Enquanto a maioria das pessoas foge da dor, alguns indivíduos sentem prazer com esta sensação e estão sempre buscando meios de senti-la. Conhecidas como masoquistas, essas pessoas apresentam comportamentos autodestrutivos e buscam na dor uma maneira de preencher sua necessidade por amor e prazer. Para isso, o masoquista se autoflagela ou provoca situações para ser humilhado e explorado.
A saúde mental é a chave para evitar ou tratar um processo de dor crônica. O dilema: como manter a calma quando você mal consegue se concentrar em outra coisa que não a cabeça latejante ou a rigidez do próprio pescoço?
Responda sim ou não para essas perguntas. Se a sua resposta para a maioria das questões for positiva, é possível que a sua dor seja neuroplástica ou tenha um componente neuroplástico.*
Algumas pessoas, no entanto, podem sofrer alterações em alguma etapa desse processo, e perdem a capacidade de perceber tipos específicos de dor. Isso pode ocorrer tanto como consequência de mudanças em certos componentes genéticos ou alguma doença que impeça essa sensação.
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Apesar de o tema estar ganhando cada vez mais espaço no Brasil, com pós-graduações voltadas para o tratamento da dor, grande parte dos profissionais formados ainda não tem a qualificação necessária para atender essa população.
Foi durante essa crise que ela conheceu o Grupo de Dor da USP. De início, passou por uma equipe multidisciplinar, com ortopedistas, neurologistas e fisioterapeutas, mas só sentiu um avanço significativo quando foi incentivada a cuidar da mente. "Melhorei 80% e acabei entendendo que a minha dor piorava muito mais por causa do emocional do que pelas minhas questões físicas", conta.
A dor é uma sensação desagradável que serve como um alerta de que algo dentro do nosso corpo não vai bem (e precisa ser tratado) ou de que certos comportamentos ou objetos externos podem nos causar danos. Sendo assim, uma vida sem nenhuma sensação de dor poderia significar um risco para a saúde.
Segundo Alan Gordon, diretor do Centro de Psicologia da Dor, em Los Angeles (EUA), a dor neuroplástica (também conhecida como nociplástica ou sensibilização central) ocorre quando nossa massa cinzenta se equivoca e manda sinais dolorosos como forma de "proteção", mesmo que não haja nenhuma ameaça real. Esse "caminho" se torna então um padrão aprendido pelo cérebro, que vira hipersensível à dor e faz com que a sensação não vá embora. É aí que o sintoma se torna a própria doença.
É uma pergunta estranha de ser feita, mas você sabia que existe um fenômeno chamado Schadenfreude, que é um termo alemão que significa “sentir prazer na dor do outro”?
A professora da USP, que atua no Laboratório de Neuroanatomia Funcional da Dor, afirma que por muito tempo a ciência levou em consideração apenas os aspectos fisiológicos envolvidos na dor. Hoje, no entanto, sabe-se que essa sensação varia de acordo com fatores culturais, emocionais, de idade, gênero e até a religião do paciente.
Erica viveu exatamente isso. Há dois anos, sua dor nas costas piorou tanto que a esteticista foi parar no pronto-socorro. Nem morfina, um potente analgésico usado em pacientes com câncer, funcionou. "Senti meus pés gelarem. Essa sensação foi subindo e comecei a perder o movimento das pernas. Até que paralisou tudo. Eu não sentia nada da cintura para baixo".
A maioria das pessoas são masoquistas de alguma forma. Algumas se machucam fisicamente, enquanto outras destroem tudo de maneira inconsciente: acabam com relacionamentos, família, carreira e dinheiro. Tudo isso porque não se sentem merecedoras de um amor sem dor. Essa forma de masoquismo pode ser tão séria quanto a física, pois é capaz de levar a pessoa ao fracasso, além de envolver outras pessoas.
Por esse motivo, é difícil identificar qual seria a dor mais intensa para o ser humano. “Isso não é possível, porque cada indivíduo sente dor baseado nas suas memórias, na sua forma de perceber o ambiente, na forma de lidar com a vida e com o meio em que está inserido”, afirma Chacur.
Nos últimos anos, os estudos sobre a dor crônica demonstraram que um tratamento multidimensional é extremamente eficaz como estratégia no tratamento do paciente. Por um lado, um tratamento psico-reabilitativo, por outro, o tratamento farmacológico. Vejamos as opções de tratamento para as dores psicossomáticas:
Por outro lado, a dor psicológica também pode se referir a dor psicogênica ou dor somática. Complexo de definir, ainda mais de tratar, a dor psicogênica continua sendo um desafio para a medicina contemporânea desde o ponto de vista fisiopatológico e terapêutico. A definição do MDE IV de "transtorno álgico" reflete melhor as características clínicas deste fenômeno, entre as muitas definições nosográficas que aconteceram nos últimos trinta anos.
As situações acima trazem emoções e sentimentos que alimentam a necessidade de aliviar a dor emocional, tais como: culpa, raiva, tristeza, medo, ansiedade, solidão, desespero e sentimento de indiferença. Quando não bem trabalhados, esses sentimentos alimentam a necessidade de aliviar a dor emocional de formas destrutivas.