As células-tronco são células muito especiais. Elas surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico.
O surgimento dessas células se dá da seguinte maneira: o espermatozoide fecunda o óvulo, dando origem ao que chamamos de zigoto. O zigoto sofre mitoses dando origem a uma “bola de células”, que se diferenciam originando os folhetos germinativos, que em seguida se diferenciam em tecidos e órgãos do organismo.
As células-tronco são formadas no embrião apenas até este atingir entre 32 e 64 células, ou seja, muito antes da formação de qualquer tecido embrionário. As células-tronco embrionárias geralmente são provenientes de embriões não utilizados durante o processo de fertilização artificial.
Como as células-tronco embrionárias podem tornar-se qualquer célula do corpo, a sua utilização poderia, na teoria, curar qualquer doença que cause degeneração nos tecidos. Muitas pesquisas sugerem, por exemplo, que essas células são benéficas no tratamento de Parkinson, diabetes e doenças neurológicas.
São as células, encontradas em embriões, que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano. É essa capacidade que permite que um embrião se transforme em um corpo totalmente formado.
O transplante de células tronco é o único tratamento que pode curar a leucemia mielomonocítica crônica (LMMC). Inicialmente o paciente recebe uma dose elevada de quimioterapia, muitas vezes em combinação com radioterapia de corpo inteiro para destruir todas as células da medula óssea.
Células-tronco são usadas para criar intestino em laboratório. Pesquisadores mostraram que é possível desenvolver intestinos funcionais com células-tronco. Isso representa uma alternativa mais rápida e eficaz em casos de distúrbios gastrointestinais, como a doença de Crohn, câncer e infarto desse órgão.
A aplicação de células-tronco permite que os oncologistas realizem radioterapia e quimioterapia em doses relativamente altas para alcançar a máxima eliminação de células tumorais, além de permitir que o paciente restaure sua própria imunidade rapidamente.
Legislação. Desde 2005, legislação brasileira permite “para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento”.
Aprovada no Brasil em 2005, a Lei da Biossegurança contempla a questão das células-tronco e dos transgênicos. ... Só as células embrionárias podem ser consideradas totipotentes ou pluripotentes, já que somente essas células podem gerar por diferenciação os 216 tipos de célula do nosso organismo.
Para banir o uso de células-tronco embrionárias, a proposta altera a Lei de Biossegurança (Lei 11.
Em termos práticos, podemos afirmar que células-tronco são células que têm o potencial de recompor tecidos danificados e, assim, auxiliar no tratamento de doenças como câncer, mal de Parkinson, mal de Alzheimer e doenças degenerativas e cardíacas.