O empresário Alexandre Costa, fundador e CEO da famosa marca de chocolates e gostosuras Cacau Show, tem uma história que já é bastante conhecida. Foi somente com 17 anos que o rapaz abriu sua empresa que virou febre e sucesso nacional, e hoje conta com mais de mil franquias espalhadas por todo o Brasil.
Nessa época, Alexandre Costa tinha 14 anos e já trabalhava na empresa dos pais, recebendo o pedido das vendedoras, passando o pedido para o fabricante, recebendo os chocolates que chegavam, etiquetando e calculando o faturamento.
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Alexandre encontrou outra coisa tão importante quanto oportunidade: um nicho. Ele conseguiu perceber que havia um espaço ainda inexplorado entre os grandes produtores de chocolates industrializado, que eram baratos, mas de qualidade baixa, e os produtores artesanais, de altíssima qualidade, mas de valor bem mais alto e incapazes de atender à grande demanda.
Com um total de 70 mil metros quadrados, o parque fabril instalado em Itapevi desde 2006 acomoda duas fábricas, além da sede administrativa — o Complexo Intensidade —, inaugurado em 2017 com investimentos de R$ 130 milhões. Lá, reside a maior máquina de trufas da América Latina, capaz de preparar cinco toneladas do carro-chefe da marca por hora. A engrenagem dá vazão a mais de 15 milhões de unidades de 25 sabores diferentes ao mês.
As vendas de chocolates que deram origem à Cacau Show se iniciaram com a mãe de Alexandre Costa, que era vendedora no modelo “porta a porta”. Isso não somente influenciou a formação do perfil empreendedor do filho, como também serviu de base para que ele pudesse seguir com aquelas vendas realizadas anteriormente pela mãe. A partir do momento em que Alexandre começou a vender chocolates aos 17 anos, o negócio tomou novos rumos. Assista ao primeiro episódio do Estudo de Caso da Cacau Show.
A primeira lição de marketing vêm dessa adversidade logo no início da carreira de Alexandre: o senso de oportunidade. Ele soube enxergar uma chance quando teve o problema com a fábrica. Arregaçou as mangas, não teve medo de pedir ajuda e decidiu ele mesmo fazer os ovos de Páscoa e garantir as entregas.
Na chocolateria paulistana, o recheio é de verdade e as oportunidades não amargam. Parcerias e patrocínios acompanham a evolução dos recursos, complementando o plano de construção da marca. O trabalho já teve projeto de cobranding com Faber-Castell e Smirnoff Ice, parcerias com a Swarovski e Capricho, patrocínio da São Paulo Fashion Week (SPFW) e da escola de samba Rosas de Ouro, coleção de latas colecionáveis desenhadas por Isabela Capeto e kit de Carnaval montado pela influenciadora Bruna Tavares. A lista inclui a ação de branded content no programa Em nome do amor e o apoio à terceira temporada do reality show Fábrica de Casamentos, ambos do SBT.
Símbolo do movimento que busca celebrar pequenas vitórias, o atual mote da Cacau Show posiciona o chocolate como o catalisador de comemorações especiais ao lado da família, amigos e colegas de trabalho. “Acreditamos nisso da forma mais visceral possível. É assim que comemoramos as nossas conquistas. O chocolate aproxima e personaliza as relações. Ele alegra e recompensa o indivíduo”, defende Alexandre Costa.
Esse valor agregado se reflete ainda na compra de 50,1% da Brigaderia pela Cacau Show em 2013. A Brigaderia é uma rede reconhecida pela venda de doces, especialmente brigadeiros, sofisticados. Percebe-se claramente a orientação que permeia as atividades da Cacau Show nessa transação que é a busca por produtos de valor agregado, entregues de maneira diferenciada e que possam representar crescimento dos negócios, dado o plano de expansão das franquias da Brigaderia até 2018[8].
A cultura da Cacau Show pode ser analisada, inicialmente, nas palavras de Alexandre Costa que defende que a empresa não é meramente uma vendedora de chocolates, mas sim que cria momentos de carinho e felicidade entre as pessoas. Essa constatação de que a empresa tem essa afetividade como razão de ser é o ponto de partida para se entender os valores que permeiam toda a organização.
