A equipe multiprofissional de saúde é formada por um grupo de profissionais de saúde que trabalham em conjunto com o objetivo de promover a recuperação mais rápida e efetiva do paciente.
A equipe multiprofissional pode ser constituída por diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, por exemplo, podendo a formação da equipe variar de acordo com o objetivo a ser alcançado.
O documento também esclarece que não há a obrigatoriedade da presença da categoria médica na composição mínima da eMulti para nenhuma modalidade de equipe. A correta interpretação do artigo 4º e do Anexo I da Portaria GM/MS nº 635 é que, se o gestor optar por compor a equipe com alguma especialidade médica, esse profissional deve estar cadastrado na eMulti com carga horária mínima individual de 10 horas semanais.
Todos os sujeitos entrevistados na pesquisa empírica,10 na qual está baseado o presente artigo, expressam uma representação acerca do trabalho em equipe que converge para destacar a comunicação. A articulação das ações, a coordenação, a integração dos saberes e a interação dos agentes ocorreriam por meio da mediação simbólica da linguagem. Portanto, a comunicação entre os profissionais é o denominador-comum do trabalho em equipe, o qual decorre da relação recíproca entre trabalho e interação. No entanto, essa comunicação manifesta-se de três diferentes formas.
O trabalho consiste na ação racional teleológica, abarcando a ação instrumental e a ação estratégica: a primeira, orientada por regras técnicas, e a segunda, por máximas e valores que buscam exercer influência sobre a definição da situação ou sobre a decisão do outro. Como ação instrumental e/ou estratégica, o trabalho busca o êxito na obtenção de determinado resultado.6
Qual a importância de montar uma equipe multidisciplinar na saúde? Se antes o método unidirecional era o mais utilizado na área da saúde, atualmente foi constatado que a abordagem multidisciplinar apresenta avanços significativos para o quadro do paciente.
A equipe multiprofissional da saúde desempenha um papel fundamental no cuidado e tratamento dos pacientes, pois reúne profissionais de diversas áreas que atuam de forma colaborativa em busca da promoção da saúde e do bem-estar. Essa abordagem visa além do tratamento das doenças, considerando também a qualidade de vida dos pacientes.
A equipe multiprofissional é fundamental para o acompanhamento do paciente e para garantir a sua recuperação total, já que as ações são tomadas de acordo com a necessidade de cada paciente.
Com base na tipologia e nos critérios de reconhecimento do tipo de equipe apresentados, cunhou-se um conceito de trabalho em equipe sob a perspectiva da integração dos trabalhos especializados.
Fortuna & Mishima apud Fortuna4 (1999) identificam três concepções distintas sobre trabalho em equipe, cada uma delas destacando os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos que ressaltam os resultados, a equipe é concebida como recurso para aumento da produtividade e da racionalização dos serviços. Os estudos que destacam as relações tomam como referência conceitos da psicologia, analisando as equipes principalmente com base nas relações interpessoais e nos processos psíquicos. Na vertente da interdisciplinaridade estão os trabalhos que trazem para discussão a articulação dos saberes e a divisão do trabalho, ou seja, a especialização do trabalho em saúde. Nessa linha encontram-se, entre outros, os estudos de Campos3 que vêm produzindo reflexão acerca das equipes de saúde como base principal de organização dos serviços de saúde.
Esses são apenas alguns exemplos de profissionais que podem compor a equipe multiprofissional da saúde. É importante destacar que a composição da equipe pode variar de acordo com o contexto, as necessidades dos pacientes e a disponibilidade de recursos.
Formada por profissionais de diferentes áreas, a equipe multidisciplinar na saúde trabalha em busca de um único objetivo. Para alcançá-lo, essas pessoas se inter-relacionam e promovem um tratamento diferenciado, enxergando o paciente como um todo e proporcionando um atendimento humanizado.
Além de possibilitar um menor tempo de internação dos pacientes, a utilização de uma equipe multiprofissional de saúde também traz maior índice de satisfação das pessoas com os serviços prestados.
