Bomba de insulina é um dispositivo eletrônico que fica conectado ao corpo liberando insulina de forma contínua durante 24 horas e em doses muito pequenas de acordo com as necessidades da pessoa, sendo indicado nos casos de diabetes tipo 1 ou tipo 2, pois funciona imitando o funcionamento do pâncreas.
Diante de tantos recursos disponíveis, é importante considerar o valor e a relevância das características específicas oferecidas por diferentes modelos de bomba de insulina, a fim de se conseguir a melhor efetividade de custo (13).
A bomba de insulina (ou bomba de infusão de insulina) é um dispositivo eletrônico pequeno e portátil que libera uma dosagem programada de insulina durante 24 horas, configurando um sistema de infusão contínua de insulina (SIC).
Embora essas terapêuticas produzam aumento da freqüência e da gravidade da hipoglicemia (4), a bomba de infusão de insulina ou sistema de infusão contínuo de insulina (SICI ou CSII) tem menor chance de induzir hipoglicemia do que a terapêutica com MDI, além de ocasionar melhora na qualidade de vida (5).
A vantagem da CSII sobre a terapia MDI é, primariamente, o resultado de uma melhor cinética da insulina. Somente a insulina ultra-rápida é usada hoje no tratamento com CSII e seu percentual de variabilidade na absorção é menor do que a das insulinas NPH e glargina, resultando maior reprodutibilidade dos níveis glicêmicos (18).
Outro esquema de distribuição da dose basal, menos usado, é o método de Renner (12), no qual as doses são variáveis, nos diversos horários do dia, desde o início do tratamento, segundo um programa que privilegia maiores doses de insulina para os períodos de maiores necessidades (alvorecer, entardecer) e menores doses do final da noite até a madrugada.
O paciente que é candidato ao uso de bomba de infusão de insulina deve ser capaz de: inserir e conectar a cânula, detectar, prevenir e tratar a hipoglicemia e ge-renciar adequadamente os dias de doença (hidratação, ajustes de medicamentos, testes de cetonas, plano para dias de doenças). Além disso, deve ser capaz de manter a bomba de insulina com cuidados apropriados e resolver os problemas mais comuns. Outras habilidades mais avançadas que o paciente ou seus cuidadores devem adquirir são: capacidade de contar corretamente os carboidratos da dieta, calcular a relação insulina/carboidrato e calcular as doses dos bolus de correção.
Endocrinologista graduada pela UFES, desde 1997, com residência médica em Clínica Médica pelo HUCAM. Possui residência médica em Endocrinologia e Metabologia pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba da PUC de São Paulo e título de Especialista pela SBEM.
Outro recurso vantajoso para pessoas com esta condição é o uso da bomba de insulina, que permite que pacientes substituam a aplicação frequente de injeções de insulina pelo aparelho. Se você deseja saber mais informações sobre a bomba de insulina, leia o texto abaixo!
Dessa forma, com o uso da bomba de insulina, que libera doses de insulina adequadas para cada hora do dia, é possível regular melhor o nível de carboidrato ingerido nas refeições e a planejar a rotina de exercícios físicos
A PARTIR DOS ACHADOS DO Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) (1), passou-se a enfatizar, cada vez mais, a terapia intensiva no tratamento de portadores de diabetes melito tipo 1 (DM1). Tanto a bomba de infusão de insulina quanto a terapêutica de múltiplas doses de insulina (MDI) são meios efetivos de implementar o manejo intensivo do diabetes em pacientes com DM1, obter níveis glicêmicos quase normais e alcançar um estilo de vida mais flexível (2).
Além disso, tamb´ém é possível usar uma bomba de insulina computadorizada com monitor de glicose, e neste caso, o aparelho faz a checagem dos níveis de açúcar no sangue 24 horas por dia e aciona um alarme quando os níveis de glicose estão muito baixos ou muito altos, baseado nos níveis normais de glicemia.
A bomba de insulina melhora significativamente o controle glicêmico, pois permite definir a dosagem de insulina adequada para o paciente a cada horário do dia e, por consequência, ajuda a evitar o fenômeno do amanhecer, que é quando ocorre a elevação da taxa glicêmica entre 4 horas da madrugada e 8 horas da manhã.
As bombas de insulina de uso externo começaram a ser usadas amplamente a partir do final da década de 1970 (3), durante estudo do DCCT, em que, no grupo experimental, 42% dos pacientes usaram bombas de insulina durante o último ano do estudo.
Entre os fatores preditivos de sucesso no uso de bomba de infusão de insulina podemos citar: a seleção adequada de pacientes, a freqüência das medidas diárias de glicose no dia e a presença de uma equipe entrosada.
Tanto a bomba de infusão de insulina quanto a terapêutica de múltiplas doses de insulina (MDI) são meios efetivos de implementar o manejo intensivo do diabetes melito tipo 1 (DM1), com o objetivo de chegar a níveis glicêmicos quase normais e obter-se um estilo de vida mais flexível. A terapia com bomba de infusão de insulina é tão segura quanto a MDI e tem vantagens sobre ela, sobretudo em pacientes com hipoglicemias freqüentes, com um fenômeno do alvorecer importante, com gastroparesia, na gravidez, em crianças e em pacientes com DM1 e com um estilo de vida errático. A terapia com bomba de infusão de insulina possibilita maior probabilidade de se alcançar melhor controle glicêmico com menos hipoglicemia, hipoglicemias assintomáticas e melhor qualidade de vida. Além disso, os riscos e os efeitos adversos da terapêutica insulínica em pacientes com DM1 em insulinização intensiva são menores nos pacientes usando esta terapia, quando comparados a pacientes em MDI. Para tal, o ajuste cuidadoso das doses basais e de bólus e o seguimento adequado do paciente são vitais.
No início da terapia, a dose basal total deve ser dividida por 24 horas, em doses iguais. No decorrer do tratamento, deve-se ajustar as doses em cada hora, de acordo com as necessidades de cada período. Em razão de menores necessidades de insulina do horário da meia-noite às 4 horas da manhã, normalmente doses basais de insulina mais baixas nesse período são necessárias e maiores entre 3 e 9 horas da manhã (por causa do fenômeno do alvorecer). Outro período no qual normalmente se usam basais maiores, porém menores que as usadas no amanhecer, é o das 16 às 19 horas (fenômeno do entardecer).
Bolus adicionais de insulina podem ser liberados durante as refeições ou após seu término, o que é muito vantajoso quando se trata de crianças, de pacientes com gastroparesia ou após o consumo de alimentos com grande quantidade de gordura, como pizza ou massas com queijo (11).
O desfecho perinatal e os custos de assistência médica em pacientes com DM1, que iniciaram a utilização da bomba de insulina durante a gravidez, em comparação com grupos tratados com múltiplas injeções diárias de insulina, mostraram que a terapia com bomba de insulina iniciada durante a gravidez não promoveu deterioração do controle glicêmico e esteve associada a desfechos maternos e perinatais, a custos de assistência médica comparáveis àqueles das mulheres que já faziam uso da bomba de insulina antes da gravidez, e, também, daquelas que receberam múltiplas injeções diárias de insulina (20). Entretanto, a superioridade da bomba de insulina em relação aos esquemas de múltiplas injeções diárias não foi confirmada por outros estudos (21). Recente revisão sistemática concluiu que as evidências atualmente disponíveis não permitem afirmar a superioridade da bomba de insulina em relação ao esquema de múltiplas injeções diárias de insulina em pacientes grávidas com diabetes, e que estudos incluindo mais pacientes são necessários para se concluir se existe ou não vantagem com o uso da bomba (22).