Nesta semana, governador do Rio de Janeiro revelou lista dos três milicianos mais procurados do Estado; São homens violentos e que levam medo para milhares de cariocas; veja abaixo
Atualmente, os criminosos, como o Comando Vermelho, ainda controlam os territórios mais populosos da Grande Rio. No entanto, o ritmo de expansão miliciana é mais acelerado que das demais facções, conforme aponta o documento.
Estudante de Letras, escreve há 12 anos e já produziu conteúdos em diversas editoriais, como Cotidiano (UOL), Televisão e Famosos (NaTelinha) e Política (Diário do Centro do Mundo), sua maior especialidade. No iG, é repórter de Último Segundo e Saúde.
Apesar dos crescentes desafios representados pelas milícias, a legislação para combatê-las só foi criada em 2012. A CPI das Milícias em 2008, que teve Marcelo Freixo (PT-RJ) como relator, levou à prisão alguns milicianos, mas o crescimento desses grupos continuou de forma preocupante.
Esses acontecimentos, que abalaram a cidade, chamam a atenção para o crescimento das milícias e o aumento da violência na região.
De acordo com Maria Isabel, alguns estudiosos correlacionam o início das milícias com o período da ditadura militar, quando alguns grupos de extermínio começaram a atuar. “Mas o primeiro grupo tratado como milícia de fato foi a Liga da Justiça, no início dos anos 2000, formada pelos irmãos Natalino Guimarães e Jerominho. Ela era formada por um grupo de policiais de Campo Grande, que começaram a dominar a região. Jerominho, morto no último mês de agosto, foi condenado pela Justiça por fundar essa milícia. Depois, ela se desmembrou em várias outras, que hoje se espalharam por todo o estado do Rio de Janeiro.”
As milícias vêm ganhando cada vez mais cobertura dos meios de comunicação, seja pelas operações policiais realizadas contra elas, prisões, mortes de supostos integrantes etc. No dia 13 de setembro, teve grande repercussão o Mapa Histórico dos Grupos Armados, que foi realizado pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismo, da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF), no qual mostrou que as áreas dominadas por grupos paramilitares cresceu 387,3% entre os anos de 2006 e 2021 no Grande Rio.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de existir milícias nos demais estados, a diretora do Instituto Fogo Cruzado afirma que há evidências de grupos paramilitares em pelo menos 17 unidades da Federação. “Assim como no Rio de Janeiro, as milícias atuam com a justificativa de ser uma opção alternativa, quando o Estado não zela integralmente pela segurança da população.”
As milícias são grupos paramilitares compostos por agentes de segurança, incluindo policiais, bombeiros e militares, que, ao longo dos anos, evoluíram de supostos defensores das comunidades para organizações criminosas ávidas por vantagens políticas, econômicas e sociais.
Matheus da Silva Rezende, um dos líderes do grupo na região, morreu durante a ação, e milicianos iniciaram uma série de atentados ao transporte público em retaliação.
Formadas por agentes de segurança, como policiais militares, civis, penais ou bombeiros, com a bandeira do combate aos traficantes, as milícias cresceram no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, com a aceitação das comunidades e a tolerância do Estado.
“É amplamente conhecida e comprovada a participação de agentes públicos e, principalmente, de policiais nos grupos paramilitares a que denominamos milícias. Não surpreende, portanto, que o processo de enfraquecimento da SESEG e concomitante autonomização das polícias coincida com o impressionante crescimento das milícias evidenciado a partir do triênio 2017/2019. Com as polícias atuando a salvo de controles democráticos e de qualquer necessidade de prestação de contas à sociedade, a extensão territorial sob o controle de grupos armados, em particular dos grupos milicianos, cresceu vertiginosamente”, afirma a diretora do Instituto Fogo Cruzado.
A população da zona oeste do Rio de Janeiro enfrenta um aumento aterrorizante da violência. De janeiro a outubro de 2023, houve 241 homicídios, um aumento de 129,5% em relação ao mesmo período de 2022.
As milícias que dominam algumas áreas do Grande Rio agem de um modo bem específico. Além do comércio, esses grupos armados controlam a venda do gás de cozinha, a cobrança dos aluguéis dos imóveis, a circulação das vans e a segurança dos locais que dominam.
Esses grupos, que surgiram na década de 1980, exploram "negócios rentáveis" nas áreas sob seu controle, como segurança, transporte alternativo, controle de gás e sinal 'pirata' de TV. Além disso, tornaram-se notórios por se envolverem em atividades violentas, operando como grupos de extermínio.