Quem Foi Aurlia Camargo?

Quem foi Aurlia Camargo

A mãe de Aurélia, Emília se casara com um médico pobre, Pedro Camargo, filho natural de rico fazendeiro, Lourenço de Sousa Camargo, que manda buscar o filho sem reconhecer a união. Este parte para a fazenda paterna, mas não tendo coragem para enfrentá-lo, envia cartas amorosas à esposa e dinheiro para seu sustento. Após um ano de separação, o casal se reencontra, nascendo o primeiro filho, Emílio, que o pai só conhece aos 2 meses de idade. Passam a viver algumas semanas juntos e outras separados, temendo que o velho descubra tudo e não mais os ajude. Nasce a segunda filha, Aurélia.

Personagens

Os avós paternos de José de Alencar eram José Gonçalves dos Santos, um comerciante português, e Bárbara de Alencar, que foi consagrada heroína da revolução de 1817. Bárbara de Alencar e o filho foram presos na Bahia acusados de envolvimento na revolução, ficaram, no total, quatro anos em reclusão.

Após receber os vinte contos de réis, Seixas é apresentado à futura noiva. Pelo trajeto, vai sufocado pela humilhação a que se submete, contudo Lemos avisa que a moça nada sabe sobre o acordo. Dias mais tarde, oficializa o pedido de casamento, prontamente, aceito por Aurélia Camargo. A sociedade fluminense fica assombrada com a notícia, não podendo crer que com tantos admiradores ricos a escolha tenha recaído sobre um marido sem fortuna. A celebração é modesta com poucos convidados e os noivos se sentem felizes. Porém, quando ficam a sós, a moça se revela de forma cruel, mostrando-lhe desprezo e mencionando o acordo de cem contos de réis.

Os livros produzidos durante este período possuem forte tendência ao nacionalismo. José de Alencar se inspirou em Ossian e Chateaubriand e adaptou os recursos aprendidos incluindo pinceladas de influência local. Alencar investiu igualmente em uma linguagem repleta de musicalidade. Tais recursos já haviam sido experimentados antes, O Guarani, romance publicado antes de Senhora, que teve grande sucesso de público.

Novela Senhora

Novela <em>Senhora</em>

A Rede Globo exibiu no horário das 18 horas o clássico de José de Alencar adaptado para a televisão. Quem fez a adaptação do romance foi Gilberto Braga e os capítulos foram ao ar entre 30 de junho de 1975 e 17 de outubro de 1975.

Publicado pela primeira vez em 1875, o romance Senhora, de José de Alencar, pertence ao Romantismo. O livro é dividido em quatro partes - o preço, quitação, posse e resgate - e tem como tema central o casamento por interesse.

Leia Senhora na íntegra

O casamento com Fernando Seixas é acertado pelos 100 contos de réis, revelados por ela na noite de núpcias, quando expõe todo seu desgosto para com o comportamento anterior do rapaz. Diante da fúria da noiva, afirma não amá-la, só se interessando pelo dote e, portanto, está pronto para atender suas ordens. Aflita, angustiada e surpresa, ordena que ele se retire. Passam a viver sob a aparência de casal feliz, mas se martirizam com ironias e sarcasmos, levando vidas separadas quando estão longe do convívio social.

Aurélia pensa em recusar a tutela, mas logo acha interessante ter um tutor que domina. Aceita-o sob a condição de jamais viver com a família que tanto desprezara a mãe.

O que torna o enredo tão interessante?

O que torna o enredo tão interessante?

José Martiniano de Alencar nasceu no dia 1 de maio de 1829 em um pequeno município chamado Messejana (atualmente o município pertence a Fortaleza). Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro aos onze anos porque o pai desejava seguir carreira política.

Passado alguns meses, Fernando fica sabendo que tem direito a 20 contos de réis, resultantes de um negócio feito quando solteiro. Pede um encontro reservado com a esposa e lhe restitui com juros os 100 contos de réis, contando-lhe sobre as circunstâncias que o levaram a agir assim. Aurélia declara seu amor, diz que o perdoa, pede que ele a ame e como prova de que não o engana, mostra-lhe seu testamento, passando-lhe tudo o que tem. Por fim, se beijam e se dão por felizes.

Mas a senhora deve saber que o casamento começou por ser a compra da mulher pelo homem; e ainda neste século se usava em Inglaterra, como símbolo do divórcio, levar a repudiada ao mercado e vendê-la ao martelo.

