Por Que Se Diz Que Os Crimes Eleitorais So Crimes Polticos?
Foi sancionada a Lei nº 14.197, de 1º de setembro, que acrescentou o Título XII ao Código Penal, criando crimes contra o Estado democrático de Direito. Além disso, ela revoga integralmente a Lei de Segurança Nacional. Os "crimes políticos", assim nomeados pela doutrina e pela Constituição, retornam ao Código Penal e passam a seguir integralmente as diretrizes da parte geral da codificação. Ganha-se com a lógica de sistema e a isonomia de sua aplicação aos crimes comuns, sinal de amadurecimento democrático.
Institucional
A ação condicionada exige que a pessoa ofendida represente contra o ofensor. Por exemplo, no caso de ameaça, o autor da ação penal será o Ministério Público, mas o MP só poderá denunciar o ofensor se a vítima disser que quer ver o suspeito processado.
Ao contrário do conceito de “crimes eleitorais” anteriormente explicado, não serão considerados crimes eleitorais todos os demais crimes que não possuírem relação com as eleições.
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Primeiramente, porque o procedimento é próprio e tem uma justiça especializada, tornando grande parte do que aprendemos em outras áreas processuais totalmente sem aplicação nesta matéria.
Assim como existem crimes contra a honra, contra a vida e contra o patrimônio, existem os crimes eleitorais. Ocorre que, os crimes eleitorais não estão dispostos no Código Penal como os demais descritos acima.
Corrupção eleitoral
Um critério meramente topográfico faria com que chegássemos à conclusão de que todos os crimes constantes no Título XII seriam políticos e, portanto, de atribuição federal e com o duplo grau de jurisdição diferenciado. Essa não parece, porém, a melhor solução.
As ações penais podem ser públicas ou privadas. A ação penal pública tem como autor o Ministério Público, porque este órgão é independente e uma de suas responsabilidades é a de garantir os interesses públicos.
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Entende-se que alguns crimes não podem depender de representação da vítima. O intuito da ação ser incondicionada é o de proteger os interesses de toda a sociedade, bem como demonstrar que há consequências para as práticas criminais.
Os motivos para que sejam criadas as famosas “fake News” são diversos. Uma das formas mais comuns para divulgação de notícias falsas é a utilização de empresas especializadas que criam boatos, e são disseminados em grande escala, alcançando assim milhões de usuários.
Todas essas questões, como se pode imaginar, serão fruto de intenso debate quando chegarem aos tribunais, que deverão meditar profundamente, seja em conflitos positivos ou negativos de competência.
Qual a pena mínima para crimes eleitorais?
Por fim, um efeito importante com referência ao caráter político dessas infrações diz respeito também à execução da pena. Aos condenados por crime político tradicionalmente é regalada a dita "custódia honesta", que basicamente significaria a ausência de regime penitenciário. É herança da tradição liberal que via o criminoso político como um altruísta, que sacrificava a própria liberdade em nome da luta pelas liberdades do povo. O 200 da LEP é mais econômico, apenas desobrigando os condenados por tais crimes de trabalhar, restando hígido o cumprimento das demais obrigações.
Existe também a Lei Complementar 64/90, que dispõe sobre quem são as pessoas inelegíveis (que não podem ser eleitas a nenhum cargo) e faz outras disposições.
Termos do Dicionário Jurídico
Em outras palavras, se crimes eleitorais são aqueles fatos tipificados no Código Eleitoral e demais leis com este mesmo tema, aqueles outros crimes que não estiverem presentes nestas leis e não possuírem qualquer relação com eleições, não serão considerados crimes eleitorais.
As condutas tipificadas em razão do processo eleitoral e, portanto, puníveis em decorrência de serem praticados por ocasião do período em que se preparam e realizam as eleições e ainda porque visam um fim eleitoral”
O que são crimes eleitorais?
São vários os crimes eleitorais que podem ser praticados e caracterizados dentro deste ramo do direito. Antonio Roque Citadini explica que, como são vários os crimes eleitorais, é merecido transcrevê-los.
Ocorre que, no Código Eleitoral, os crimes trazem apenas pena máxima, por exemplo o crime de votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem, previsto no art. 309 deste código. A pena prevista para este delito é de até três anos de reclusão, não havendo referência quanto à pena mínima.
Quem tem competência para julgar os crimes políticos?
A competência originária para processar e julgar os crimes políticos é da Justiça Federal, conforme dispõe o artigo 109, IV, Constituição Federal/88.
