Na segunda-feira (12) finalmente começaram as gravações de Adão Negro (ou Black Adam), filme que adapta o supervilão da DC Comics para as telonas na pele de Dwayne “The Rock” Johnson. O ator, aliás, vem falando sobre essa produção já há alguns anos e, depois da escalação do astro teen Noah Centineo como Esmaga-Átomo, o interesse dos fãs pelo título aumentou ainda mais. Mas mesmo quem acompanha os quadrinhos de perto tem perguntas sobre quem realmente é o Adão Negro — ou se ele é um herói ou um vilão.
E, desde então, esse background kahndaquiano vem crescendo ao longo dos anos e teve papel crucial na história Relógio do Juízo Final, de 2017, um crossover entre os heróis da DC e os personagens de Watchmen. Já na atual fase, Infinite Frontier, que começou em março deste ano, Adão Negro passa por uma nova reformulação, com uma mudança visual que o deixa até mais parecido com o próprio Shazam. Não à toa, ele vem sendo chamado de “Shazadam” e segue um perfil clássico de herói, em vez da faceta anti-heroica dos últimos anos.
O filme está agendado para chegar aos cinemas somente em 29 de julho de 2022, mas o Canaltech já aproveita o início das gravações para tirar suas dúvidas e explicar a complicada história de Adão Negro e, claro, como deve ser a aguardada versão interpretada por The Rock.
Bem, a maioria das pessoas sabe que ele tem alguma conexão com Shazam, afinal, o próprio uniforme e os poderes são semelhantes ao do herói Billy Batson. Mas a verdade é que o Adão Negro passou por várias reformulações e demorou até que a DC Comics finalmente tivesse uma versão, digamos, mais “estável” do personagem.
Nenhum dos membros da Sociedade da Justiça é atormentado, mesmo o Senhor Destino, que tem visões da morte de um dos membros da equipe, internaliza isso sem virar um personagem dramático.
Assim como nos quadrinhos, ele varia, há momentos em que é um vilão pura e simples, em outros ele se torna mais e mais ambíguo. É justo dizer que Adão Negro é um... anti-vilão. Ele não chega a ser um anti-herói, ele é determinado demais para isso, mas ao mesmo tempo não tem ambições de reinar sobre Kahndaq ou qualquer um.
O primeiro encontro entre todos acaba desastroso, os heróis tomam uma piaba federal, e descobrem que o povo em Kahndaq vê Teth-Adam como seu salvador. Ele é literalmente um herói de lendas imemoriais que voltou no momento em que seu povo mais precisa.
O filme com Dwayne Johnson começa contando a origem de Teth-Adam, um garoto escravizado por um rei malvado em Kahndaq, e como ele é salvo pelos Magos da Rocha da Eternidade e ganha os poderes ao falar “Shazam!”. A tragédia ocorre, Adão Negro morre (de novo) e a história avança 5.000 anos.
Em 1798, inspirados pelos ideais iluministas, pela Inconfidência Mineira e impulsionados também pelas histórias da revolta do Haiti, explodiu na Bahia um movimento popular anticolonialista conhecido como Revolta dos Búzios ou (mais popularmente) Conjuração Baiana.Só que essa versão de Theo Adam usando o escaravelho para se tornar o Adão Negro também não durou muito tempo. O personagem passou a se tornar cada vez mais complexo e interessante, especialmente na fase da Sociedade da Justiça escrita por Geoff Johns. Depois de ser vencido pelo supergrupo, os heróis descobriram que, na verdade, Teth-Adam possui boas intenções, mas seu lado Theo-Adam é quem domina as ações malignas. A essa altura, o uso do escaravelho para transformação já havia sido abolido. A melhor forma de definir o Adão Negro é que se trata de alguém que procura fazer o bem, mas acaba usando meios violentos e extremos para isso.
Mesmo ignorando o detalhe de que nem Salomão nem Aquiles eram deuses, dá pra imaginar a a confusão do pobre Teth-Adam pensando “quem são esses caras?” Afinal, Zeus é um Deus Grego e a civilização Micena, que daria origem aos gregos só surgiria em 1750 AC. Hércules e Mercúrio são romanos. Salomão nasceu por volta de 990 AC, mas divago.
Em 2003, Abdias lutou pela criação do Dia da Consciência Negra, que agora é celebrada na data de 20 de novembro, em memória ao dia do assassinato de Zumbi dos Palmares. Essa conexão entre o passado da luta negra e aquele momento pós-governo militar explica muito sobre a importância da data e a sua relação com o movimento negro.