O artista tinha grande interesse em retratar o povo de seu país, pois achava essencial que a arte brasileira valorizasse as pessoas simples e que são, de fato, a massa de cidadãos que sustenta o Brasil.
Essa é uma obra de 1934, feita com a técnica óleo sobre tela. Nela, Portinari pinta o retrato de um típico trabalhador rural, um homem mestiço, mistura entre a população negra e indígena.
“Estavam presentes o embaixador Jaime de Barros, que foi dos grandes lutadores, que teve a vitória fazer instalar o Guerra e Paz, como havia sido previsto no início, e o embaixador Ciro de Freitas Vale que falou diante do secretário-geral na época: o Prêmio Nobel da Paz, Dag Hammarskjöld. Ele, Dag Hammarskjöld, declarou Guerra e Paz como sendo a obra monumental mais importante doada à ONU. Ciro de Freitas Vales declarou que sentia muito a ausência de Portinari. E todos deviam acreditar que o Brasil estava oferecendo ali o melhor que tinha para dar. ”
Seu filho, João Candido, é o diretor-geral da instituição. Em entrevista à ONU News, ele conta que o pai foi o grande ausente da inauguração onde estiveram funcionários da organização, figuras da diplomacia brasileira e amigos do pintor.
Em 1950, o norueguês Trygve Lie, o primeiro Secretário Geral da ONU, fez um apelo a todos os países membros que doassem uma obra de arte à nova sede da ONU em Nova York. O Brasil designou Candido Portinari e deu a ele uma lista de temas dentre os quais estava “guerra e paz”, tema recorrente da própria obra do pintor.
Guerra e Paz foi instalado no hall de entrada da sala da Assembleia Geral, em 1957, o espaço mais importante da sede da ONU. Área de segurança máxima, com acesso restrito aos funcionários da ONU e aos delegados dos países membros, a visibilidade destas obras monumentais ficou, até 2010, interditada ao grande público, a quem Portinari originalmente dedicou sua obra maior.
Por esse motivo, o Projeto Portinari sempre sonhou expor Guerra e Paz ao grande público. Em 2007, a divulgação de uma profunda reforma no edifício sede da ONU motivou o Projeto Portinari a solicitar à Presidência da República o indispensável apoio visando o empréstimo dos painéis para exposição no Brasil e no exterior. Foram três anos de empenho e articulações envolvendo a ONU, o Governo Federal, organizações internacionais, empresas estatais e privadas. Finalmente, com o apoio financeiro do BNDES, o Projeto Guerra e Paz tornou-se realidade.
Portinari teve um papel essencial ao ser uma espécie de "porta-voz" do povo brasileiro, denunciando suas condições de vida, problematizando as injustiças mas também exibindo a poesia e o amor.
João Candido disse que a mensagem dos painéis do seu pai é a essência da missão das Nações Unidas. Ela evoca um Portinari com atributos como curiosidade insaciável, experimentador e pessoa com necessidade de fazer o melhor, influenciado por gênios incluindo Pablo Picasso.
A presença de cores como o vermelho chama a atenção do observador para a felicidade que emana da pintura, assim como as figuras representadas nele. Esse é o caso, por exemplo, do coral de crianças cantando e das mulheres dançando, enquanto os homens jogam capoeira.
Com poucos pontos de cor e tons sóbrios e frios, a pintura dá ao observador a sensação de desconsolo. As expressões das figuras presentes no quadro revelam medo, tristeza e desespero.
Assista a um programa sobre o pintor exibido em 2010 pela Rede Globo. O vídeo destaca os painéis Guerra e Paz e o Projeto Portinari, idealizado por João Portinari, filho de Candido.
“De não-violência, de justiça social, de fraternidade entre povos, solidariedade, e de respeito pela vida. É isso que passa. Hoje, isso adquire um significado mais pungente ainda com o que estamos assistindo nesse mundo tão convulsionado, tão ameaçador, tão obscuro que nós estamos entrando agora. Isso já vinha a um certo tempo com essas migrações de multidões desesperadas e em balsas, morrendo desesperadas pelo caminho: crianças, idosos e mulheres desesperadas. Guerra e Paz está mais atual do que nunca, mais de meio século depois.”
Aos 32 anos ingressa na carreira de docente, dando aulas no Instituto de Artes da Faculdade do Distrito Federal (RJ), atividade que exerceu até 1939, com o fechamento da Universidade pelo então presidente Getúlio Vargas.
O Projeto Artenarede tem por objetivo democratizar a Arte para o maior número de pessoas possível, utilizando meios de comunicação variados. Atualmente, o Projeto já consta de vários módulos como um site, um blog, um livro, um museu, um canal no youtube e um programa de TV.
Guerra e Paz são dois painéis gigantescos produzidos pelo pintor brasileiro Candido Portinari que mede aproximadamente 14 x 10 m cada um. Foram pintados entre 1952 e 1956. A produção dessa obra, foi encomendada ao artista pelo governo brasileiro na época o Presidente Juscelino Kubitschek. O objetivo era para presentear a ONU (Organização das Nações Unidas) em sua sede de Nova York.
João Candido Portinari, o único filho do pintor e gestor da coleção de obras do pai, explica que Guerra e Paz continua mais atual do que nunca em um mundo “convulsionado, ameaçador e obscuro” e ressalta as virtudes retratadas na obra: não-violência, justiça social, fraternidade entre povos, solidariedade e respeito pela vida.
Em 2010 as pinturas foram trazidas ao Brasil para serem restauradas. Depois da conclusão do trabalho, os painéis foram expostos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sendo visitados por mais de quarenta mil pessoas.
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Em seguida, as pinturas foram expostas no Memorial da América Latina, em São Paulo, no Grand Palais, de Paris, no Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, em Oslo, na Noruega e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Em 1953 Portinari passa mal e é internado com hemorragia provocada por substâncias tóxicas presentes em algumas tintas, sendo recomendado pelos médicos que se afaste dessas substâncias.