Caminhar contra a opressão é um desafio antigo (e ainda persistente) para pessoas que não se encaixam na visão tradicional, conservadora e permanente de sexualidade e gênero. A partir da Revolta de Stonewall, em 1969, o movimento LGBTQIA+ passou a ganhar força e a se organizar: anos depois, surgiriam as primeiras marchas que unem a resistência ao orgulho de ser — lésbica, gay, bissexual, pansexual, transgênero, queer, intersexual, assexual, dentre vários outros.
Segundo o Manual de Comunicação LGBTI+ lançado pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Rede Gay Latino, o triângulo e o machado de duas lâminas são parte dos símbolos tradicionalmente usados por mulheres lésbicas. O triângulo preto era afixado nas roupas de mulheres consideradas “antissociais” na Alemanha nazista, categoria que incluía feministas, aquelas que não queriam ter filhos e lésbicas. Ele foi incorporado à bandeira como uma ressignificação que lembra aquelas que foram mortas e torturadas nos campos de concentração.
Os ideias da Revolução Francesa são a base da interpretação da bandeira da França, sendo cada cor associada a um dos princípios do movimento: Liberdade (azul), Igualdade (branco) e Fraternidade (vermelho).
O machado, também chamado de labrys, resgata a força de guerreiras amazonas e sociedades matriarcais que o tinham como emblema. Ao fundo, o roxo faz menção ao episódio, em 1969, em que a ativista feminista Betty Friedan chamou as lésbicas de “ameaça lavanda”. Essas, por sua vez, acabaram por incorporar a cor à sua luta.
A bandeira que representa a comunidade Pan é representada pelas cores, rosa, amarelo e verde água. Apesar de ser bem parecido com o bissexualidade, a pansexualidade tem contexto histórico diferente. A Pansexualidade é a atração sexual, romântica ou emocional em relação às pessoas, independentemente de seu sexo ou identidade de gênero. Pessoas pansexuais podem se referir a si mesmas como cegas a gênero, afirmando que gênero e sexo não são fatores determinantes em sua atração sexual ou romântica por outros.
A bandeira Bi, representada pelas cores rosa, roxo e azul, representam quem sente atrações por dois gêneros, por isso, o bi, que é 2. O rosa representa a atração por mulheres, o azul, por homens. O roxo no meio é a mistura dos dois. A bissexualidade muitas vezes é confundida com a pansexualidade, pois são sexualidades parecidas, mas os contextos históricos são diferentes.
Significa atração pela feminilidade e/ou por esteriótipos femininos no geral. Essa sexualidade foi criada principalmente para pessoas não-binaries, já que elus não têm um gênero binário para se classificar como homossexuais. As cores da bandeira são rosa, marrom e verde
As faixas horizontais azuis na bandeira das Bahamas simbolizam os mares que cercam o arquipélago. A faixa amarela ao meio significa as areias das praias. Já o triângulo deitado preto representa a unidade da nação.
Entre cada faixa horizontal está escrito repetidas vezes: Allahu Akbar, que significa "Deus é grande". Ao centro, sobre a faixa branca, em vermelho, está o brasão do país que representa o amor e o sacrifício.
O termo intersexo se refere a pessoas com alguma variedade genética, que fazem com que seu órgão sexual não se encaixe no padrão de “sexo masculino” ou “sexo feminino”. Todavia, eles não são obrigatoriamente uma parte da comunidade LGBTQI+, porém se uma pessoa intersexo quiser se considerar da comunidade, ela é válida. As bandeira contém as cores amarelo com um círculo roxo no meio.
Criada em 1999 por Monica Helms, a bandeira do orgulho trans estreou na parada LGBT de Phoenix, nos Estados Unidos, em 2000. As listras em azul claro remetem à cor tradicional de meninos, enquanto o rosa se refere às meninas. A faixa central branca abraça quem está entre ambos os sexos (intersexo), em transição de um para outro ou ainda que se identifica com um gênero neutro ou indefinido. “O padrão é que não importa o caminho que você siga, ele é sempre correto, o que significa que nós nos encontramos em nossas vidas”, disse Helms, segundo o site Point of Pride.
Ao centro, tem-se o brasão do país com cinco vulcões que simbolizam a união entre os países da América Central. Acima dos vulcões estão um gorro de cor vermelha, que representa a liberdade, e um arco-íris que remete à paz.
Os símbolos em dourado no centro da bandeira angolana representam os trabalhadores do país. A meia roda simboliza as pessoas que trabalham na indústria, e o facão, as pessoas que trabalham nas zonas rurais.
O azul que predomina na bandeira somali simboliza o Golfo de Aden, no Mar de Omã, onde está o litoral do país. A estrela branca no centro, com cinco pontas, representa as regiões no mundo em que estão o povo somali.
Quanto ao futuro das bandeiras LGBTQI+, a designer aponta que "o percurso natural de evolução será o contínuo aparecimento de novas versões ao longo dos anos". "Tal como a comunidade LGBTQI+ evolui diariamente na sua mentalidade e consciência, irão também evoluir os seus símbolos", conclui.
Ao contrário da crença popular, as cores da bandeira nacional remetem às cores do brasão da família real portuguesa, que também continham as cores verde, amarelo, azul e branco.
A bandeira da Venezuela é composta pelas cores amarelo, azul e vermelha e 8 estrelas brancas no centro. As estrelas representam as 7 províncias do país no momento da independência e a última estrela é uma homenagem à Simon Bolívar, que lutou pela independência do país.
Outras versões de bandeiras lésbicas foram criadas sob alegação de que o desenho roxo com o triângulo e o machado teria sido idealizado por um homem gay e cis, o designer Sean Campbell, o que seria indesejável para um movimento exclusivo de mulheres. Os novos modelos, porém, também sofreram críticas de serem vazios de significado.
A bandeira arco-iris, símbolo do orgulho LGBTQIAP+, está disponível na loja Pride Brasil.