os campos da Química. Mas, logo em seguida, esta experiência foi abandonada e a revista, além do editor, passou a contar com 5 editores associados e seis membros no conselho editorial.
Como acessar os dados do FI e o ranking de periódicos por área no JCR
Para o cálculo, utiliza-se o número de citações recebidas pelos artigos publicados naquele periódico nos dois anos anteriores à avaliação, dividido pelo número de artigos publicados no período.
Para o cálculo do Fator de Impacto de um periódico, leva-se em consideração o número de citações recebidas pelos artigos publicados no periódico nos dois anos anteriores à avaliação, dividido pelo número de artigos publicados no período.
A classificação é dada em estratos, sendo eles A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5 e C - com peso zero.
O Qualis Capes é um sistema que faz a classificação da produção científica dos programas de pós-graduação brasileiros, no que diz respeito aos artigos publicados em diversos periódicos, revistas, anais e livros científicos, englobando todas as áreas do conhecimento.
Os livros publicados pela Pimenta Cultural partem do estrato mínimo L3, devido às notas atribuídas a cada critério para enquadramento de cada obra no respectivo estrato de classificação Qualis Livros. ... Os estratos atribuídos às obras são: L1 (elevada qualidade), L2, L3, L4, L5 (menor qualidade) e LNC.
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