Por que todo crime e político?
Esta teoria parte da premissa de que o crime é um fenômeno social muito seletivo, e que está unido a certos processos, estruturas e conflitos sociais, tratando de isolar suas variáveis, constituindo, hoje, o paradigma dominante e o contributo decisivo para um conhecimento realista do problema social.
Quais são os crimes de opinião?
Delito de opinião
Delito de opinião, vulgarmente, como viés do pensamento democrático, é atribuir ao verbo, falado ou escrito, um ato digno de punição.
A Constituição Federal brasileira estabelece a liberdade de expressão como uma garantia individual do cidadão brasileiro, desde que não atinja a honra de terceiros.
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Quais são os crimes militares?
São impropriamente militares os crimes de homicídio e lesão corporal, os crimes contra a honra, os crimes contra o patrimônio (furto, roubo, apropriação indébita, estelionato, receptação, dano etc), os crimes de tráfico ou posse de entorpecentes, o peculato, a corrupção, os crimes de falsidade, dentre outros.
É cabível recurso ordinário constitucional contra a sentença do juiz federal que julga crime político?
Contra a sentença do Juiz Federal que julgar crime político não cabe apelação, mas sim recurso ordinário constitucional, de competência do STF: Art. 102. ... Trata-se, portanto, de um interessante caso no qual uma sentença de Juiz Federal é apreciada diretamente pelo STF em grau de recurso.
O que é um crime de tendência?
Crime de tendência interna transcendente (ou crime de intenção) e Crime de atitude pessoal (ou crime de tendência) ... É assim chamado aquele crime em que o agente quer e persegue um resultado que não necessita ser alcançado, de fato, para a consumação do crime (crime incongruente ou formal).
O que é crime de circulação?
Crime de circulação: nome conferido ao crime praticado por intermédio de automóvel. 8. ... É o caso do crime de furto (art. 155, CP), em que o bem jurídico agredido será a posse ou propriedade (o patrimônio, para utilizar a terminologia empregada pelo Código Penal).
O que é considerado crime militar?
Os crimes militares são classificados em crimes propriamente militares e impropriamente militares, onde a classificação doutrinária simplifica de forma objetiva que crime propriamente militar é aquele que somente o militar pode cometer (deserção, por exemplo), bem como outros tipos penais, como os crimes previstos no ...
Quando o militar comete crime?
No inciso II, alínea “c”, do artigo supramencionado há previsão, em síntese, que se considera crime militar, dentre outros fatos, quando a conduta é praticada por militar em serviço ou atuando em razão da função ainda que fora do lugar sujeito a administração militar contra militar da reserva, reformado ou civil.
Qual a instância recursal ordinária no caso de julgamento de crimes políticos pelos juízes federais?
1º e 2º 7.171/1983, a competência para julgamento da ação por crime político é de juízo federal e a competência recursal ordinária é para o Supremo Tribunal Federal (não se recorre para o Tribunal Regional Federal, por escolha constitucional).
Quais as hipóteses de cabimento do recurso ordinário para o STF?
Hipóteses de cabimento perante o STF O ROC para o STF é interposto de decisões denegatórias proferidas em habeas corpus, mandado de segurança (individual e coletivo), habeas data e mandado de injunção (individual e coletivo) que tenham sido decididos em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE e TST).
O que é crime de tendência intensificada?
O delito de tendência intensificada é aquele em que, para se tipificar o fato, é necessário conhecer a intenção do agente. Logo, o fato será considerado como crime a depender do animus do agente, diante da conduta apresentada.
O que é transcendente criminal?
Crime de tendência interna transcendente (ou crime de intenção) é aquele em que o sujeito ativo quer um resultado dispensável para a consumação do delito. O tipo subjetivo é composto pelo dolo e por elemento subjetivo especial (finalidade transcendente). Ex.: na extorsão mediante sequestro – art.
O que é crime Monoofensivo?
Crimes monoofensivos: são aqueles que constituem lesão (ofensa) ou exposição a perigo de lesão de apenas um bem jurídico. É o caso do crime de furto (art. 155, CP), em que o bem jurídico agredido será a posse ou propriedade (o patrimônio, para utilizar a terminologia empregada pelo Código Penal).
Quais os tipos de crimes militares?
a) Concepção clássica: crime propriamente militar é aquele que só pode ser praticado por militar, violando o dever ou serviço militar e com previsão apenas no Código Penal Militar. Admite uma exceção, o crime de insubmissão, o único crime propriamente militar que somente o civil pode cometer.