Contexto

O pai do escritor, o senador José Martiniano de Alencar, chegou a ser padre. Após abandonar o sacerdócio casou-se com a prima, Ana Josefina de Alencar, com quem teve filhos.

O próximo a se candidatar é Fernando Seixas que, conquistando a atenção de Aurélia, passa a frequentar-lhe a casa, sentindo-se constrangido em namorar moça tão pobre. Há, ainda, Eduardo Abreu, rapaz rico e de boa família que encantado com a beleza da menina, pede sua mão em casamento, mas Aurélia ama Seixas. A mãe resolve perguntar ao eleito sobre suas intenções em relação à filha, mas sabendo do interesse de Abreu pela garota, Fernando prefere perdê-la a fazê-la sofrer com sua pobreza, mas sabendo da recusa de Aurélia, volta e a pede em casamento.

Personagens

O escritor, que se formou em Direito, vinha de um lar bastante abastado (o pai era senador liberal e o irmão diplomata). Além de se dedicar à ficção, José de Alencar atuou como político, orador, jornalista, crítico teatral e advogado.

Era relativamente frequente também, na altura da publicação de Senhora, o casamento por interesse, no entanto, a protagonista Aurélia condena essa prática, sendo movida única e exclusivamente por amor, deixando claro que deseja se unir em matrimônio perpétuo com alguém por quem nutrice, de fato, afeto. O romance denuncia igualmente a sociedade de aparências.

Aurélia, na infância, leva vida modesta em companhia da mãe e do irmão, criatura fraca que é sempre ajudada, em seu trabalho de caixeiro, pela moça, sobrecarregada de tarefas. Morto o irmão, a mãe começa a preocupar-se com o destino da filha, falando-lhe constantemente sobre a necessidade de se casar e de se colocar à janela, pois bonita como é, logo arranjaria pretendentes. Apesar de desgostosa, Aurélia atende aos apelos. O tio Lemos logo corre à janela, agindo como candidato, mas a moça quer reatar laços com a família materna. O tio deixa-lhe um bilhete galanteador e a menina rompe de vez a amizade.

Corrente literária

A moça fica infeliz, mas, por outro lado, reencontra o avô, que decidira reconhecer mãe e filha. Desafortunadamente, tanto a mãe quanto o avô logo falecem. Um comerciante visita Aurélia e lhe traz o testamento de Lourenço de Sousa Camargo, reconhecendo-a como herdeira universal, lhe apresentando uma lista de seus bens e explicando sobre os negócios pendentes. Os parentes, que jamais se aproximaram dela, tão logo sabem sobre a herança, correm para vê-la, inclusive o tio Lemos, munido de uma nomeação para ser seu tutor. Mas Aurélia sabe muito bem conduzir os negócios, sobretudo graças ao aprendizado adquirido com o trabalho do irmão. A menina desamparada passa a morar com a parenta afastada, D.Firmina.

Fernando, por sua vez, percorre o caminho ao avesso: começa a história como um interesseiro em busca de um bom casamento arranjado e termina o relato como um homem trabalhador que consegue a redenção.

José de Alencar demonstra em seu romance uma preocupação com a demasiada importância que a sociedade burguesa dá ao dinheiro. O autor sublinha de que forma o fator financeiro condena o destino das pessoas.

Como a sociedade é descrita pelo autor?

Resposta: A sociedade era descrita como machista, naquela época não tinham aceitado a emancipação feminina, e a mulher era vista como uma figura de empregada. E que a mulher não poderia ser independente.

Quem era o tutor de Aurélia?

Aurélia tem como tutor o irmão de sua mãe, o senhor Lemos que, vez por outra, é convocado para resolver problemas sem importância. Numa determinada manhã é chamado para discutir sobre o casamento da jovem. ... Vive com a mãe e duas irmãs que o veneram.

Quais são as figuras de linguagem utilizada pelo autor no trecho da obra senhora?

Metáfora: É uma figura de linguagem usada para fazer comparações implícitas, ou seja, sem uso de conjunções ou termos comparativos. Usam-se palavras cujo sentido foge do seu real conceito. Na obra Senhora as metáforas surgem quando cometam sobre o brilho social, a beleza singular e poder de sedução da mulher Aurélia.