De origens humildes e uma infância tumultuada, Francisco Costa Rocha, conhecido popularmente como “Chico Picadinho“, escreveu seu nome na história criminal brasileira de maneira aterrorizante. O homem cujo apelido derivava das horrendas cenas dos crimes que chamavam a atenção pela brutalidade e a maneira como evitava a prisão.
Quando ainda era criança, seu pai o enviou para morar em uma casa de empregados por conta de uma enfermidade que acometeu sua esposa. Como consequência, o menino logo se sentiu desamparado pela família, sendo abandonado também pelo o casal, que não lhe proporcionava nenhuma afetividade.
"Se eu tivesse aqui, conversando com ele, e eu não soubesse quem é Francisco da Costa Rocha, eu jamais imaginaria que aquela pessoa na minha frente fosse o Chico Picadinho. Nós conversamos e, na verdade, eu não conseguia arrancar segredos. Só me chamou atenção uma coisa: ele me pediu que eu não o chamasse, na matéria, de 'monstro'. 'Por favor, não me chame de monstro'. E eu atendi".
Seu primeiro casamento não prosperou mesmo tendo a esposa grávida. Veio a casar-se pela segunda vez, tendo outro filho, mas novamente se separou. Nessa vida, ele retornou para a “boca do lixo”, repetindo os mesmo hábitos: bebidas, drogas, sexo e prostituição. Até que não demorou muito para cometer o segundo homicídio. Foi apenas dois anos e cinco e meses após ser solto.
Ele nasceu do caso que seu pai teve com uma amante. A mulher, Dona Nancy, em outras ocasiões já havia cometido o aborto, mas, diferente dos exemplos anteriores, resolveu ser mãe pela primeira vez em 27 de abril de 1942, do homem que seria conhecido como Chico Picadinho.
Feito essa monstruosidade, Francisco dormiu no sofá da sala. No dia seguinte, contou para o seu colega, Caio, que havia um cadáver na casa. Ele então ligou para a polícia, e Chico foi preso no dia 05 de agosto de 1966. Como causa do crime afirmou em depoimento que a vítima se parecia com sua mãe, pois ambas se envolveram com homens por dinheiro e status.
Em 16 de outubro de 1976, entretanto, Chico Picadinho fez uma nova vítima. Após levar Ângela de Sousa da Silva ao apartamento onde morava, ele a matou estrangulada e dividiu seu corpo em onze partes, usando facas, lâminas de barbear e um serrote, fugindo do local em seguida. Ficou foragido durante 28 dias, sendo, finalmente, preso e condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão e diagnosticado como portador de personalidade psicopática de tipo complexo. Em 1994, foi encaminhado à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté para ser tratado de insanidade mental, sendo considerado alguém que possui personalidade sádica e psicopática.
Chico Picadinho foi preso no Rio de Janeiro, onde permaneceu encarcerado por quase 9 anos. Lombardi, que acompanhou o seu julgamento, recorda a frieza do homem: "Ele comeu um hambúrguer contando detalhes a respeito do crime".
Ao atingir a idade adulta, tornou-se corretor de imóveis e alcançou certa estabilidade financeira, gastando grande parte de seu dinheiro com prostitutas e drogas. Ele dividia seu apartamento com um médico e foi ali que cometeu seu primeiro crime, o qual lhe deu a alcunha de Chico Picadinho.
Nascido em 1942, Chico Picadinho foi abandonado desde cedo. Criado em um ambiente nada saudável e desprovido de qualquer tipo de afetividade, sua vida foi moldada por abusos e frustações.
Após o crime, dormiu calmamente no sofá. No dia seguinte, comunicou o seu amigo do assassinato. A polícia foi avisada e Francisco foi preso no dia 5 de agosto de 1966. Em seu depoimento, ele disse que havia matado a bailarina porque ela o lembrava de sua mãe, segundo ele, uma mulher que também se envolvia com diversos homens em busca de dinheiro.
Atualmente, passados mais de 50 anos, Chico Picadinho ainda está recluso. Diagnosticado como psicopata com tendências sádicas na década de 1970, ele permanece na Casa de Custódia de Taubaté, local que constatou ser o “melhor local para albergar civilmente Francisco”. Este é o legado deixado por um homem cujo nome virou sinônimo de terror, um reflexo perturbador da violência humana que, infelizmente, continua a assombrar a história brasileira.
Passado isso e tendo o cumprimento integral de sua pena, em 1º de março de 2017 teve a sua soltura determinada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani. Contudo, em maio do mesmo ano, o desembargador Ricardo Dip, da Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiu pela manutenção da custódia.
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Francisco foi condenado a mais de 20 anos de prisão por seus crimes, mas se recuperou na prisão, onde estudou e até se casou. No entanto, a liberdade trouxe novamente as antigas tensões à tona. Após dois casamentos fracassados e o retorno à antiga vida, Chico cometeu seus crimes mais infames.
Há relatos de que tenha presenciado também um caso de pedofilia na escola católica onde estudava. Assim, ele foi se isolando cada vez mais e se tornando uma pessoa com dificuldades de conviver socialmente, o que se agravou quando sofreu um abuso sexual na juventude,
Com uma biografia marcada por violência e intimidação, Chico se envolveu em diversas controversas. Por não se destacar em concursos militares, tornou-se corretor de imóveis. Sua vida noturna se misturava com a rua conhecida como “boca do lixo”, um local popular de prostituição e consumo de drogas. Foi neste cenário que cometeu seus dois crimes mais chocantes.