Jacamim, mulher de Itaquê, mulher que não exige exclusividade no amor, conforme a tradição de seu povo. Assim, como em outros povos, é ela quem planta, como também as outras mulheres casadas, pois, segundo suas crenças, a mulher transmite à terra sua própria fertilidade, possibilitando melhores colheitas do que se as sementes fossem plantadas pelos homens ou pelas virgens.
Além disso, “Ubirajara” também é importante por abordar questões sociais e políticas relevantes para a época em que foi escrito. O romance critica a colonização e a exploração dos povos indígenas pelos colonizadores europeus, além de retratar a resistência e a luta pela preservação da cultura indígena.
Jandira e Pojucã ficam a sós e ela lhe diz que jamais seria esposa dele. Que se Ubirajara não a quisesse, não seria de mais ninguém, preferindo a morte. Pojucã diz que ela poderia gerar um filho dele, tão forte e valente como o pai.
Apesar de ser um nome de origem indígena e carregar consigo uma carga histórica e cultural significativa, Ubirajara ainda é um nome utilizado nos dias de hoje. Muitas pessoas escolhem esse nome para seus filhos como forma de homenagear a cultura indígena e resgatar suas raízes. Além disso, o nome Ubirajara também é utilizado em empresas, marcas e produtos que buscam transmitir valores de força, liderança e tradição.
IX. União dos arcos – Ubirajara consegue dobrar o arco de Itaquê, tornando-se o novo chefe da nação de Pojucã e Araci. Une ao arco do chefe cego o seu próprio arco, herdado de seu pai, simbolizando assim a união das duas bravas nações.
O romance é dividido em nove capítulos, organizados de modo linear, apresentando tempo cronológico, com a ação se desenvolvendo na selva brasileira, em período anterior ao descobrimento, na região do rio Tocantins. Os títulos dos capítulos indicam o conteúdo básico da fábula:
O conhecimento e valorização da cultura indígena são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Os povos indígenas são detentores de uma rica diversidade cultural, com línguas, costumes, crenças e tradições únicas. Conhecer e respeitar essa diversidade contribui para o fortalecimento da identidade brasileira e para a promoção do respeito aos direitos indígenas.
O nome Ubirajara tem um significado relacionado à lança e é comumente associado a características como força, destreza e liderança. Além disso, o nome também é conhecido por ser o título de um famoso romance escrito por José de Alencar, que retrata a vida de um jovem guerreiro indígena. O livro é importante por valorizar a cultura indígena e abordar questões sociais e políticas relevantes para a época em que foi escrito. Portanto, o nome Ubirajara carrega consigo uma carga histórica e cultural significativa, sendo uma escolha interessante para aqueles que desejam um nome único e com um significado especial.
Jandira, virgem araguaia, filha de Majé, prometida de Jaguarê, mas por ele desprezada quando se torna guerreiro. A noiva desprezada tenta matar a rival, mas é surpreendida por Ubirajara que a entrega como escrava a Araci. Esta, afinal, entrega-a ao guerreiro como segunda esposa, considerando isso justo já que ele uniu os arcos das duas nações. Inicialmente, Jandira era da opinião de que não se deve dividir o marido, mas no final da narrativa aceita a proposta de Araci, dividindo com ela o amor de Ubirajara.
Embora Araci queira estar com ele, o guerreiro não aceita, dizendo que se Itaquê “respeitou a lei da hospitalidade no corpo de Ubirajara; Ubirajara não deixará a traição na terra estrangeira.” E quando o marido partiu, Araci foi para a cabana, fechou a porta e cantou sua tristeza.
o pajé levantou a tampa de um vaso e Jurandir colocou lá a mão. Era mais uma prova . Havia ali, colocado por Itaquê, um formigueiro de saúvas pronto a devorar a primeira presa. Mas Jurandir, fitando Araci, sorria feliz.
Jandira diz, então, que prefere morrer a ser escrava de Araci e “de ver a cada instante a formosura estrangeira que roubou seu amor.” Acusa Araci de não saber amar o guerreiro adequadamente. E acrescenta que jamais Jandira ofereceria a rede a outra mulher.
Araci, a estrela do dia, virgem filha do chefe tocantim, Itaquê, conquistada por Ubirajara, que é obrigado a lutar, e vencer todos os outros pretendentes. Araci aceita dividir o esposo com outras, conforme tradição de seu povo.
Ubirajara deixa o prisioneiro em sua taba, dando-lhe como esposa do túmulo a jovem Jandira, que até aquele instante era sua noiva. Em seguida, parte o guerreiro para a nação dos tocantins. Jandira não aceita ser esposa de outro que não Ubirajara e foge para a floresta.
A obra Ubirajara é considerada uma das principais obras do Romantismo brasileiro. José de Alencar, autor do livro, foi um dos principais escritores do movimento romântico no Brasil e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da literatura nacional. Ubirajara é um exemplo do estilo literário romântico, que valoriza a emoção, a natureza e os sentimentos intensos. A obra também aborda temas sociais e políticos relevantes para a época, como a relação entre colonizadores e indígenas.
Pahã, cujo nome significa a seta, é o filho mais moço do chefe tapuia, Canicran. Importante para o relato, pois é ele quem cega com duas flechadas o velho chefe Itaquê. A sua função na estruturação da trama é fácil de ser percebida, deixar a nação tocantim sem o líder para que Ubirajara possa assumir o posto e unir as nações araguaia e tocantim, objetivo fundamental do romance.
Assim como em O Guarani em Iracema encontramos também na obra em estudo a idealização do índio. O mito do bom selvagem tem suas bases na teoria de Rousseau de que o homem é naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe. Então, o índio integrado à vida natural é símbolo de autenticidade e pureza.
Enquanto isso, Pojucã amargava a derrota e o fato de ser prisioneiro. Podia fugir, mas isso seria comprovar sua desonra. Quando Ubirajara se aproximou da cabana do vencido, ouviu dele o pedido de que o matasse, porque ele estava para sempre desonrado.