A crise envolvendo o Canal de Suez, no Egito, nos anos 50, dividiu a Grã-Bretanha e abalou as relações entre o governo britânico e a BBC. A crise começou depois que o governo egípcio decidiu nacionalizar a empresa anglo-francesa Suez Canal Company, em julho de 1956.
No dia 23 de março, a embarcação Ever Given teve problemas por conta de uma forte ventania e tempestade de areia. O navio de mais de 200 mil toneladas e 400 metros – o equivalente a 50 mil elefantes e quatro campos de futebol, mais ou menos – encalhou na diagonal, bloqueando completamente a passagem do canal de Suez.
O custo médio da passagem de um navio fica em torno de US$ 143 mil (podendo chegar a US$ 250 mil, dependendo do tamanho da embarcação), ou, ainda, um custo médio de US$ 8,73 por tonelada de carga movimentada.
Inúmeras equipes tentam desencalhar o navio do canal. O problema é que, enquanto isso, mais de 200 barcos esperam pela liberação em ambos os lados da rota, que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo.
Foram necessários dez anos até a conclusão da travessia, de 1859 a 1869, o dobro do tempo previsto. “Em comparação, o Canal do Panamá é uma obra muito mais complexa, em razão do desnível entre os oceanos Pacífico e o Atlântico”, explica Racca. “Mas Suez impressiona pelo tamanho. E é uma pena que não haja registro de como se fez a coordenação de 40 mil indivíduos operando simultaneamente. Afinal, não havia curso de gestão de pessoas à época”, provoca ele.
Ainda durante os meses de outubro e novembro de 1956, o Conselho de Segurança da ONU exigiu, com os votos favoráveis dos EUA e da URSS, a retirada militar da França, Grã-Bretanha e Israel, e decidiu enviar uma Força Internacional de Paz ao canal, que foi reaberto em 1957.
O motivo principal da Guerra do Yom Kippur foi a anexação de territórios sírios e egípcios por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em julho de 1967. Esses territórios eram a Península do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
Ocorre que a Inglaterra pôs em prática no Egito o mesmo modelo de colonização que desenvolvia em outras regiões sob seu domínio, preservando no poder uma elite local submissa aos interesses britânicos. Em 1888, contudo, a Convenção de Constantinopla estabeleceu a neutralidade do Canal de Suez – e instituiu o uso livre da passagem.
Tanto o canal quanto o oleoduto SUMED (que está no Golfo de Suez) são de suma importância para os fluxos de petróleo e gás natural, sendo responsáveis por 9% de todo petróleo comercializado via marítima e por 8% do gás natural.
As técnicas utilizadas no período consistiam simplesmente na escavação do istmo e na colocação de pedras para a vedação. Todo o esforço era feito por mãos e braços de mais de 1,5 milhão de escravos. Em pelo menos duas ocasiões, primeiro no ciclo de Trajano e depois no do califa Omar, as areias do deserto trataram de impor a lei natural e fechar o que era uma precária via de navegação fluvial.
A principal inovação tecnológica com a entrada da França e da Inglaterra na edificação foi o uso de escavadeiras movidas a vapor, surgidas no início da industrialização no Velho Continente.
A primeira solução foi importar destiladores da Holanda – que logo se mostraram insuficientes, pois o consumo era de cerca de 15 mil litros por dia, enquanto a produção dos aparelhos não ultrapassava os 5 mil. O problema foi amenizado por volta de 1862, com a conclusão de canais de irrigação a partir das águas do Nilo.
Diante da recusa dos Estados Unidos e do Reino Unido de apoiar o financiamento da construção da Represa Alta de Assuão, Nasser reagiu com a nacionalização do Canal de Suez.
Em 5 de junho de 1975, o Canal de Suez foi reaberto – ele permanecia fechado desde 5 de junho de 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando uma força de manutenção da paz da ONU estacionou no local.
Por sua vez, esta crise ocorreu no contexto do conflito árabe-israelita iniciado em 1948, com a criação do Estado de Israel e a expulsão da população árabe do antigo território da Palestina. Neste contexto, o Egito estabeleceu uma aliança com a Síria e a Jordânia contra Israel.
Em frente foi construído o Porto Fuad, para receber oficinas e, depois, um pujante centro comercial. Em ambos, pela primeira vez, foram utilizados blocos de pedras de concreto no lugar de rochas naturais.
Desde sua construção, o canal é propriedade do governo egípcio. No entanto, desde então, e durante toda a primeira metade do século XX, encontrava-se sob o usufruto de uma empresa concessionária de acionistas europeus (a maioria britânicos e franceses).
No entanto, o ataque foi repudiado pela comunidade internacional e, especialmente, pelos Estados Unidos. Finalmente, sob forte pressão dos Estados Unidos e da ONU, o Reino Unido e a França concordaram em parar a invasão no dia seguinte e retirar as suas tropas ao fim de um mês.
Em 26 de julho de 1956, o então presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, nacionaliza a Companhia do Canal de Suez para financiar a construção da represa de Assuan (sul), após a recusa dos Estados Unidos de conceder um empréstimo a seu país.
Inicialmente, a Autoridade do Canal de Suez (SCA) optou por escavar o solo do canal a fim de liberar a proa da embarcação. Tendo o porto de Roterdã, na Holanda, como destino, contudo, o enorme navio sequer se moveu desde o início da operação.