Em 12 de março de 1938, durante a madrugada, o exército alemão atravessou os postos da fronteira austríaca. Sem disparar um único tiro, a Alemanha anexou a Áustria considerada como terra de “arianos”. Na noite do dia anterior, grupos austríacos nazistas armados já tinham invadido a Chancelaria Federal (prédio do governo austríaco) e ocupado corredores e escritórios forçando a renúncia do chanceler Kurt Schuschnigg. O chanceler declarou sua renúncia no rádio: “Deus proteja a Áustria”. Em seguida, instruiu o exército austríaco a se retirar sem resistência quando as tropas alemãs entrassem no país.
O majestoso Palácio Imperial da Áustria, o Hofburg, foi durante séculos a sede da monarquia do país, os poderosos Habsburgos. Com praças e jardins, o Palácio é um complexo gigantesco que ocupa 59 hectares, abrangendo 19 pátios e 2.600 quartos.
Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.
“A Itália? Estou de completo acordo com Mussolini. A Inglaterra? Esta não moverá um dedo pela Áustria. A França? A França poderia ter detido a Alemanha na Renânia e então teríamos de nos retirar. Mas agora é muito tarde para a França. Dou-lhe novamente pela última vez a oportunidade de chegar a um acordo, Herr Schuschnigg. Ou encontramos uma solução agora ou então os acontecimentos seguirão seu curso. Pense a respeito, Herr Schuschnigg, pense bem. Posso apenas esperar até esta tarde”, afirmou.
O Euro Dicas é um site de informação sobre como morar na Europa, escrito de brasileiros para brasileiros. Aqui você vai encontrar dicas de como escolher o país europeu para morar, como solicitar vistos e cidadania, como comprar passagem para a Europa, como é a cultura europeia, qual é o custo de vida e tudo o que você precisa saber para montar o seu planejamento de mudança de país.
Apesar de o chanceler alemão não ter o pleno apoio dos social-democratas austríacos, a ascensão de um partido de direita pró-nazi na Áustria em meados dos anos 1930, o Comitê dos Sete, pavimentou o caminho para Hitler concretizar sua jogada.
Após uma hora de conversação, pontilhada por ameaças de Hitler, o chanceler nazista, dirigindo-se a ele rudemente e sempre por seu nome e não por seu título, como exigia a cortesia diplomática, concluiu asperamente que nada, nem ninguém poderia frustrar suas decisões.
Durante os seis meses de presidência, os ministros do governo do país em questão ajudam a definir a ordem de trabalhos do Conselho e presidem às suas reuniões nos vários domínios, facilitando igualmente o diálogo com as outras instituições europeias.
A anexação violou o direito internacional: tanto o Tratado de Paz de Versalhes quanto o Tratado de Saint-Germain proibiam explicitamente a anexação da Áustria ao Reich. Esta proibição foi reafirmada pela Áustria nos Protocolos de Genebra de 1922. No entanto, tanto a França quanto a Grã-Bretanha aceitaram a anexação, o que era contrário ao direito internacional.
A propaganda nazista a favor da anexação estava em todas os lugares: bandeiras, faixas e cartazes com slogans e o símbolo da suástica espalhados nas paredes, postes, pilares, bondes. Só em Viena havia cerca de 200 mil retratos de Hitler em lugares públicos. Até os carimbos postais traziam: “Em 10 de abril, dê seu “sim” ao Führer”.
O presidente austríaco, Wilhelm Miklas, recusou-se a indicar um chanceler pró-nazi para substituí-lo. Em 12 de março, tropas germânicas invadiram a Áustria. Hitler anunciou o "Anschluss". O plebiscito anunciado teve lugar em 10 de abril. Quer o plebiscito tenha sido manipulado ou o voto tenha sido resultado do terror que se disseminou com a determinação de Hitler, o Führer colheu esmagadores 99,7% de aprovação para a união entre Alemanha e Áustria.
Von Schuschnigg, de 41 anos, era um homem de maneiras impecáveis, no velho estilo austríaco, e não era artificial para ele começar as conversações com referências à magnífica paisagem ou palavras agradáveis acerca da sala, palco de conferências importantes.
A Áustria é uma república parlamentar federal com um chefe de governo – o chanceler federal – e um chefe de Estado – o Presidente. O país é composto por nove Estados federados (Bundesländer). O poder executivo é exercido tanto pelos governos regionais como pelo governo federal. O Parlamento Federal é constituído por duas câmaras: a Câmara Baixa (Nationalrat), eleita por sufrágio universal, e a Câmara Alta (Bundesrat), eleita pelos parlamentos regionais.
Em 18 de março de 1938, o governo soviético insistiu com veemência que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França tomassem medidas conjuntas contra a Alemanha, mas sem sucesso. Em setembro de 1938, Joseph Stálin tentou novamente, desta vez junto à Liga das Nações, novamente sem sucesso. Os Estados Unidos e a França não aceitaram a anexação por direito, mas o fizeram de fato. A Grã-Bretanha fez um protesto formal, mas depois reconheceu o fato consumado.
O governo brasileiro, junto com demais países do Mercosul, tem intensificado as negociações com os europeus na tentativa de assinar o acordo até 7 de dezembro, na Cúpula do Mercosul.
A união com a Alemanha havia sido um sonho dos social-democratas austríacos desde 1919. A ascensão de Hitler e seu governo ditatorial tornam esse propósito menos atraente, apesar de ser uma guinada irônica, uma vez que a união entre as duas nações era também um sonho de Hitler, austríaco de nascimento.
O México apresentou um protesto na Liga das Nações enviando uma nota diplomática “contra a agressão estrangeira à Áustria”. Atualmente, há uma placa na Praça do México, em Viena, com a seguinte inscrição: “Em março de 1938, o México foi o único país que apresentou um protesto oficial junto à Liga das Nações contra a anexação forçada da Áustria ao Reich Nazista Alemão. Em lembrança, a cidade de Viena deu a esta praça o nome de Praça do México.”
Para ele, a Áustria fazia de tudo para impedir uma política amigável. “A história inteira da Áustria é justamente um ato ininterrupto de alta traição. Semelhante paradoxo histórico deve agora ter fim. Neste momento. Posso lhe dizer diretamente, Herr Schuschnigg, que estou inteiramente decidido a pôr um fim a tudo isso. O Reich alemão é uma das grandes potências e ninguém levantará a voz se ele resolver seus problemas fronteiriços”, afirmou.
Em 12 de fevereiro de 1938, o primeiro-ministro austríaco, Kurt Von Schuschnigg, intimidado por Hitler durante um encontro no refúgio do líder nazista em Berchtesgaden, nos Alpes bávaros, concordou com uma maior presença dos nazistas dentro da Áustria.