Associado a essa valorização, o alto escalão da empresa preza pela proximidade com todos da empresa (considerando que cada um tem sua função fundamental dentro da organização). Esses valores de proximidade e afetividade que são considerados importantes pela Cacau Show são ainda reforçados por rituais, seja na sua rotina diária de trabalho ou em datas específicas. Ao invés de transferir para do departamento de pessoas as atividades de interação geral da empresa, os próprios indivíduos do alto escalão da empresa se preocupam em conduzir esses ritos. Por exemplo, mensalmente os aniversariantes podem ter um momento de contato com o próprio Alexandre Costa para interação social aparte das relações profissionais entre colaboradores. Outro exemplo interessante é o almoço anual da sexta-feira santa, já que é o momento em que os colaboradores estão cansados depois do ritmo de vendas da páscoa e que Alexandre Costa faz questão de cozinhar para seus colaboradores mostrando um agradecimento pessoal dele para as pessoas da empresa. É uma entrega pessoal que representa justamente a entrega da afetividade ao invés de premiações em dinheiro ou em algum tipo de espécie. Não o bastante, outro exemplo marcante é o ritual para entrega da última caixa de chocolate produzida, que passa pela mão de todos os colaboradores da empresa sob aplausos de todos presentes. Esse ritual representa a entrega final de dois meses de trabalho intenso e faz com que o produto seja oferecido com afetividade e não como um mero resultado de uma linha de produção. São ações como essas que reforçam aos colaboradores a importância da afetividade e dos relacionamentos na realidade da empresa. Por fim, pode-se citar o treinamento com os franqueados da marca, que ao final do intenso aprendizado têm como surpresa um coquetel no qual eles escrevem seus nomes na parede da sede, simbolizando que a partir daquele momento eles passam a fazer parte da família Cacau Show.
Os modelos smart chegaram um ano depois. Com investimento inicial de R$ 125 mil, esse tipo de franquia tem área para café e serviços, linha de sorvetes, tortas e sobremesas. Já as megastores extrapolam os limites de user experience. Parte dos festejos de 30 anos da marca, uma delas foi aberta em 2018 no Morumbi Shopping, ocupando um espaço de 450 metros quadrados. “Há o processo bean-to-bar de fabricação, Cacau Lab, espaço infantil, cafeteria, entre outras atrações”, enumera Thais.
Esse contato fez com que o empresário percebesse não só tendências de mercado, mas também como pensavam seus consumidores e seus revendedores. Alexandre conseguiu criar um relacionamento próximo com ambos e, hoje, sabe que o cliente precisa ser ouvido antes de qualquer um dentro da empresa.
Dessa forma, os valores voltados ao trabalho em grupo e à afetividade da Cacau Show são evidentes entre os colaboradores e envolvidos porque são reforçados continuamente e porque existem ritos que destacam aquilo que é valorizado na empresa. Aquilo que é relevante na conduta dos negócios da empresa se enaltece e se repete de forma que essa mensagem fica cada vez mais fortalecida e associada à marca na mente das pessoas.
Além da fabricação e venda de chocolates, a Cacau Show também opera uma rede de mais de 2.000 lojas em todo o Brasil, bem como lojas em outros países. A empresa oferece aos clientes uma experiência de compra agradável e conveniente, com um ambiente acolhedor e produtos de alta qualidade.
Àquela época, o rapaz vindo de uma família humilde dos arredores do bairro da Casa Verde, zona Norte da capital paulista, se viu em uma enrascada providencial. Alexandre Costa revendeu dois mil ovos de 50g na Páscoa de 1988 sem saber que a fábrica para a qual trabalhava não tinha uma unidade produtiva compatível com esse peso. Surgia ali o embrião da Cacau Show. Depois de adquirir chocolate, formas e embalagens, lá foi ele para a cozinha. Durante três dias com jornadas de 18 horas de trabalho cada, Costa fez muito mais do que resolver o problema por conta própria. Transformou a crise no negócio da sua vida e em orgulho para o empreendedorismo brasileiro.
Enquanto Alexandre Tadeu da Costa batia à porta de padarias e supermercados para vender chocolates, os brasileiros assistiam aos trâmites que culminaram no anúncio da atual Constituição do Brasil, promulgada no dia 5 de outubro de 1988. No mesmo ano, o jovem de 17 anos decidiu fundar o negócio que se transformaria em uma das maiores franquias de chocolates finos do mundo.
Já se passaram duas páscoas desde o início da pandemia de covid-19. Nas duas ocasiões, decretos governamentais suspenderam o funcionamento do comércio, atingindo em cheio a maior campanha anual de marcas de chocolate, como a Cacau Show. No ano passado, já mais preparada, a marca conseguiu tirar a diferença com o digital.