A velhice é um processo fisiológico gradual e natural de todo ser humano . Consiste no último período da vida de uma pessoa que geralmente começa após os 65 anos de idade. É a fase que segue a maturidade e que está relacionada a ser avô ou aposentado.
Partindo da premissa de que os fatos que cercam a velhice, assim como qualquer outro fenômeno da realidade, são infinitamente mais ricos e mais complexos do que o discurso científico sobre eles, e de que qualquer modelo ou teoria é eficaz à medida que efetua a aproximação entre o fenômeno investigado e a realidade na qual se insere, pode-se inferir que aquelas obras que priorizam determinado aspecto da velhice, seja ele biológico/comportamentalista, econômico ou sociocultural, apresentam maior probabilidade de se distanciar da complexidade dos fatos que cercam o processo de envelhecimento.
Percebe-se, com eles, a altivez e o pouco pensar na velhice como um momento negativo na história de vida de cada um. Ela, a velhice, chegou de forma despercebida na vida dos participantes, foi legitimada pelo ganho da aposentadoria, que era o comum entre eles. Essa percepção, pelos enfermeiros, torna-se relevante pois implica numa mudança de paradigma na formação dos profissionais, no sentido de romper com a hegemonia da formação tecnicista, buscar formar para humanizar, politizar e transformar o fazer cotidiano(7).
Nas atividades realizadas pelos profissionais buscava-se, ainda, sensibilizar as famílias e as comunidades, em relação à valorização do idoso enquanto transmissor de experiência, principalmente, as relacionadas à agricultura.
Tanto Beauvoir (1976) quanto Bosi (1983) concluíram em suas obras que, em relação à velhice, a sociedade formula uma série de clichês baseados no fato de que, quando se considera o homem idoso um objeto da ciência, da história e da sociedade, procede-se a sua descrição em exterioridade, isto é, o idoso é descrito pelo outro e não por ele próprio. Entretanto, advertiu Beauvoir (1976), ele é (...) um indivíduo que interioriza a própria situação e a ela reage. Esse fato encerra a velhice em uma pluralidade de experiências individuais que impossibilita retê-la em um conceito ou noção ao investigá-la, deixando ao alcance do pesquisador somente a possibilidade de confrontar as diferentes experiências de envelhecimento umas com as outras, e a tentativa de identificar as constantes e determinar as razões de suas diferenças.
Dessa forma, este trabalho conclui por um impasse acerca de qual seria a perspectiva mais apropriada para analisar o fenômeno da velhice e aponta para necessidade de se ampliar e aprofundar o debate acerca das implicações teóricas e práticas relativas a cada perspectiva analisada.
Os estudos que tratam desse embate apontam o tratamento a-histórico dado à velhice, conforme se pode observar no trabalho de Haddad (1993). Essa autora, a partir de entrevistas realizadas com membros da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), analisou os direitos constitucionais garantidos aos aposentados e o trabalho de assistência à velhice, realizada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), e concluiu que (...) a característica fundamental da ideologia da velhice, nas sociedades tradicionais e contemporâneas, repousa em sua a-historicidade, em ocultar e desconhecer os diferentes modos de viver, sofrer e suportar a velhice (Haddad, 1993).
Na PNSI foram definidas várias diretrizes ainda bem atuais. Há ênfase na promoção do envelhecimento saudável voltado ao desenvolvimento de ações que orientem a melhoria de suas habilidades funcionais, mediante a adoção precoce de hábitos saudáveis de vida, a eliminação de comportamentos nocivos à saúde, além de orientação aos idosos e seus familiares quanto aos riscos ambientais favoráveis a quedas. Também menciona a importância da manutenção da capacidade funcional com vistas à prevenção de perdas funcionais, reforço de ações dirigidas para a detecção precoce de enfermidades não transmissíveis, com a introdução de novas medidas, como antecipação de danos sensoriais, utilização de protocolos para situações de risco de quedas, alteração de humor e perdas cognitivas, prevenção de perdas dentárias e outras afecções da cavidade bucal, prevenção de deficiências nutricionais, avaliação das capacidades e perdas funcionais no ambiente domiciliar e prevenção do isolamento social.
O estudo teve como objetivo: analisar o significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos moradores da zona rural do Estado do Ceará, cadastrados no Programa Saúde da Família.
O artigo aborda o desenvolvimento de um modelo de atenção à saúde do idoso, buscando colaborar com a discussão sobre o envelhecimento populacional trazida pela nova realidade epidemiológica e demográfica. Considerando que o processo de envelhecimento no Brasil é relativamente recente, foram descritos movimentos sociais mais relevantes na construção das políticas de saúde voltadas ao idoso. Após a fase descritiva dos marcos, apresentou-se o modelo considerado mais adequado ao melhor cuidado. A partir de uma análise crítica sobre os modelos de atenção à saúde para idosos, o artigo apresenta uma proposta de linha do cuidado para esse segmento, tendo como foco a promoção e a prevenção da saúde, de modo a evitar a sobrecarga do sistema de saúde. Os modelos de cuidados integrados visam resolver o problema dos cuidados fragmentados e mal coordenados nos sistemas de saúde atuais. Quanto mais o profissional conhecer o histórico do seu paciente, melhores serão os resultados; assim devem funcionar os modelos contemporâneos e resolutivos de cuidado recomendados pelos mais importantes organismos nacionais e internacionais de saúde. Um modelo de cuidado de maior qualidade, mais resolutivo e com melhor relação custo-efetividade é a preocupação deste texto.
No sentido oposto, as análises sobre aqueles trabalhos que adotam uma perspectiva transdisciplinar, na qual a velhice é concebida como resultado dialético de necessidades fisiológicas, simbólicas e estruturais, combinadas e justapostas pelos atores sociais em meio a condições contextuais vigentes, apontam para a possibilidade de uma maior aproximação com a realidade em função da complexidade de fatores considerados. Entretanto, observou-se que esse tipo de abordagem esbarra em questões teórico-metodológicas, pois, conforme mencionado, encerra a velhice em uma pluralidade de experiências individuais que impossibilita retê-la em um conceito ou noção ao investigá-la, restando ao pesquisador somente a possibilidade de confrontar as diferentes experiências de envelhecimento umas com as outras, e a tentativa de identificar as constantes e determinar as razões de suas diferenças.
Paralelamente a este fato, os movimentos de aposentados e pensionistas e o Fórum Nacional do Idoso mobilizaram-se durante um longo período, desde 1997, visando à aprovação do Estatuto do Idoso, mas reivindicando barrar artigos indesejáveis e propondo emendas. Apesar da mobilização, a correlação de forças do movimento não permitia que o Estatuto saísse do papel. Somente no dia 1º de outubro de 2003 o Estatuto é sancionado, o que pode ser considerado como um dos efeitos da II Assembleia de Madri.
Os anos 1960 inauguraram um trabalho pioneiro no Serviço Social do Comércio (SESC), voltado para pessoas idosas, em um cenário no qual predominava o assistencialismo. O primeiro reflexo no Brasil, no que se refere às mudanças radicais da visão do envelhecimento impactando a legislação, foi na Constituição Federal promulgada em 1988, na qual os movimentos constituintes imprimiram o conceito de “participação popular”.
Na segunda perspectiva de análise, que se designou por "economicista", tem-se um leque ampliado de representantes. Além de gerontólogos e geriatras, tomam a palavra também os cientistas sociais. Nessa perspectiva, as investigações preocupam-se em situar o lugar dos velhos na estrutura social produtiva, centrando as análises na questão da ruptura com o mundo produtivo do mercado de trabalho, especificamente, na questão da aposentadoria.