Quincas Borba, uma das obras-primas de Machado de Assis, é um romance que explora profundamente as complexidades da natureza humana e as ilusões da sociedade. Publicado originalmente em 1891, o livro apresenta uma trama intricada que gira em torno do personagem central, Rubião, um ingênuo e simplório professor do interior que herda uma fortuna do excêntrico filósofo Quincas Borba.
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside
Em resumo, “Quincas Borba” é uma leitura enriquecedora para uma variedade de públicos, oferecendo não apenas uma história cativante, mas também uma profunda reflexão sobre a natureza humana, a moralidade e as complexidades das relações sociais. Este livro atemporal continua a ser uma fonte de insight e inspiração para leitores de diversas áreas e interesses.
Convém lembrar que Quincas Borba não é uma produção única e isolada, o romance faz parte de uma trilogia proposta por Machado de Assis. Ao longo do capítulo IV, por exemplo, sublinhamos o fato do narrador também conversar com o leitor a respeito do primeiro livro da trilogia:
Com forte crítica à burguesia, o livro de Machado de Assis conta a história de Rubião que herdou toda a fortuna de seu amigo Quincas Borba, tendo apenas uma condição: que cuidasse de seu cachorro de mesmo nome.
Publicado em 1891 inicialmente em formato de folhetim, Quincas Borba pertence a trilogia realista de Machado de Assis composta por Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
O livro possui relação com outra obra de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas, onde é relatada a morte do filósofo Quincas Borba. Essas duas obras, juntamente com Dom Casmurro, revolucionaram a literatura brasileira, introduzindo o Realismo.
Quincas Borba é uma espécie de continuação de um dos mais influentes livros de nossa Literatura: Memórias póstumas de Brás Cubas. Ele foi publicado em uma revista, como acontecia com diversas obras daquele período.
Humanitas, a filosofia que foi criada por Quincas Borba – o humano – continua a se perpetuar na imagem do cachorro. Esta filosofia é centrada no homem, e trata-se de uma crítica às teorias importadas que perpetuaram, e continuam a perpetuar, barbaridades, como o Darwinismo Social, o positivismo e outros determinismos.
Em suma, a leitura de “Quincas Borba” oferece aos leitores uma jornada penetrante pelo labirinto da condição humana. Através das desventuras do protagonista Rubião, Machado de Assis tece uma narrativa complexa e multifacetada que explora as ilusões do egoísmo, a fragilidade da mente humana e as manipulações cruéis que permeiam as relações sociais.
O narrador, onisciente, nos dá alguns fatos sobre Sofia, esposa de Cristiano Palha, “amigo” e sócio do herdeiro. A galante mulher tem um caso amoroso com Carlos Maia e é neste ponto da história que Rubião passa a apresentar sintomas de sua loucura. A ironia é Carlos Maia casar-se com a prima de Sofia, Maria Benedita, e com ela ir morar na Europa, voltando à Coroa e ainda esperando um filho.
Rubião, inicialmente um homem simples e bondoso, é gradualmente envolvido nas teorias e ilusões do Humanitismo. Ele se torna vítima da ganância e da manipulação dos outros personagens, que o exploram em busca de seus próprios interesses egoístas. A medida que a história avança, Rubião é levado à beira da insanidade ao tentar conciliar as ideias contraditórias do Humanitismo com a realidade cruel ao seu redor.
Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, jóias, dinheiro amoedado, livros, - tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha.
Porém, Machado foi além visto que questionava até mesmo os fundamentos do Realismo. Filosofava sobre esse espírito realista e as tendência passadas, e mesmo em terceira pessoa, expressou alguns desses pensamentos e críticas no Humanitismo de Quincas.
Rubião, que havia tentado casar sua irmã, Maria da Piedade, com seu amigo rico, viu-se com uma fortuna que, até então, o professor de Barbacena, em Minas Gerais, nunca imaginou que teria um dia em posse. O livro é ambientado no século XIX, entre 1844 e 1870 e se passa na cidade de Barbacena e do Rio de Janeiro, mais precisamente nos bairros de Botafogo e do Flamengo.
O patrimônio vai diminuindo e o casal Palha, percebendo a condição do "amigo", se responsabiliza pelos cuidados do doente. A situação se agrava até que Rubião vai parar em um hospício.
Deixemos Rubião na sala de Botafogo, batendo com as borlas do chambre nos joelhos, e cuidando na bela Sofia. Vem comigo, leitor; vamos vê-lo, meses antes, à cabeceira do Quincas Borba.
O livro possui um contexto histórico específico que o faz ter a narrativa e a crítica que possui. Três fatos históricos são importantes em nossa análise: a lei Eusébio de Queirós (1850), que proibia o tráfico de escravos; a Guerra do Paraguai (1864-1870); e o movimento republicano, adiantando-se à Proclamação da República (1889).
Temas como interesse, traição, poder, aparência, loucura, ironia, imoralidade e falsidade são salientadas na obra de Machado. Vale notar que na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba é citado pelo escritor. Por isso, Quincas Borba pode ser considerado (em partes) uma continuação de Brás Cubas.
A trama de Quincas Borba gira em torno das relações sociais: o ingênuo professor Rubião descobre a maldade humana ao se mudar para a corte. As manifestações de amizade que recebe por parte do casal Palha só são verdadeiras para sua credulidade provinciana.
Quincas Borba (Joaquim Borba dos Santos) é o personagem principal do livro Quincas Borba do escritor Machado de Assis. Nasceu em fascículos, no ano de 1886, o "filósofo louco de Barbacena" e conselheiro de Brás Cubas, de quem foi colega na infância. ... Quincas Borba levava-o a toda parte e dormiam no mesmo quarto.
Se a história de Rubião recebe o título de Quincas Borba é justamente porque é a partir dele, na sua falta ou no seu espelhamento, que toda a estrutura do romance vai se organizar. O filósofo Quincas Borba é, de acordo com Helder Macedo, "a ausência estruturante do livro".
Pedro Rubião de Alvarenga
Machado de Assis
Quincas Borba (Joaquim Borba dos Santos), filósofo, teórico do Humanitismo, amigo de infância de Brás Cubas. (Recebe melhor retrato em Quincas Borba, romance seguinte.)
Brás Cubas (Porto, dezembro de 1507 — Porto, 10 de março de 1592) foi um fidalgo e explorador português. Fundador da vila de Santos (hoje cidade), governou por duas vezes a Capitania de São Vicente (1545-1549 e 1555-1556). É considerado por alguns historiadores como fundador de Mogi das Cruzes, em 1560.
Memórias póstumas de Brás Cubas se enquadra no gênero literário conhecido como sátira menipéia, no qual um morto se dirige aos vivos para criticar a sociedade humana. É exatamente o que faz o narrador, ao contar a história de sua vida após o próprio falecimento.
A obra tem início com a declaração da morte de Brás Cubas, cujo narrador e protagonista relata suas memórias depois de ter sido vítima de pneumonia. Pertencente a uma família abastada do século XIX, Brás Cubas narra primeiramente sua morte e enterro onde apareceram onze amigos.
Com seu emplastro anti-hipocondríaco Brás Cubas pretendia facilitar a condição humana, ou seja, tornar a vida e a experiência humana mais fáceis pois, livres da melancolia, os homens viveriam a vida com mais felicidade e entristecer-se-iam mais raramente./span>