O Bebê de Rosemary é um dos clássicos mais icônicos do cinema de terror. Dirigido por Roman Polanski, o filme foi lançado em 1968 e é baseado no livro homônimo escrito por Ira Levin. Com uma trama envolvente e um elenco talentoso, o filme fez história e continua fascinando o público até hoje.
Um dos aspectos mais marcantes do trabalho de Polanski é sua atenção aos detalhes. Ele é conhecido por seu perfeccionismo e seu comprometimento em cada cena. Para ele, cada quadro de um filme deve ser cuidadosamente planejado e executado para transmitir a visão que ele tem em mente.
Mia Farrow, tão lembrada por seus papéis nos filmes do Woody Allen, faz aqui uma interpretação com muita propriedade de uma frágil e delicada Rosemary, que altera gradativamente seu humor e discurso ao longo da trama, mesmo que mantenha uma certa suavidade no seu papel. Sua atuação, inclusive, é chave para a dúvida criada pelo diretor até certo ponto da trama: os fatos que se seguem são reais ou paranoia?
Maurice Evans interpreta Hutch, um amigo de Rosemary e Guy que se preocupa com eles e tenta avisá-los sobre os perigos que podem enfrentar. A atuação de Maurice Evans traz uma qualidade paternal ao personagem de Hutch.
Ruth Gordon interpreta Minnie Castevet, uma vizinha idosa que se torna amiga de Rosemary e Guy. Minnie é excêntrica e misteriosa, e seu relacionamento com o casal se torna cada vez mais suspeito. Ruth Gordon traz um equilíbrio perfeito de carisma e inquietação ao personagem de Minnie.
Leia mais nas fontes consultadas: Mentalfoss e Buzzfeed.
O produtor do longa, William Castle, também conhecido por dirigir diversos filmes de terror nos anos 50 e 60, como 13 Fantasmas e A Casa dos Maus Espíritos, recebeu ameaças de morte na época e chegou a ser internado. Segundo testemunhas do hospital, ele tinha pesadelos em que delirava dizendo “Rosemary, pelo amor de Deus, solte esta faca!”. Para quem não se lembra, Rosemary estava em posse de uma faca ao ver seu filho no berço no final do filme. Seria Castle o filho do demônio? E, por fim, uma tragédia mais tardia aconteceu em 1980, quando em frente ao edifício Dakota, cenário principal do filme, o ex-beatle John Lennon foi assassinado.
É assustador, mas elegante; misterioso, mas estranhamente romântico; horripilante, mas bonito. É o produto de um diretor meticuloso que analisou seu cronograma de filmagens, de uma jovem estrela que perseverou mesmo com as dificuldades e de um elenco e uma equipe que podem ter sofrido uma maldição por sua participação nessa aventura macabra.
O final do filme “O Bebê de Rosemary” é um dos aspectos mais controversos da produção. Muitos espectadores e críticos debateram sobre a realidade das situações apresentadas e sobre a interpretação final da história. Alguns acreditam que o final é completamente sobrenatural, enquanto outros argumentam que tudo pode ser explicado de forma racional. Essa polêmica em torno do final adiciona uma camada adicional de perplexidade ao enredo e faz com que o filme continue sendo discutido e analisado até os dias de hoje.
Em resumo, a ambição do diretor Roman Polanski é visível em cada aspecto de seu trabalho. Seja na escolha dos temas, na atenção aos detalhes ou na busca por desafios, Polanski é um diretor que não tem medo de ir além e criar filmes que ficam na memória do público.
A ambientação é a força que faz este longa ter a sua maior representatividade. Polanski não recorre a sustos, o que deixa para nós uma lição de como fazer um filme de discussão sobrenatural com terror psicológico e, de certa forma, sutil, nos remetendo aos velhos ensinamentos do grande mestre Hitch com o “sugerir ao invés de mostrar”. Isso pode ser ainda mais aterrorizante do que qualquer cena visual direta. O elemento sobrenatural não fica claro, mas ambíguo, deixado em segundo plano, se considerarmos a proposta da narrativa.
O filme teve ótima resposta do público e da crítica, ao mesmo tempo que gerou polêmica. A igreja atacou severamente a ideia do nascimento do anticristo e tentou proibir sua exibição. E propaganda negativa também é propaganda.E não para por aí. Como todo clássico de suspense/horror que se preze, O Bebê de Rosemary ficou marcado por alguns acontecimentos negativos, algo que o público adora chamar de “maldições“.
O filme é ambientado em Nova York, nos anos 1960, e mostra o casal Rosemary e Guy se mudando para um antigo prédio habitado por vizinhos estranhos. Logo após a mudança, Rosemary engravida e começa a sofrer de insônia e pesadelos recorrentes.
Você já deve estar careca de saber qual a história do filme, mas vamos lá, para não perder o costume. Logo no início, somos apresentados à um casal comum, Rosemary e Guy, que busca um apartamento em Nova York. Eles acabam no imponente edifício Bramford, onde os vizinhos são aparentemente cordiais, solícitos e amigáveis. Os dias vão passando e Guy intensifica sua amizade com um casal de idosos, que começa a ficar mais presente após a descoberta da gravidez de Rosemary. Não demora para que ela desconfie dessa proximidade e fatos anormais comecem a surgir na narrativa. Mas não entraremos em detalhes.
“O Bebê de Rosemary” deixou uma marca duradoura na cultura pop. Suas imagens icônicas, como a cena do ganho de peso da personagem de Mia Farrow e a visão da mãe de Rosemary como um símbolo satânico, são frequentemente referenciadas e parodiadas em outras mídias.