Foi feita referência à elaboração de um projeto assistencial comum, como sinalizador de integração da equipe. Este constitui um eixo em torno do qual se dá a dinâmica cotidiana de trabalho e de interação. É preciso destacar que o projeto comum refere-se à determinada equipe e não a todas as supostas equipes existentes. Trata-se de um plano de ação para uma situação concreta de trabalho coletivo em equipe, que toma em consideração o projeto assistencial hegemônico, que não pode ser ignorado por ser o modelo dominante de atenção à saúde, mas procede à reelaboração que configura outro projeto comum. Os agentes partem de uma realidade dada e, dentro de certo campo de possíveis, constroem, pelo trabalho e pelo agir-comunicativo, um projeto pertinente às necessidades de saúde tal como concebidas pelos usuários e pelos profissionais. Tais concepções, compartilhadas com base no diálogo, permitem o reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez, implícitas nos atos de fala de todos os sujeitos partícipes. Os agentes estão de acordo quanto ao conteúdo propositivo e normativo que constitui o projeto comum.
A importância da equipe multiprofissional se destaca por diversos motivos. Primeiramente, ela permite uma visão mais ampla e integrada do paciente, levando em consideração não apenas a sua enfermidade, mas também as particularidades e necessidades individuais. Cada profissional contribui com seu conhecimento específico, o que resulta em uma abordagem mais completa e eficiente.
4. Psicólogo: o psicólogo contribui para o cuidado integral do paciente, considerando os aspectos emocionais e psicológicos. Ele realiza avaliações, terapias individuais e em grupo, além de fornecer suporte emocional e promover estratégias para o enfrentamento de dificuldades.
Assim, considerou-se que o trabalho em equipe multiprofissional consiste uma modalidade de trabalho coletivo que se configura na relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. Por meio da comunicação, ou seja, da mediação simbólica da linguagem, dá-se a articulação das ações multiprofissionais e a cooperação (Peduzzi,10 1998).
A utilização da categoria analítica "trabalho", segundo a vertente marxista (Marx,7 1994), vem pautando os estudos do trabalho em saúde no Brasil e na América Latina. Nessa linha, ressaltam-se, especialmente, os estudos de Mendes-Gonçalves,8,9 que investigam a aplicação da teoria marxista do trabalho ao campo da saúde e a conformação dos elementos constituintes do processo de trabalho (objeto, instrumentos e agentes), e os estudos de Schraiber,11 que aprofundam o conhecimento da subtotalidade representada pelo trabalhador no processo de trabalho.
O que é uma equipe multidisciplinar na saúde? É um grupo de profissionais clínicos que trabalham unidos em prol do diagnóstico, tratamento e recuperação do paciente. Assim, é priorizado um consenso nas decisões de cada intervenção.
Neste sentido, o trabalho em equipe multiprofissional em saúde é abordado por uma perspectiva comunicativa que entende o diálogo como uma realidade intrínseca a este tipo de trabalho coletivo.
Foi referido, anteriormente, que a autonomia é necessária no trabalho em saúde para o conjunto dos trabalhos especializados, e que sua abrangência difere dependendo da legitimidade técnica e social do saber operante que fundamenta a ação. No entanto, manifesta-se de maneira distinta nos dois tipos de equipe. Observou-se que no trabalho em equipe do tipo integração há complementaridade e colaboração no exercício da autonomia técnica e não há independência dos projetos de ação de cada agente. No trabalho em equipe do tipo agrupamento, a complementaridade objetiva dos trabalhos especializados convive com a independência do projeto assistencial de cada área profissional ou mesmo de cada agente, o que expressa a concepção de autonomia técnica plena dos agentes.
Em ambas, no entanto, estão presentes as diferenças técnicas dos trabalhos especializados e a desigualdade de valor atribuído a esses distintos trabalhos, operando a passagem da especialidade técnica para a hierarquia de trabalhos, o que torna a recomposição e a integração diversas do somatório técnico. Também, em ambas, estão presentes tensões entre as diversas concepções e os exercícios de autonomia técnica, bem como entre as concepções quanto a independências dos trabalhos especializados ou a sua complementaridade objetiva.